Environmental securitization in International Politics: an

analysis of political leadership’ discourses in the context

of the Paris Agreement ........................................................................................ 2

Securitização ambiental na Política Internacional: uma análise de discursos de lideranças políticas no contexto do Acordo de Paris

Securitización Ambiental em la Política Internacional: un análisis de discursos de liderazgos políticos en el contexto del

Acuerdo de París

Victor de Matos Nascimento

Brazil’s vulnerability to climate change: an analysis

based on the University of Notre Dame’s Global

Adaptation Initiative (ND-GAIN)......................................................................... 12

A vulnerabilidade do Brasil às mudanças climáticas: uma análise baseada na Iniciativa de Adaptação Global da Universi-

dade de Notre Dame (ND-GAIN)

La vulnerabilidad de Brasil al cambio climático: un análisis basado en la Iniciativa de Adaptación Global (ND-GAIN) de

la Universidad de Notre Dame

Mariana Ferreira Torres

Fontes de crescimento das exportações brasileiras de

celulose e dos seus principais competidores no mercado

internacional, em diferentes períodos ............................................................... 21

e sources of growth of brazilian wood pulp exports and its main competitors in the international market, in dierent periods

Fuentes de crecimiento de las exportaciones brasileñas de pulpa y de sus principales competidores en el mercado internacional

Jessia Albertina Carvalho da Silva, Márcio Lopes da Silva, Naisy Silva Soares

Falling-Behind: India’s space sector and Brazil’s attempts to develop its own ......... 30

Ficando para atrás? O setor espacial Indiano e as tentativas brasileiras

Quedando Atrás: El sector espacial de la India y los intentos de Brasil de desarrollar el suyo propio

Gustavo Fornari Dall’Agnol

Análise da cooperação bilateral histórica para o desenvolvimento

entre a China e a Guiné-Bissau: infraestruturas e a economia ........................ 40

Analysis of historical bilateral cooperation for development between china and guinea-bissau: infrastructures and the economy

Análisis de la cooperación bilateral histórica para el desarrollo entre china y guinea-bissau: infraestructuras y economía

Nelsio Gomes Correia

Five myths about cryptoterrorsim: understanding trends

and modus operandi of terrorism ﬁnancing through cryptoassets .................... 51

Cinco mitos sobre criptoterrorismo: entendendo tendências e o modus operandi do nanciamento do terrorismo através de criptoativos

Cinco mitos sobre criptoterrorismo: entendiendo tendencias y modus operandi del nanciamiento del terrorismo a través de criptoactivos

Jorge, M. Lasmar, PhD., Rashmi Singh, PhD.

RESENHA: Globalizing Regionalism and International Relations ...................... 69

REVIEW: Globalizing Regionalism and International Relations

REVISIÓN: Globalizing Regionalism and International Relations

Flávia Lanza

2 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.2 - 11, abr. 2024

Environmental securitization in

International Politics: an analysis of

political leadership’ discourses in the

context of the Paris Agreement

Securitização ambiental na Política Internacional: uma análise de discursos de lideran-

ças políticas no contexto do Acordo de Paris

Securitización Ambiental em la Política Internacional: un análisis de discursos de lide-

razgos políticos en el contexto del Acuerdo de París

Victor de Matos Nascimento1

Recebido em:10 de março de 2023

Aprovado em: 20 de março de 2023

DOI: 10.5752/P.1809-6182.2024v21n1pX-X

1 Doutorando em Relações Internacionais pelo Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da PUC Minas. ORCID:

0000-0002-9107-0498. Contato: victormatosnasc@gmail.com.

2 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte,

ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.2 - 11, abr. 2024

Abstract

Considering the relationship between environmental problems and international security,

this paper questions whether there has been, in recent years, a movement by political

leaderships to securitize environmental problems? e methodology applied in this paper

was a bibliographical review on securitization and its relationship with environmental

discussions. en, we proceed with a discourse analysis of important political leaderships in

the context of the birth of the Paris Agreement. As a result, we observed that, academically,

the debate on the environment and security still lacks many studies. And, although it is not

possible to arm that there is a movement of securitization on the part of international

political leaderships, in the context of COP-21 there were important speeches associating

environmental problems with an urgent threat to the future of humanity.

Key-words: Environment. Climate Change. Securitization. Discourses. Paris Agreement.

Resumo

Considerando a relação entre os problemas ambientais e a segurança internacional, este

artigo questiona se houve, nos últimos anos, um movimento das lideranças políticas para

securitizar os problemas ambientais? A metodologia aplicada neste artigo foi uma revisão

bibliográca sobre securitização e sua relação com as discussões ambientais. Em seguida,

procedemos a uma análise do discurso de importantes lideranças políticas no contexto do

nascimento do Acordo de Paris. Como resultado, observamos que, academicamente, o

debate sobre meio ambiente e segurança ainda carece de muitos estudos. E, embora não

Artigo

3 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.2 - 11, abr. 2024

Introduction

ere is already a consensus that climate

change has an expressive anthropogenic com-

ponent and that its consequences aect the

world population in dierent ways. In recent

years, discussions have increased about con-

icts generated by scarcity of resources, mi-

grations induced by environmental problems,

damage to agriculture due to extreme tempera-

tures and loss of territory due to rising sea le-

vels. Although some of these consequences are

still isolated, the fact is that important scienti-

c institutions, such as the Intergovernmental

Panel on Climate Change (IPCC) attest that,

in the path that humanity has been following,

if no signicant reduction in global emissions

of greenhouse gases (GHG) is made, these con-

sequences will increase (Franchini et al. 2017;

IMCCS, 2021).

Aware of these consequences, our paper

aims to discuss the relationship between envi-

ronmental issues and international security. We

question if there has been, in recent years, a

movement by political leaderships to securiti-

ze environmental problems? To carry out this

work, through a bibliography review, we rst

highlight the contributions of the Securitiza-

tion eory of the Copenhagen School and

discusses its arguments for the development

of the studies that investigates the relationship

between security and environmental problems.

Afterwards, we carry out a discourse analysis

of important political leaderships for environ-

mental governance in the context of the Paris

Agreement, looking for elements that indicate

whether or not there is an attempt to securiti-

ze the climate issue. As this discussion involves

many aspects, it is noteworthy that this work

does not intend to verify whether the identied

securitization attempts were eective or not.

In addition, our work aims to ll a gap in this

debate, since, as will be shown later, there is a

scarcity of works that make this link that we are

proposing.

seja possível armar que exista um movimento de securitização por parte das lideranças

políticas internacionais, no contexto da COP-21 houve discursos importantes associando os

problemas ambientais a uma ameaça urgente ao futuro da humanidade.

