Morte digna: uma discussão necessária entre os profissionais de saúde
Resumo
A morte e a assistência terapêutica aos pacientes com doenças que ameaçam a vida têm sofrido transformações ao longo da história. Na contemporaneidade, a vivência da morte foi deslocada do ambiente domiciliar para o hospitalar, caracterizado pela presença dos profissionais de saúde e diversos dispositivos tecnológicos. Desse modo, faz-se necessário ampliar o debate acerca dos cuidados aos pacientes nessa situação e o direito à chamada “morte digna” ou “ortotanásia”. O objetivo deste ensaio acadêmico é compreender os fatores que contribuem para a morte digna, de modo a permitir a reflexão sobre os cuidados oferecidos pelos profissionais de saúde aos pacientes e familiares na iminência da morte. Destaca-se, nesse contexto, a versão reduzida da Escala de Percepção de Morte Digna, a qual apresenta fatores relacionados especialmente à autonomia do paciente e comunicação.
Referências
ANDRADE, Letícia. Providências práticas para toda família. In: Academia Nacional de Cuidados Paliativos. Manual de Cuidados Paliativos. Rio de Janeiro: Diagraphic, 2009, p. 283-289.
ARANTES, Ana Cláudia Quintana. A morte é um dia que vale a pena viver. Rio de Janeiro: Sextante, 2019.
ARIÈS, Philippe. História da morte no Ocidente: da idade média aos nossos dias. Rio de Janeiro: Ediouro; 2003.
COMIN, Lauren Tana et al. Percepção de pacientes oncológicos sobre terminalidade de vida. Revista Bioética, v. 25, n. 2, 2017.
BRASIL. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Código de ética médica: resolução CFM nº 1931/2009. Brasília: CFM, 2009.
BRASIL. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução nº 1973, de 14 de julho de 2011. Dispõe sobre a nova redação do Anexo II da Resolução CFM Nº 1.845/08, que celebra o convênio de reconhecimento de especialidades médicas firmado entre o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). Diário Oficial da União.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Bioética e direitos humanos. In: COSTA, Sérgio Ibiapina Ferreira; OSELKA, Gabriel; GARRAFA, Volnei (org). Iniciação à bioética. Brasília: CFM; 1998.
JULIÃO, Miguel. Comentário: A conspiração do silêncio num doente com leucemia. In: BARBOSA, António et al. Casos clínicos em Cuidados Paliativos. Ed. Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. 2015.
KOVÁCS, Maria Júlia. Educação para a morte: temas e reflexões. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2008.
KOVÁCS, Maria Júlia. Morte e desenvolvimento humano. 5. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010.
MATSUMOTO, Dalva Yukie. Cuidados paliativos: conceito, fundamentos e princípios. In: CARVALHO, Ricardo Tavares de; PARSONS, Henrique Afonseca (org). Manual De Cuidados Paliativos ANCP. 2. ed, 2012.
MELO, C. F; BEZERRA, G. A. M; LIMA, K. G. Percepção de brasileiros sobre a morte digna. Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social, v. 4, n. 1, 2018.
PÊLA, João Luis Marques. A conspiração do silêncio num doente com leucemia. In: BARBOSA, António et al. Casos clínicos em Cuidados Paliativos. Ed. Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. 2015.
RODRIGUEZ, Maria Inês Fernandez. Despedida silenciada: equipe médica, família, paciente – cúmplices da conspiração do silêncio. Psic. Rev. São Paulo, v, 23, n. 2, 2014.
SANTANA, Júlio César Batista, et al. Ortotanásia nas unidades de terapia intensiva: Percepção dos enfermeiros. Revista Bioética, v. 25, n. 1, 2017.
SILVA, Claudete Casemiro. A morte e a elaboração do luto na visão de alguns autores. 2013. Monografia (Especialização em Psicologia) - Universidade Estadual do Vale do Acaraú, Sobral, 2013.
SILVA, M. J. P; ARAÚJO, M. M. T. Comunicação em Cuidados Paliativos. In: Academia Nacional de Cuidados Paliativos. Manual de Cuidados Paliativos. Rio de Janeiro: Diagraphic, 2009.
SILVA, Rudval Souza da, et al. Percepção de enfermeiras intensivistas de hospital regional sobre distanásia, eutanásia e ortotanásia. Revista Bioética, v. 24, n. 3, 2016.
WANSSA, Maria do Carmo Demasi. Morte digna e lugar onde morrer: percepção de pacientes oncológicos e de seus familiares. 2012. Tese (Doutorado em Bioética). Faculdade de Medicina de Porto, Lisboa, 2012.