O PROBLEMA DA INTUIÇÃO MÍSTICA COMO INSTRUMENTO DE INVESTIGAÇÃO METAFÍSICA NA OBRA DE HENRI BERGSON
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Resumo
Bergson buscou o estabelecimento de uma nova metafísica, que levasse o ser humano a um conhecimento mais profundo de si mesmo e do cosmos, e que nesse processo fundasse uma nova moral, assim como outras categorias gnosiológicas que transcendessem o instrumentalismo violento de um mundo escravo de uma ciência excessivamente baconiana. Nosso propósito neste artigo é mostrar como, ao final de sua obra e vida, a temática religiosa surge como campo privilegiado para a realização e a compreensão da totalidade e da essência de seu projeto refundador da filosofia. Da crítica ao pragmatismo jamesiano à mística como única saída para o ser humano (transcendendo um pensamento geométrico em direção ao pensamento da duração), Bergson desenha no horizonte, ainda numa época cega a este questionamento, a indagação se de fato, como crê uma inteligência desavisada, a religião morreu como agente ativo no diálogo intelectual ocidental.
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