Key-words: Meio Ambiente. Mudança do Clima. Securitização. Discursos. Acordo de Paris

Resumen

Considerando la relación entre los problemas ambientales y la seguridad internacional,

este artículo cuestiona si ha habido, en los últimos años, un movimiento por parte de los

liderazgos políticos para securitizar los problemas ambientales. La metodología aplicada

en este artículo fue una revisión bibliográca sobre la titulización y su relación con las

discusiones ambientales. Luego, procedemos con un análisis del discurso de importantes

liderazgos políticos en el contexto del nacimiento del Acuerdo de París. Como resultado,

observamos que, académicamente, el debate sobre medio ambiente y seguridad aún

carece de muchos estudios. Y, si bien no es posible armar que exista un movimiento

de securitización por parte de los liderazgos políticos internacionales, en el contexto de

la COP-21 hubo importantes discursos asociando los problemas ambientales con una

amenaza urgente al futuro de la humanidad.

Palabras-clave: medio ambiente. Cambio Climático. Securitización. Discursos. Acuerdo de

París.

4 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.2 - 11, abr. 2024

Securitizing an issue and the

environmental agenda

In the eld of international security stu-

dies, it is common for authors to diverge on

the concept of security, depending on their

theoretical aliations. ere are those who

defend the exclusivity of the sovereign State

as the main object of reference, such as rea-

lists and neorealists, and others who advocate

a broader concept, such as constructivist and

critical theorists, who oer an approach that

embodies a concern for human beings. It was

in the constructivist approach that the Securi-

tization eory of the Copenhagen School was

established, having as one of its pillars the idea

that securitization takes place through a social

process (Malik, 2015).

Constructivism considers that internatio-

nal relations are socially constructed through

meanings, identities, what certain agents belie-

ve and also through the observation of analysts

about certain phenomena. For the Securitiza-

tion eory, they are social processes that de-

termine whether a given issue is a security issue

or not. us, depending on how it is interpre-

ted, any subject can be a security issue and,

consequently, contrary to traditional approa-

ches in International Relations, the Securitiza-

tion eory goes beyond the sovereign State,

considering multiple reference objects (Malik,

2015).

Of course, if any issue can be a security

issue, none will be. To avoid this problem, Bu-

zan et al. (1998) suggest three criteria for iden-

tifying a security issue: (1) the presence of an

existential threat; (2) the need to act to prevent

a given threat must become a priority; and (3)

the possibility of breaking the rules that govern

the relationship between agents under normal

conditions. In any case, securitization is a sel-

f-referential practice, because it is in the social

process that the subject becomes a security is-

sue, being presented as such, and not because it

is necessarily a threat.

We also consider that an issue is usually

presented as an existential threat by elites, but

the next step depends on an audience’s accep-

tance that that threat is real and of concern to

everyone involved in the context. Only then,

emergency procedures can be adopted, such as

removing that subject from a policy eld un-

der normal conditions and the possibility of

breaking the rules (Malik 2015). e points

highlighted above about securitization and

the explanatory power of the constructivist

approach are important in understanding how

the securitization of environmental issues has

developed over time.

Hough (2015) argues that the securitiza-

tion of environmental issues in international

relations is still a debate far from a consensus.

Although securitization does not necessarily

refer to the militarization of an issue, some

scholars believe that the environmental issue

should not be militarized. Others, like tradi-

tional realists, advocate that issues that are not

military in nature should not be securitized.

An alternative path, which is perhaps one of

the most promising, and which only began to

be developed in the 1990s, places environmen-

tal issues in the perspective of human security,

understanding that thousands of people die

from air pollution and other consequences cli-

mate change. Allenby (2000) also points that

the intersection between national security and

environmental problems started to become

more clearly when the stability of the world’s

ecosystems began to be questioned, in the end

of Cold War and the 20th century. Hence, the

5 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.2 - 11, abr. 2024

implications to States, more importantly, their

societies, became undeniable.

One of the rst debates on this issue focu-

sed on the State, highlighting the connection

of climate and key issues in the security debate,

such as war and conict. At the origin of these

problems would be global warming, scarcity of

resources such as water, environmental disas-

ters, oods, diseases and refugee movements

(Hough, 2015). To this day, many believe that

these are isolated problems and still far into the

future. However, these problems are systemic

and are already happening, as shown by data

from institutions such as the IPCC on high

temperatures in tropical areas of the globe, the

challenges of societies dependent on agricul-

ture, sea level rise, forest res and the spread

of pests (Wallace-Wells, 2019). e point is, if

before the debate was about the connection of

these problems with the State, today it is in-

creasingly evident and inseparable from the

impact on human beings’ lives.

Another argument that reinforces the

seriousness of the situation is the discussion

about the Anthropocene. Especially from the

1970s onwards, the increase in scientic evi-

dence reinforced the impact of human activity

on the environment, aggravating certain en-

vironmental problems and increasing global

warming. e pressure of human beings on the

planet allowed the disruption of systems essen-

tial to the stability of life, and the result is that

since the Industrial Revolution the Earth has

abandoned the Holocene period, abandoning a

stability of the last twelve millennia (Franchini

et al. 2017).

At this point, we need to clarify what we

are calling international environmental pro-

blems and what climate problems are. e rst

are “those impacts on the natural environment

of human activities that some signicant set of

people view as negative and that have either a

transboundary or international commons as-

pect” (Mitchell, 2010, p. 21). is is, a pro-

blem exists, in fact, when it is perceived as such

by a set of actors who understand it as so. A cli-

mate problem, on the other hand, is related to

the period in which we live, the Anthropocene,

and concerns, above all, global climate change

and global warming, which in turn are also in-

ternational environmental problems.

In the last thirty years, in addition to the

increase in scientic evidence, it is possible to

identify countries and international organiza-

tions that carry out initiatives that bring the

environmental issue closer to the eld of se-

curity. Often this happens only in a discourse,

but, as seen, it is in the social process that se-

curitization takes place. For example, in 1994,

Russia adopted a declaration stating that en-

vironmental security was part of the country’s

national security. In 2012, Brazil mobilized

the armed forces to ght res in the Ama-

zon, signaling the concern with this problem

(Hough,2015). It is also noteworthy, as stated

by Santos (2015) that, although the IPCC pre-

sents itself as a neutral institution, aspects of

securitization can be identied in its discourses

on global warming. For the author, this securi-

tization is shared by Small Island States, as they

have high levels of vulnerability and exposure

to rising sea levels caused by climate change.

