Formação da literatura nacional: balizas histórico-culturais
Resumo
Objetivamos rediscutir os marcos histórico-cronológicos e culturais da formação da literatura brasileira. Tais marcos foram delineados entre as décadas de 1830 e 1880 e sistematizados nos decênios seguintes, quando se estabeleceram suas balizas fundamentais, determinando-se um cânone de obras e autores de acordo com escolas ou tendências numa sequência evolutiva. As fronteiras entre as escolas só começaram a ser objetadas a partir da década de 1960 com a publicação de estudos, especialmente o de Antonio Candido, Formação da literatura brasileira de 1959. Nesse livro, tomando como base a herança histórico-crítica precedente e incorporando muitos de seus elementos, o autor repensa os marcos histórico-culturais do nascimento da literatura e propõe, como seus momentos decisivos, o Arcadismo no século XVIII e o Romantismo no XIX de acordo com o estabelecimento de um sistema literário. Seis décadas depois, apresentamos uma sugestão de redefinição dos limites históricos das tendências literárias nacionais, incorporando resultados de perspicazes pesquisas anteriores, sobretudo a de Antonio Candido.
Downloads
Referências
CAMPOS, Haroldo. O sequestro do barroco na formação da literatura brasileira. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado, 1989.
CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira: momentos decisivos. 4. ed. São Paulo: Martins, 1971. 2 v.
CANDIDO, Antonio. Literatura e cultura de 1900 a 1945. In: CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade: estudos de teoria e história literária. 5. ed. São Paulo: Nacional, 1976. p. 109-138.
CANDIDO, Antonio. Iniciação à literatura brasileira. 4. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2004.
CARPEAUX, Otto Maria. História da literatura ocidental. São Paulo: Leya, 2011. v. 1.
CARVALHO, José Murilo de. Brasil: nações imaginadas. In: CARVALHO, José Murilo de. Pontos e bordados: escritos de história e política. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1999. p. 233-268.
COUTINHO, Afrânio. Introdução geral. In: COUTINHO, Afrânio (Org.). A literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Sul Americana, 1955a. v. 1, p. 15-86.
COUTINHO, Afrânio. O regionalismo na prosa de ficção. In: COUTINHO, Afrânio (Org.). A literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Sul Americana, 1955b. v. 2, p. 145-151.
COUTINHO, Afrânio. Conceito de literatura brasileira. Petrópolis: Vozes, 1981.
HANSEN, João Adolfo. Aleijadinho e outras representações: prefácio. In: GRAMMONT, Guiomar de. Aleijadinho e o aeroplano: o paraíso barroco e a construção do herói nacional. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008. p. 17-31.
LEONEL, Maria Célia; SEGATTO, José Antonio. Formação da literatura e constituição do Estado nacional. In: LEONEL, Maria Célia; SEGATTO, José Antonio. Ficção e ensaio: literatura e história no Brasil. 1. reimpr. São Carlos: EdUFSCar, 2014. p. 165-186.
MOREIRA, Maria Eunice. Regionalismo literário rio-grandense: invenção da historiografia literária. In: MALLARD, Letícia et al. (Org.). História da literatura: ensaios. 2. ed. Campinas: Ed. da UNICAMP, 1995. p. 75-97.
MOREIRA, Maria Eunice. Apresentação. In: MOREIRA, Maria Eunice (Org.). Histórias da literatura: teorias, temas e autores. Porto Alegre: Mercado Aberto, 2003. p. 9-12.
NOVAIS, Fernando Antonio. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial: 1777-1808. 4. ed. São Paulo: Hucitec, 1986.
NUNES, Benedito. Historiografia literária. In: NUNES, Benedito. Crivo de papel. São Paulo: Ática, 1988. p. 205-246.
ROUANET, Maria Helena. Eternamente em berço esplêndido: a fundação de uma literatura nacional. São Paulo: Siciliano, 1991.
SCHLEGEL, Karl Wilhelm Friedrich von. Introdução (à História da literatura europeia) - 1803-1804. In: SOUZA, Roberto Acízelo de (Org.). Uma ideia moderna de literatura: textos seminais para os estudos literários (1688-1922). Chapecó: Argos, 2011. p. 501-510.
SODRÉ, Nelson Werneck. História da literatura brasileira: seus fundamentos econômicos. 3. ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1960.
VENTURA, Roberto. Estilo tropical: história cultural e polêmicas literárias no Brasil, 1870-1914. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
VENTURA, Roberto. História e crítica em Sílvio Romero. In: MALLARD, Letícia et al. (Org.). História da literatura. 2. ed. Campinas: Ed. da UNICAMP, 1995. p. 37-54.
VERÍSSIMO, José. História da literatura brasileira: de Bento Teixeira (1601) a Machado de Assis (1908). 4. ed. Brasília: UNB, 1963.
Bibliografia consultada
A LITERATURA BRASILEIRA. São Paulo: Cultrix, 1965-1969. 6 v.
ANDRADE, Mario de. O movimento modernista. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do Brasil, 1942.
ARARIPE JÚNIOR, Tristão de Alencar. Introdução à história da literatura brasileira. In: BOSI, Alfredo (Org.) Araripe Júnior: teoria, crítica e história literária. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1978.
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 32. ed. rev. e atual. São Paulo: Cultrix, 1994.
CANDIDO, Antonio; CASTELLO, José Aderaldo. Presença da literatura brasileira: história e antologia. São Paulo: DIFEL, 1964. 3 v.
CARVALHO, Ronald de. Pequena história da literatura brasileira. 5. ed. rev. e aum. Rio de Janeiro: Briguiet, 1935.
CASTELLO, José Aderaldo. A literatura brasileira: origens e unidade (1500-1960). São Paulo: EDUSP, 1999. 2 v.
COUTINHO, Afrânio (Org.). A literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Sul Americana, 1955. 4 t.
MOISAN, Clément. Qu’est-ce que l’histoire littéraire? Paris: Presses Universitaires de France, 1987.
MOISÉS, Massaud. História da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1983-1988.
ROMERO, Sílvio. História da literatura brasileira. 6. ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1960. 5 v.

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
O envio de qualquer colaboração implica, automaticamente, a cessão integral dos direitos autorais à PUC Minas. Solicita-se aos autores assegurarem:
- a inexistência de conflito de interesses (relações entre autores, empresas/instituições ou indivíduos com interesse no tema abordado pelo artigo), e
- órgãos ou instituições financiadoras da pesquisa que deu origem ao artigo.
- todos os trabalhos submetidos estarão automaticamente inscritos sob uma licença creative commons do tipo "by-nc-nd/4.0".