O ódio e o amor, caixa preta do feminismo? Uma crítica da ética do devotamento
Resumo
Como os cuidados, em sua maioria, são dispensados por mulheres, tende-se a considerar o amor (aos doentes, às crianças) “natural” e normal. Ora, o trabalho de cuidar pode igualmente gerar ódio às pessoas dependentes. Esse não é menos normal do que o amor. O fato de levá-lo em consideração modifica a análise das situações de cuidados. Por enquanto, o ódio se mantém oculto nas tradições sábias, particularmente nas teorias da ética do devotamento, como nos testemunhos das trabalhadoras, tirados de uma pesquisa realizada com auxiliares de puericultura. Disso resulta um déficit de visibilidade do trabalho, o que leva a esconder o ódio e a violência.
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Copyright (c) 2004 Pascale Molinier

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