In a recent work, Mendes et al. (2020)

questioned whether vulnerability to climate

change increased or decreased a country’s at-

tempt to securitize an issue. According to the

authors, the hypothesis that a country with a

higher level of vulnerability would be more li-

kely to securitize the climate agenda does not

hold, as the information available to deal with

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this issue may be sucient for policy making,

and how emergency measures can lead to po-

litical instability, it is preferable to deal with

the issue within traditional channels. In other

words, in the debate on the relationship bet-

ween the environmental agenda and interna-

tional security, it is necessary to be aware of the

existence of a series of elements.

It is also necessary to consider the argu-

ments of those who are against the inclusion

of environmental issues in security studies.

According to Deudney (1990), analytically it

would be misleading to think of threats to the

environment as threats to national security, be-

cause its traditional focus would be intra-sta-

te violence and not environmental problems.

Furthermore, according to him, environmental

degradation is not likely to cause wars between

states. Note that this reasoning reects a logic

that does not consider human security as an

analytical object of debate and, in addition, as

already pointed out, securitization does not ne-

cessarily refer to the militarization of an issue.

Although it cannot be said that climate

change has already caused conicts between

States, in the domestic sphere the situation is

dierent. Climate change already has eects on

peace and security, for example in armed con-

icts in institutionally fragile contexts, and the

trend is that with the increase in temperature

this will intensify. Although climate is part of

the agenda of important international security

agents, such as the European Union and the

North Atlantic Treaty Organization (NATO),

there is still a long way to go, thinking in terms

of State security and human security (IMCCS

2021).

Furthermore, Deudney’s (1990) argument

about the focus on intrastate security can also

be criticized, since an event potentially harmful

to the environment can start domestically and

aect other countries and regions as well. For

Carter et al. (2021), the consequences of cli-

mate change are transboundary and have a sys-

temic impact, varying in scales and dynamics,

depending on the geographic conditions and

socioeconomic contexts of the aected places.

Again, an approach that pays attention to the

implications of these developments on inter-

national security is important, as only in this

way can adaptation and mitigation planning be

able to build an eective resilience structure.

After these brief considerations on the en-

vironmental theme in the eld of security, what

is observed in the theoretical sphere is that the-

re is still much disagreement and a scarcity of

works on the articulation between the themes.

In practice, initiatives by countries and inter-

national organizations were pointed out in the

articulation between these themes, but there is

still a lack of studies to know the contribution

they have to the securitization of the environ-

mental theme.

Environmental Security in the

international politics of the Paris

Agreement

Resuming the question that guides this

paper, if there has been, in recent years, a mo-

vement by political leaderships to securitize

environmental problems, an analysis will be

made of the initiatives of international policy

agents that have elements that can be interpre-

ted as attempts to securitize the environmental

theme. Speeches by political leaderships will be

analyzed – former US President Barack Oba-

ma, former US Vice President Al Gore, Pope

Francis and the Executive Secretary of the Uni-

ted Nations Framework Convention on Clima-

7 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.2 - 11, abr. 2024

te Change (UNFCCC), Cristina Figueres; and

the environmental NGO Greenpeace. ese

agents were chosen because it is assumed that

their positions were important in the context

that led to the establishment of the Paris Agree-

ment in 2015, and also because, they can be

understood, according to theory, as elites whi-

ch discourses matters to determined audiences.

By political leadership, we are assuming

that it is an actor or a set of actors that can

play important roles in a given negotiation or

issue, depending on their attributes. As stated

by Wettestad (1999), a leadership is normally

focused on the success of a negotiation accor-

ding to the values that guide their understan-

ding of success. Underdal (2002) goes beyond

this dimension of negotiation, thinking of a

more diuse and subtle process, where leader-

ship may not present itself explicitly and will

depend on the observer’s identication of his

role in the issue.

As discussed, the constructivist contribu-

tion to security studies believes that securitiza-

tion takes place through a social process, and

one of its primary components is discourse.

Texts, pronouncements, statements and ima-

ges are examples of speeches, as they can con-

tain words or symbols with meanings that go

beyond language, which can also be part of a

historical and social process (Maingueneau

2003). Discursive manifestations can mobilize

a set of elements to try to securitize a given is-

sue.

ere are three modalities of Discourse

Analysis. For this work, modality 2 (AD-2),

commonly associated with the constructivist

eld, is the one that oers the greatest explana-

tory contribution, as it considers the concept

of discursive formation by Foucault (2008),

which establishes that discourses come out of

a specic social place and are also invaded by

other discursive formations (Foucaut 2008;

Mussalim 2006). To operationalize this analy-

sis, we searched for discursive formations in

discourses that associate environmental degra-

dation to a situation of risk, crisis, emergency,

mass extinction and threat to the next genera-

tions.

In 2015, the context in which the discus-

sion on environmental governance took place

was marked by the expectation that the 21st

Conference of the Parties (COP-21) would

manage to establish a strong agreement that

would succeed the 1997 Kyoto Protocol. e

context was driven by increasing scientic evi-

dence attesting to the serious consequences of

GHG emissions and rising global temperatures

on the environment. At the time, two coun-

tries were fundamental agents (and continue

to be): China, currently the country that emits

the most GHG annually, and the USA, which

occupies the second position annually, but rst

in the historical emissions (Silveira, 2019).

In August 2015, the U.S. Environmental

Protection Agency (EPA) released the Clean

Power Plan. e plan, which had the support

of President Barack Obama, set limits on car-

bon dioxide (CO2) emissions from power

plants, and proposed a 32% cut below 2005

levels by 2030 (Clean... 2015). Previously, also

endorsed by Obama, the US had presented its

Intended Nationally Determined Contribu-

tions (iNDC) with a total GHG emission re-

duction target of 26-28% below 2005 levels by

2025 (US... 2015). ese targets represented

a concern on the part of the US and Obama

with emissions of CO2, the most harmful to

the atmosphere, and of the GHG as a whole.

However, for Greenpeace, the proposals were

not enough.

