Homo patiens: implicações filosófico-teológicas da experiência do sofrimento
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Resumo
Este artigo tem por objetivo apresentar, a partir de uma leitura de Paul Ricoeur, a experiência do sofrimento como enigma para a razão e desafio para a fé. Os males éticos e religiosos, compreendidos como transgressão e pecado, estão relacionados a uma atitude ativa, a um fazer. O sofrimento inocente, ao contrário, deve ser pensado a partir da perspectiva da vítima. Como justificar a dor de inocentes vítimas de catástrofes, de doenças incuráveis, de violência? É possível, por exemplo, conferir sentido à experiência do sofrimento de famílias que perdem a luta contra o COVID-19? Se Deus é justo por que ele permite que os inocentes sofram? Com o objetivo de pensar a respeito destas questões dividirei este texto em duas partes. Na primeira, apresentarei como Paul Ricoeur compreende o problema do mal a partir de três dimensões: a ética da transgressão, a religiosa do pecado e a dimensão do sofrimento inocente. Na segunda, mostrarei de que modo Ricoeur pensa o sofrimento como desafio. Para Ricoeur, como veremos, a dialética tradicional não é capaz de conferir significado ao sofrimento inocente. O problema do mal exige a convergência entre pensamento e ação, e a transformação espiritual dos sentimentos. Esta transformação deve conduzir a amar a Deus de modo desinteressado. Ela pressupõe compreensão específica da relação entre amor e justiça
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