Cura religiosa, questões de crença e os limites da pesquisa

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Fátima Regina Gomes Tavares

Resumo

Neste texto apresento algumas ideias sobre como pesquisar as curas religiosas por meio da crítica aos conceitos de “crença” e “eficácia simbólica”. Para isso, apresento inicialmente breve panorama do imbricamento entre cura e religião no campo religioso brasileiro, indicando a vitalidade dessa relação no contexto contemporâneo, seguido da narrativa de dois episódios de cura nos quais estive pessoalmente implicada. Ao final, argumento que contrariamente ao que o conceito de crença poderia sugerir, a eficácia terapêutica não configura um “discurso sobre” a intervenção nos corpos e no mundo e sim sobre as condições práticas de mobilização da verdade. O conceito de crença não configura um bom instrumento para a compreensão da diversidade de mediadores implicados dos agenciamentos da cura, nem tampouco nos habilita a compreender os meandros da eficácia terapêutico-religiosa. Na antropologia, crítica similar também vem sendo feita ao conceito de eficácia simbólica como uma ferramenta conceitual para compreender transformações não apenas das “almas”, mas também dos corpos.

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Como Citar
TAVARES, F. R. G. Cura religiosa, questões de crença e os limites da pesquisa. HORIZONTE - Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião, v. 14, n. 41, p. 173-184, 31 mar. 2016.
Seção
Comunicações/Papers-Communications
Biografia do Autor

Fátima Regina Gomes Tavares, UFBA

Graduada em Ciências Sociais pela UFRJ, com mestrado em Sociologia e doutorado em Ciências Humanas (Antropologia), ambos também pela UFRJ. Atualmente é professora associada da Universidade Federal da Bahia, atuando, desde 1999, no Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião (PPCIR) e desde 2005, no Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais (como colaborador), ambos da UFJF. Tem desenvolvido pesquisas em três linhas: na confluência entre religião e saúde; religião e espaço público e em campo religioso brasileiro. É líder do grupo de pesquisa Núcleo de Estudos da Religião, Cultura e Sociedade , cadastrado no CNPq desde 2004; além de membro do grupo de pesquisa Núcleo de Antropologia das Fronteiras Conceituais , cadastrado no CNPq em 2008. Já orientou cerca de trinta trabalhos, entre pesquisas de iniciação científica, monografias de especialização, dissertações de mestrado e teses de doutorado. Em 2003 organizou, juntamente com Marcelo Camurça, o livro Minas das devoções: diversidade religiosa em Juiz de Fora , apresentando um panorama da produção acadêmica de alunos e professores do PPCIR. Atua nas áreas de antropologia da saúde e da religião. Seus trabalhos enfocam os seguintes temas: novas religiosidades, movimento nova era, religiões afro-brasileiras, juventude e religião, mídia e religião, turismo religioso, terapêuticas alternativas e Estratégia Saúde da Família. São publicações distribuídas entre periódicos (nacionais e internacionais) e capítulos de livros.