8 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.2 - 11, abr. 2024

e Obama Administration has submitted a

plan to reduce US climate impacts that be-

gins to treat the wound, but does not stop the

bleeding. As the world’s second largest emit-

ter, the US must strengthen its commitment

to climate solutions before Paris to ensu-

re an agreement that immediately spurs the

necessary transition away from fossil fuels

and towards 100 percent renewable energy

(Greenpeace... 2015, s/p, author’s italics).

is position by one of Greenpeace’s lea-

derships shows an association between the en-

vironmental problem and a disease, as seen in

the terms “wound” and “bleeding”. ese ter-

ms are metaphors, a resource widely used by

political agents in speeches in order to bring

the target audience closer to the object they

want to draw attention to. Metaphors are in

the construction of discourses, whether literary

or scientic, and allow associating a certain

cognitive structure to an object that is being

debated (García, 2004). In addition to meta-

phors, Greenpeace also uses the verb “should”

conjugated in the present tense and the adverb

“immediately”, signaling the degree of urgency

it believes should be attributed to the issue.

Although Greenpeace did not consider

the Obama administration’s proposal enough,

the fact is that, at least in his speeches, former

President Obama was aware of the enormous

environmental challenge facing humanity. On

June 25th, 2013, Obama stated:

And someday, our children, and our children’s

children, will look at us in the eye and they’ll

ask us, did we do all that we could when we

had the chance to deal with this problem and

leave them a cleaner, safer, more stable world?

And I want to be able to say, yes, we did.

Don’t you want that? (Remarks... 2013, s/p,

author’s italics).

In this excerpt, we observe that Obama

associates the environmental challenge with

a generational issue, questioning his interlo-

cutors about the future they would leave for

their children. Obama also uses the adjectives

“clean, safe and stable” to refer to the future he

is questioning. For many societies, security and

stability are attributes considered fundamental

to the social order, therefore, by putting these

attributes in check, it is believed that there is

an initiative on the part of Obama to place the

debate on the future of environmental gover-

nance in the eld of security.

In addition to the highlighted points,

the last sentence underlined, “don’t you want

that?”, reinforces the idea of trying to convin-

ce an audience about a certain issue. As men-

tioned, one of the elements that make up the

securitization of an issue is the acceptance by

an audience that it is urgent. Only in this way

is it possible to remove it from a eld of poli-

tics under normal conditions, and place it in

another that allows for the adoption of more

urgent actions and even the breaking of rules

(Malik, 2015).

Albert Arnold (Al) Gore Jr., former US

Vice President, is also known for being an

environmental activist, founder of the NGO

Climate Reality and, a 2007 Nobel Peace Prize

laureate with the IPCC (e Nobel... 2020). In

2015, when speaking at COP-21, he declared:

make no mistake, the next generation will

inherit the Earth we bequeath to them. […]

If they live in a world in which we have not

addressed this crisis […] they would be jus-

tied in looking back at us, this group of us

gathered here in Paris in December of 2015

and asking, ‘what were you thinking?! Why did

you not act?! (Envirobeat, 2015, s/p, author’s

italics).

As we see, this speech has many elements

that are similar to the one delivered by Oba-

ma. ere is a mention of the generational is-

sue and the Planet that humanity is leaving for

9 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.2 - 11, abr. 2024

our successors. Furthermore, Al Gore uses the

same strategy as Obama when questioning his

interlocutors about “why did you not act?!”.

Furthermore, he also calls the environmental

problem a “crisis”, adding an element that re-

fers to something more worrying and that de-

mands more attention.

Another important gure in 2015 was

Pope Francis, who published an Encyclical

Letter called Laudato Si’2, which addressed the

interconnected nature of environmental, eco-

nomic, and equity issues. In the text, Francis

states that “it is necessary to reinvigorate the

awareness that we are one human family. ere

are no borders or political or social barriers that

allow us to be isolated” (Francisco, 2015, p. 42-

43, author’s italics). In another excerpt, he re-

fers to “a crisis that is a ‘dramatic consequence’

of the uncontrolled activity of human beings”

(p. 4, author’s italics). e text also highlights

the presence of terms such as “ecological crisis”

and “urgency” in relation to human awareness.

As noted, the document mixes elements that

give faith, such as the allusion to the “human

family”, but it also recognizes the anthropoge-

nic nature of environmental problems. In addi-

tion, like Obama and Al Gore, Francisco calls

the situation a “crisis”, communicating to his

audience, mostly made up of Catholic Chris-

tians, about the seriousness of the situation.

One of the reasons for the importance of

the encyclical letter is precisely the audience

it reaches, bearing in mind the gure of Pope

Francis. For Cristina Figueres, UNFCCC Exe-

2 Laudato Si’ comes from “Laudato Si’, mi Signore”, a chant

sung by St. Francis of Assisi whose meaning was “Praised

be You, my Lord”. In the letter, Francisco addresses all of

humanity, warning of the consequences of the devastation

that has been done to the planet. Published in a book, the

text originated the Laudato Si’ Movement, whose goals are

inspired by the Sustainable Development Goals of the UN

2030 Agenda (Francisco, 2015).

cutive Secretary at the time, “Pope Francis’

encyclical underscores the moral imperative for

urgent action on climate change to lift the pla-

net’s most vulnerable populations, protect deve-

lopment, and spur responsible growth (Pope...

2015, s /p, author’s italics). In this speech, the

Executive Secretary highlights the impact on

the most vulnerable populations, reinforcing

that this cut is also important for the debate.

Furthermore, in addition to emphasizing the

call for “urgent action”, Figueres also empha-

sizes that taking care of the Planet would be a

“moral imperative”, making use of the assump-

tions that guide the Catholic Christian faith,

and also of concern for future generations. In

other words, his speech is also in tune with tho-

se of the other agents analyzed, especially in the

understanding that urgent action is needed.

Considering Buzan et at. (1998)’s three

criteria, what we can observe in each political

leadership is: Greenpeace uses metaphors and

verbs characteristic to securitization speeches,

but asks for an action of the U.S. government

into the institutional channels, such as a stron-

ger NDC. Obama and Al Gore allude to the

generational issue and a moral commitment of

humanity, but they do not make it clear whe-

ther this should become a priority. In Obama’s

case, although he speaks of values such as se-

curity and stability, which are commonly rela-

ted to security, there is not a possibility of action

through the breaking of rules. With regard to

Pope Francis and the Executive Secretary of the

UNFCCC, both mobilize in their speeches the

issue of humanity’s moral imperative towards

the environment and the next generations, but

also do not go beyond the identication of an

existential threat.

10 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.2 - 11, abr. 2024

Conclusion

Among International Relations academi-

cs, depending on their theoretical aliations,

there is a series of disagreements about the

reading of environmental problems and their

impacts through the lens of security studies.

Among political leaders and decision makers,

focusing on those who bring the environmen-

tal issue in their discourse, what is observed is

the presence of elements that can be interpre-

ted as attempts at securitization, but which do

not go beyond the identication of an existen-

tial threat.

