Figuras da Barbárie
Resumo
Numa acepção comum, a evocação da Barbárie moderna é sempre ligada a uma semântica da “regressão”. Isso remete à sua manifestação emblemática: o nazismo. A clínica freudiana opera um rearranjo dessa montagem. Com sua teoria das pulsões, Freud constrói uma representação descentrada do psiquismo. Esse descentramento recoloca a relação entre Barbárie e Civilização, mas não na lógica da mútua exclusão, da qual as duas noções foram construídas. As conseqüências epistemológicas da clínica freudiana descartam a
idéia de uma involução bárbara. A Barbárie não seria pensada como um acidente “regressivo”, descolado do vetor linear temporal de uma maturação cultural. Desse modo, pode-se deslocar uma parte do enigma do nazismo para outro: o processo de facilitação, através do qual a hybris de paixões mortíferas de destrutibilidade invade a ordem societal ordinária, “civilizada” e moderna. O autor interroga alguns signos contemporâneos de um possível e vindouro evento “bárbaro”.
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Copyright (c) 2005 Gérard Rabinovitch

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