Lutar com palavras entre ruínas: narrativa e errância em flores artificiais, de Luiz Ruffato

  • Marcela Ferreira Silva UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
Palavras-chave: Testemunha, Viagem, Narrativa, Flores Artificiais, Luiz Ruffato.

Resumo

A narrativa brasileira contemporânea tem problematizado a relação do sujeito com o espaço de diferentes maneiras, com destaque para a tematização do trânsito nos grandes centros urbanos e as inúmeras viagens realizadas pelas personagens. Esses “não lugares” (AUGÉ, 1994) têm sua relevância garantida por meio da construção de personagens transeuntes, andarilhos, viajantes, turistas, migrantes e imigrantes, que não conseguem se fixar em lugar nenhum, tampouco estabelecer relações de intimidade e pertencimento com os espaços por onde transitam. À luz dessas constatações, discutiremos o entrelaçamento dos temas da errância e da narrativa no romance Flores Artificiais, de Luiz Ruffato, publicado em 2014, visto que, nesse romance, além da referida problematização do sujeito com os espaços, questiona-se, também, as fronteiras da narrativa no contexto da contemporaneidade.

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Biografia do Autor

Marcela Ferreira Silva, UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

Marcela Ferreira da Silva é graduada em Letras pela Universidade Estadual de Goiás, mestre em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Goiás e doutoranda em Letras e Linguística também pela UFG. Atualmente é professora efetiva na Secretaria Estadual de Educação de Goiás como professora de Língua Portuguesa no Colégio Estadual Presidente Costa e Silva. Desenvolve pesquisa acerca da literatura brasileira contemporânea, especialmente sobre a narrativa de Luiz Ruffato, sob a orientação do professor Dr. Flávio Pereira Camargo.

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Publicado
23-10-2017
Como Citar
Silva, M. F. (2017). Lutar com palavras entre ruínas: narrativa e errância em flores artificiais, de Luiz Ruffato. Scripta, 21(42), 236-258. https://doi.org/10.5752/P.2358-3428.2017v21n42p236
Seção
VOLUME 21 / NUMERO 42 - 2017 - Exílios e diásporas na literatura