We asked whether in recent years there

has been a movement by political leaderships

to securitize environmental problems? Some

elements of the Securitization eory were

presented and its consequences were discussed,

when the focus is on environmental problems.

In our speech’s analysis, what was observed

were important leaderships of countries and

institutions with speeches that make use of

common resources in securitization attempts,

such as the use of metaphors and the intention

to convince a certain audience about a cer-

tain issue. However, none of them said openly

that environmental problems must become a

priority, or at least, they did not specify how

it should be done. And more important, all

of them are speaking from institutional chan-

nels and saying that measures need to be taken

through them, encouraging, for example, the

adoption of the Paris Agreement.

us, although it is not possible to state

that there is a movement of securitization on

the part of international leaderships, what is

clear is that this is a debate among academics

– which needs to be intensied - and that, in

the context of COP-21, important leaderships

spoke out by associating environmental pro-

blems with an existential threat to the future

of humanity. Furthermore, if in previous years

there were environmental movements and dis-

persed voices that denounced environmental

problems, what we had in the 2015’s context,

at least discursive, are speeches of the interna-

tional political elite relating these themes.

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12 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p12 - 20, abr. 2024

Brazil’s vulnerability to climate change:

an analysis based on the University

of Notre Dame’s Global Adaptation

Initiative (ND-GAIN)

A vulnerabilidade do Brasil às mudanças climáticas: uma análise baseada na Iniciativa

de Adaptação Global da Universidade de Notre Dame (ND-GAIN)

La vulnerabilidad de Brasil al cambio climático: un análisis basado en la Iniciativa de

Adaptación Global (ND-GAIN) de la Universidad de Notre Dame

DOI: 10.5752/P.1809-6182.2024v21n1pX-X

Mariana Ferreira Torres1

1 Doutoranda em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). Mestre

e Bacharel em Relações Internacionais pela PUC Minas. E-mail: marianaftorres22@gmail.com. ORCID: https://

orcid.org/0009-0000-1864-3344 .

Artigo

Abstract: is article aims to analyze Brazil’s vulnerability to climate change based on

the Notre Dame Global Adaptation Initiative (ND-GAIN), from 1995 to 2021. e

methodology applied was a bibliographical review on the concept of vulnerability and a case

study of Brazil based on the ND-GAIN. As a result, it was observed that Brazil’s vulnerability

has worsened or decreased in dierent moments. More recently, Brazil has relatively low

vulnerability, but also low response capacity to face the challenges of climate change.

Keywords: Climate Change. Vulnerability. Brazil. ND-GAIN.

Resumo: Este artigo tem como objetivo analisar a vulnerabilidade do Brasil à mudança

do clima com base no Índice de Adaptação Global da Universidade de Notre Dame (ND-

GAIN), de 1995 a 2021. A metodologia aplicada foi uma revisão bibliográca sobre o

conceito de vulnerabilidade e um estudo de caso do Brasil com base no ND-GAIN. Como

resultado, observou-se que a vulnerabilidade do Brasil aumentou ou diminuiu em diferentes

momentos. Mais recentemente, o Brasil apresenta vulnerabilidade relativamente baixa, mas

também baixa capacidade de resposta para enfrentar os desaos da mudança do clima.

Palavras-chave: Mudança do clima. Vulnerabilidade. Brasil. ND-GAIN.

Resumen: Este artículo tiene como objetivo analizar la vulnerabilidad de Brasil al

cambio climático a partir de la Iniciativa de Adaptación Global de Notre Dame (ND-

GAIN), de 1995 a 2021. La metodología aplicada fue una revisión bibliográca sobre el

concepto de vulnerabilidad y un estudio de caso de Brasil basado en el ND-GAIN. Como

resultado, se observó que la vulnerabilidad de Brasil aumentó o disminuyó en diferentes

momentos. Más recientemente, Brasil tiene una vulnerabilidad relativamente baja, pero

también una baja capacidad de respuesta para enfrentar los desafíos del cambio climático.

Palabras clave: Cambio climático. Vulnerabilidad. Brasil. ND-GAIN.

12 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte,

ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.12 - 20, abr. 2024

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Introduction

Recent extreme weather events around the

world draw attention to how quickly the impacts

of climate change are worsening. In 2023, Bra-

zil faced several extreme events that harmed the

health and well-being of the population, hou-

sing infrastructure, food production, water avai-

lability and the economy. In September 2023,

cities in Vale do Taquari, in Rio Grande do Sul,

were hit by the passage of an extratropical cyclo-

ne that caused strong storms. With the inten-

sity of the rains, the Taquari River overowed,

ooding several cities and forcing thousands of

people to leave their homes. e cyclone left 8

people missing and 50 dead (G1, 2023a).

Brazil also faced severe heat waves in Sep-

tember 2023, when the heat was a record for

the year in the cities of Rio de Janeiro (39.9ºC),

Belo Horizonte (37.1ºC), São Paulo (36.5ºC)

and Curitiba (33.1ºC) (O Globo, 2023). Ano-

ther climate event experienced by Brazil in

2023 was the extreme drought in the Amazon

region, which has aected over 557 thousand

people across the state (G1, 2023b).

As climate change worsens, food produc-

tion systems and water availability are aected,

as well as infrastructure and housing, ecosys-

tem services and biodiversity (IPCC, 2022).

Aware of the growing threat that climate chan-

ge poses to people’s lives and the health of the

planet, this article’s goal is to analyze Brazil’s

vulnerability to climate change. To do so, a

bibliographical review is made to discuss the

concept of vulnerability and its focus on clima-

te change. en, the ND-GAIN is introduced.

Finally, a case study is developed mobilizing

this index, to understand Brazil’s vulnerability

from 1995 to 2021, rst and last years of which

ND-GAIN makes the data available.

Vulnerability to climate change

Vulnerability is a multidisciplinary con-

cept. In common sense, it means “the quality

or state of being vulnerable” (Oxford…, n/p, n/

da). To be vulnerable means that something or

someone may be wounded or is susceptible to

receiving physical injury (Oxford…, n/db). It

was from the 1980s onwards that this term be-

gan to be used more frequently, especially in re-

search on risks and dangers related to environ-

mental and climate issues (Iwama et. al., 2016).

To understand this concept applied to cli-

mate change, rst it is important to clarify that

climate change is a “change of climate which is

attributed directly or indirectly to human ac-

tivity that alters the composition of the global

atmosphere and which is in addition to natural

climate variability observed over comparable

time periods” (United Nations, 1992, p.3). Its

adverse eects are the changes in the physical

environment that aect the resilience and pro-

ductivity of ecosystems, the well functioning of

the socio-economic systems and human health

and welfare (United Nations, 1992).

