O traumático encontro com os outros da educação: a família, a escola e o Estado
Resumo
O fracasso escolar desafia psicanalistas e educadores que tentam dizer algo sobre a lógica de seu funcionamento. As dificuldades em precisar as suas causas, em localizá-lo no aluno, no professor, na escola, no método ou na política educacional sugerem que ele funciona na lógica do indecidível. Se não se tem acesso a toda a verdade sobre a etiologia desse fracasso, ao localizá-lo aqui ou ali, há uma aposta, uma escolha: que ela, sendo indecidível, estará sempre atrelada a uma determinada contingência educacional. Neste artigo, a tensão sofrida pela criança diante da demanda do tecido social – família, escola e Estado –, com seus parâmetros políticos e éticos, é tratada por meio da figura do professor e do diretor da escola. Seguindo essa vertente e a última versão sobre o sintoma em Lacan, propõe-se que o fracasso escolar, necessário, não cessando de se escrever em seu caráter de repetição sintomática, é produzido, na atualidade, na hiância do espaço indecidível entre o impossível real e o encontro traumático – “um mau encontro” – com o campo do Outro da educação.
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Copyright (c) 2004 Ruth Helena P. Cohen

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