TIRO AO ÁLVARO: CAMPOS SOB O OLHAR DO OUTRO
Resumo
O presente trabalho pretende relacionar a obra poética de Fernando Pessoa, e mais especificamente do heterônimo Álvaro de Campos, com as reflexões de Walter Benjamin sobre a modernidade, a partir de sua leitura da obra de Charles Baudelaire. Para tanto, fazemos uso do que Benjamin chama de "papel disponível do herói", relacionando esse conceito com o que definimos como sendo uma "poética do fingimento" em Fernando Pessoa. Em seguida, partindo dos ensaios de Eduardo Lourenço sobre a obra de Pessoa, analisamos o papel que a multidão e o "olhar do outro" subjacentes têm na obra de Álvaro de Campos, dividindo-a em dois momentos: um primeiro, marcado pelo choque entre a necessidade do outro e uma unidade independente (e impossível), e um segundo, marcado pelo desencanto e pelo afastamento desse olhar alheio, onde Campos assume o fracasso de sua tentativa de unidade.Downloads
Referências
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