Vulnerability to climate change refers to

the susceptibility of an individual or social

group to suer damage resulting from a certain

amount of exposure to a climate risk (Turner,

2016). Wisner (2003) discusses that it is the

combination of dierent factors that deter-

mines the degree of vulnerability of a person,

which in turn is directly related to the socio

economic condition of individuals, inuencing

their ability to respond, face, resist and recover

from an event. at said, usually the poorest

populations are those most exposed to dierent

risks, and, therefore, are the most vulnerable.

Even though all countries are vulnerable

to climate change, the intensity of this vulnera-

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bility is uneven. is point will be discussed in

the following section. For now, it is worth ma-

king it clear that people or countries with the

fewest resources have the greatest diculties in

facing and adapting to climate change.

To think about vulnerability involves con-

sidering the various dimensions in which an

individual or group is inserted such as social,

economic and political. Regarding a country’s

vulnerability, it is necessary to understand the-

se aspects, alongside its resources, especially

economical and political, to face, adapt and

mitigate the eects of climate change. Finally,

as is not the purpose of this article to carry out

an in-depth bibliographical review on the con-

cept of climate vulnerability, it is believed that

this brief mobilization of the concept is enough

to achieve this article’s main objective.

The Notre Dame Global Adaptation

Initiative

e ND-GAIN goal is to summarize a

country’s vulnerability to climate change as-

sociated with its readiness to improve its resi-

lience in the face of climate change. Currently,

ND-GAIN measures the vulnerability of 185

countries considering two dimensions: (1) vul-

nerability; and (2) readiness. Both dimensions

have their own index, but the ND-GAIN cli-

mate vulnerability index is calculated from the

combination of these two.

First dimension concerns vulnerability,

meaning the “propensity or predisposition of

human societies to be negatively impacted by

climate hazards” (Chen et. al., 2023, p. 5). e

IPCC (2022, p. 2911) understand hazards as

“the potential occurrence of a natural or hu-

man-induced physical event or trend that may

cause loss of life, injury or other health im-

pacts, as as well as damage and loss to property,

infrastructure, livelihoods, service provision,

ecosystems and environmental resources”. is

dimension is measured based on six sectors:

food; water; health; ecosystem services; human

habitat; infrastructure. Each has six indicators,

totalizing 36 indicators of vulnerability. From

these, the ND-GAIN vulnerability index is

calculated varying between the scores of 0 and

1. Scores closer to 0 express less vulnerability,

while scores closer to 1 express greater vul-

nerability. To illustrate, in 2021, the country

with the lowest vulnerability was Switzerland

(0.244) and the country with the highest vul-

nerability was Somalia (0.678) (University…,

2023).

Second dimension concerns readiness,

meaning a country’s capacity “to make eec-

tive use of investments for adaptation actions

thanks to a safe and ecient business environ-

ment” (Chen et. al., 2023, p. 6). is dimen-

sion is measured based on three components:

economic; governance; social. Each has its in-

dicators, totalizing 9 indicators of readiness.

From these, the ND-GAIN readiness index is

calculated also varying between the scores of 0

and 1, but here the logic is reversed in relation

to the previous index. Here, scores closer to 1

express greater readiness and scores closer to 0

express less readiness. To exemplify, in 2021,

the country with the highest readiness was Sin-

gapore (0.805) and the country with the lowest

readiness was Central African Republic (0.138)

(University…, 2023).

Once the two indexes were shown, as

well as the 2021 data for each, the results of

the ND-GAIN nal climate vulnerability in-

dex will be presented. Here, the index varies

from 0 to 100. e higher the score, the bet-

ter (less vulnerability and more readiness). On

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the other hand, the lower the score, the wor-

se (higher vulnerability and less readiness). In

2021, the least vulnerable country was Norway

(75.0), while the most vulnerable country was

Chad (27.0) (University…, 2023).

Considering the performances of the top

and last countries in the three indexes, so-

mething important can be observed. e top

performers (Switzerland, Singapore and Nor-

way) are highly developed countries, while

the worst performers (Somalia, Central Afri-

can Republic, Chad) are amongst the 46 cou-

ntries on the group of the Least Developed

Countries in the World (UNCTAD, 2021).

is draws attention to a particular aspect,

the importance of the resources held by cou-

ntries, whether nancial, political, diploma-

tic, or others. is importance becomes quite

clear when we observe the case of Norway and

Chad, countries that have a huge discrepancy

between their performances in economic, so-

cial and political terms.

On the economic dimension, in 2021,

Norway’s Gross Domestic Product was 490.29

billion dollars, while Chad’s was 11.78 billion

(World Bank Data, 2024). On the social di-

mension, in 2021, both countries had very

dierent performances on the Human Deve-

lopment Index. While Norway had the second

best performance with the score of 0.961, Chad

had one of the worst performances with the

score of 0.394 (United Nations Development

Programme, 2024). On the political dimen-

sion, both countries had a very dierent per-

formance on the Corruption Perceptions Index

in 2021. While Norway was the 4th country

with the least corruption index, with a score of

85 out of 100, Chad was the 20th country with

the biggest corruption index, with a score of 20

out of 100 (Transparency International, 2024).

Even though developed countries are the

major responsible for climate change, they are

the ones with a lower level of vulnerability, be-

cause they have better conditions to respond

to its threats. at is the case of Norway, who

has extensive nancial resources and strong

institutional capabilities. On the other hand,

developing countries are amongst the least res-

ponsible for climate change, and yet they are

the ones with the highest levels of vulnerability,

because they don’t have the same conditions to

respond to its eects, considering their econo-

mical, political and social dynamics are very

dierent from developed countries. at is the

case of Chad, one of the poorest countries in

the world who does not have the necessary re-

sources to promptly face climate change.

Brazil’s vulnerability to climate

change (1995-2021)

In order to achieve the objective of this ar-

ticle, this section is dedicated to analyze Brazil’s

vulnerability. First the country’s performance

in the vulnerability index considering the six

sectors will be explored. Second, Brazil’s per-

formance in the readiness index considering

the three components will be explored. Finally,

its performance in the nal climate vulnerabi-

lity index will be explored.

Figure 1 shows Brazil’s performance in the

vulnerability index.

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Figure 1 shows Brazil’s performance in

this index improved and worsened in the pe-

riod analyzed. In 1995, its vulnerability was

relatively high, but it decreased steadily year

by year until 2010. e country’s vulnerability

increased again in 2011, falling slightly again

in 2012. is decrease continued until 2018.

In 2019, Brazil’s vulnerability increased again

and has remained stable ever since. e years

in which Brazil had its best performance were

2017 and 2018 (0.372) and it had its worst

performance in 1995 and 1996 (0.402). From

1995 to 2021, Brazil suered a negative varia-

tion of 0.028 in this dimension, which means

that it became less vulnerable.

When analyzing Brazil’s performance in

the six vulnerability sectors, it was identied an

increase in vulnerability in two and a drop in

the other four. Table 1 shows these results.

Figure 1 - Brazil’s performance in the ND-GAIN vulnerability index (1995-2021)

Source: elaborated by the author from University of Notre Dame Global Adaptation Initiative (2023).

Table 1 - Brazil’s performance in the six vulnerability sectors (1995-2021)

Sector 1995 2021 Variation

Food 0.424 0.381 -0.043

Water 0.272 0.273 +0.001

Health 0.479 0.381 -0.098

Ecosystem services 0.433 0.437 +0.004

Human habitat 0.637 0.607 -0.03

Infrastructure 0.167 0.163 -0.004

Source: elaborated by the author from University of Notre Dame Global Adaptation Initiative (2023).

Even if the variation was very small, Table

1 shows that the sectors in which Brazil became

less vulnerable between 1995 and 2021 were

food, health, human habitat and infrastructu-

re. Otherwise, Brazil became more vulnerable

in water and ecosystem services sectors.

Figure 2 shows Brazil’s performance on

the readiness index.

17 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p12 - 20, abr. 2024

Figure 2 - Brazil’s performance in the ND-GAIN readiness index (1995-2021)

Source: elaborated by the author from University of Notre Dame Global Adaptation Initiative (2023).

As it can be seen in Figure 2, Brazil’s per-

formance in this index was more constant than

in the previous dimension. It is shown the cou-

ntry’s readiness increased from 1995 to 2002,

having a little step down in 2003 and 2004,

increasing back again from 2005 to 2012. e

biggest drop in Brazil’s readiness was observed

in 2014 (0.358), which continued to decrease

in the following years until 2021 (0.352). From

1995 to 2021, Brazil suered a very small po-

sitive variation of 0.002. In general terms, it

cannot be said whether the country was less

or more ready, given the close score between

1995 (0.350) and 2021 (0.352). Finally, Figure

2 shows that the years in which Brazil had its

best performance were 2011 (0.447), while the

year it had its worst performance were 2018

(0.345).

During the analysis of Brazil’s performan-

ce in the three readiness components, it was

identied that there was an increase in one of

them and a drop in the other two. Table 2 sho-

ws these results.

Table 2 - Brazil’s performance in the three readiness components (1995-2021)

Component 1995 2021 Variation

Economic 0.417 0.300 -0.117

Governance 0.495 0.434 -0.061

Social 0.140 0.321 +0.181

Source: elaborated by the author from University of Notre Dame Global Adaptation Initiative (2023).

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Here, the variation was a bit bigger than in

the previous dimension. Table 2 shows that the

component in which Brazil became more ready

between 1995 and 2021 was the social one. On

the other hand, Brazil became less ready in the

economic and governance components, with

the greatest negative variation being observed

for the economic.

Having discussed Brazil’s vulnerability and

readiness according to the ND-GAIN, now the

country’s performance in the nal climate vul-

nerability index will now be analyzed. Figure 3

shows Brazil’s performance in this index.

Figure 3 - Brazil’s performance in the ND-GAIN climate vulnerability index

Source: elaborated by the author from University of Notre Dame Global Adaptation Initiative (2023).

As Figure 3 shows, Brazil’s vulnerability

to climate change also increased and decreased

during the period analyzed. In 1995, the cou-

ntry was signicantly vulnerable. is vulnera-

bility began to decrease in the following years

with the country’s scores becoming higher un-

til 2003. However, in the year of 2004, its score

decreased again. In 2005 Brazil’s score increa-

sed again, which led the country to its period of

best improvement performances, which means

the country was less vulnerable during the years

of 2006-2010. From then until 2013, its score

decreased again, but not as signicantly as the

decrease of the following years.

e most signicant drop in Brazil’s score,

which demonstrates a relevant increase in the

country’s vulnerability, occurred between 2013

and 2014, when the country went from a score

of 53.17 to a score of 48.97. e country’s best

performance, that is, its lowest vulnerability,

was in 2010 (53.45), and its worst performan-

ce, meaning its highest vulnerability was in

1995 (47.24). Finally, it is possible to observe

a worsening of Brazil’s vulnerability in recent

years, with its score being less than 50.

Considering the data shown before, one

can wonder: if Brazil’s vulnerability decreased

(Figure 1 and Table 1), why is the country still

19 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p12 - 20, abr. 2024

vulnerable? at would be because there was

also a worsening of the country’s readiness, espe-

cially in the economic and governance compo-

nents (Table 2). erefore, even if Brazil reduces

its vulnerability in the six sectors, if its readiness

does not improve, the country will remain vul-

nerable and incapable of facing and responding

to the challenges imposed by climate change.

After analyzing Brazil’s vulnerability ac-

cording to the ND-GAIN, it is important to

mention that the country’s domestic policy

conditions to deal with climate issues proba-

bly impacts on the positive or negative result

as seen in the analysis. Internationally, Brazil is

known for participating in institutional struc-

tures of climate governance. Since the 1970s,

when the environmental and climate agenda

was strengthened, Brazil has signed and rati-

ed documents such as the Montreal Protocol

(1987), the Kyoto Protocol (1997) and the

Paris Agreement (2015). Brazil is also a Party

to the UNFCCC, established in 1992, and,

historically, participates in the Conferences of

the Parties (COP) and other major conferences

held within the scope of the United Nations.

Although Brazil has an active history with

regard to the environmental and climate agen-

das, it is worth mentioning that there were ti-

mes when, domestically, Brazil adopted a more

serious stance regarding climate issues, adopting

measures and creating policies for mitigation or

adaptation, just as there were moments in whi-

ch the country adopted a less serious approa-

ch. e two most evident examples of these

moments are the Lula da Silva governments

(2003-2010), where some considerable eorts

were made, and the Jair Bolsonaro government

(2019-2022), where many actions were undo-

ne, with the purpose of leveraging other areas,

such as the national economy or security.

It is not the purpose of this article to dis-

cuss the domestic policies created or undone

throughout Brazil’s governments between 1995

and 2021 regarding climate issues. For now, it is

enough to mention that the way in which govern-

ments conducted their actions both domestically

and internationally may exercise a direct inuen-

ce on Brazil’s vulnerability to climate change.

Conclusion

Between 1995 and 2021, Brazil became

less vulnerable. e country managed to reduce

its score from 0.402, in 1995, to 0.374, in 2021,

which means it reduced its vulnerability. Regar-

ding the country’s readiness, it is hard to say if

Brazil indeed improved or not, considering the

very small variation of +0.002. Either way, the

country had a score of 0.350, in 1995, which is

considerably low, and a score of 0.352, in 2021,

which is also a low score. at said, Brazil’s rea-

diness remained almost the same. Regarding the

nal index that summarizes a country’s vulne-

rability to climate change, Brazil’s performance

had an improvement. If the country’s score in

1995 was 47.24, in 2021 it was 48.89, which

means its vulnerability decreased.

During the analysis conducted, it was evi-

dent that the readiness dimension of the ND-

-GAIN has a very important role in a country’s

vulnerability, having a great impact on the nal

result of Brazil’s vulnerability to climate change.

When analyzing the country’s performance in

the three components of readiness, individually,

it was observed that there is a major decien-

cy, especially in the economic and governance

components. In practice, this means that Bra-

zil does not have sucient resources to face the

impacts of climate change eectively, neither in

the economic nor in the governance dimension.

20 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p12 - 20, abr. 2024

e combination of these factors culminates

in the country’s reality. Even if Brazil’s vulnerabi-

lity has decreased, the country is still considerably

vulnerable. at said, as Brazil has a considerable

level of vulnerability and a low level of readiness,

the country faces many challenges regarding the

adaptation and mitigation of climate change. In

some way, the country’s vulnerabilities could be

managed, but there is an urgent need for impro-

vements, especially in the economic readiness di-

mension, which may help Brazil to better adapt

for the many future challenges to come.

Since this article set out to analyze Brazil’s

climate vulnerability between 1995 and 2021, it

is believed that the objective was achieved. A pos-

sible path for new research based on the contribu-

tion made here would be to understand the role

of dierent Brazilian governments in this period

regarding the climate issue, in order to understand

whether the way in which governments conduct

domestic and external policy to the climate agen-

da inuences the dierent levels of vulnerability.

Finally, it is worth highlighting that this

study could contribute greatly to the epistemic

study of environment and vulnerability in the

eld of International Relations, especially regar-

ding the elaboration of public policies, including

foreign policy, to deal with the eects of climate

change in Brazil and in the world. In this sense,

the methodology presented by ND-GAIN ma-

kes a very important contribution by allowing

the assessment of a country’s vulnerability to cli-

mate change and other global challenges, taking

into account its resilience capacity.

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21 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.21 - 29, abr. 2024

Fontes de crescimento das exportações

brasileiras de celulose e dos seus

principais competidores no mercado

internacional, em diferentes períodos

e sources of growth of brazilian wood pulp exports and its main competitors in the

international market, in dierent periods

Fuentes de crecimiento de las exportaciones brasileñas de pulpa y de sus principales com-

petidores en el mercado internacional

Jessia Albertina Carvalho da Silva1

Márcio Lopes da Silva2

Naisy Silva Soares3

Recebido em:01/04/2024

Aprovado em: 04/06/2024

DOI: 10.5752/P.1809-6182.2024v21n1pX-X

RESUMO: Este trabalho analisou as fontes de crescimento das exportações brasileiras

de celulose e dos seus principais competidores no mercado internacional, pelo método

constant-market-share. Os resultados indicaram que o Brasil apresentou maior efeito

crescimento efetivo das exportações e a competitividade explicou o desempenho no comércio

internacional de celulose dos países considerados.

Palavras-chaves: constant-market-share, competitividade, crises internacionais.

ABSTRACT: is work analyzed the sources of growth in Brazilian cellulose exports

and those of its main competitors in the international market, for constant-market-share

metod. e results indicated that Brazil had a greater eect on eective export growth and

the competitiveness eect was relevant to explain the performance in international cellulose

trade for the countries considered.

Keywords: constant-market-share, competitiveness, international crises.

RESUMEN: Este trabajo analizó las fuentes de crecimiento de las exportaciones brasileñas

de celulosa y las de sus principales competidores en el mercado internacional, utilizando el

método de participación de mercado constante. Los resultados indicaron que Brasil tuvo

un mayor efecto en el crecimiento efectivo de las exportaciones y la competitividad explicó

el desempeño en el comercio internacional de celulosa de los países considerados.

Palabras clave: constant-market-share, competitividad, crisis internacionales.

1 Mestre em Economia Regional e Políticas Públicas - Universidade Estadual de Santa Cruz (jessiaalbertina2@gmail.

com)

2 Professor doutor do Departamento de Ciência Florestal - Universidade de Viçosa (marlosil@ufv.br)

3 Doutora em Ciência Florestal - Universidade de Viçosa (naisysilva@yahoo.com.br)

Artigo

21 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte,

ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.21 - 29, abr. 2024

22 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.21 - 29, abr. 2024

e exportadores de produtos orestais, uma vez

que o país possui avançada tecnologia silvicul-

tural e condições edafoclimáticas favoráveis à

atividade orestal (Indústria brasileira de árvo-

res - Ibá, Ibá 2019; Coelho e Coelho, 2012;

Viana, 2019; Food and agriculture organiza-

tion of the United Nations – Fao, Fao, 2022).

Esses fatores contribuem para a competiti-

vidade da celulose brasileira no comércio inter-

nacional como comprovada em vários estudos

cientícos e nas estatísticas (Valverde, 2000;

Silva, 2004; Valverde et.al, 2005; Valverde

et.al, 2006; Carvalho, 2010; Sousa et al.; 2010;

Andrade, 2021, Fao, 2022, Ibá, 2022).

Assim, apesar de crises econômicas, po-

líticas, sanitárias tais como o conito armado

no Iraque em 2003, a crise econômica iniciada

nos Estados Unidos a partir de 2008 (Subpri-

me), e a Pandemia de Covid-19 que começou

em 2019, o setor brasileiro de celulose e papel

continuou se desenvolvendo e em expansão no

Brasil (Lyrio et al, 2021).

Porém, a competitividade de alguns paí-

ses como a do Brasil cou ameaçada, devido à

concorrência no mercado internacional, prin-

cipalmente, a partir de 1990, com a abertura

da economia brasileira, maior inserção do país

no comércio internacional, surgimento de

novos concorrentes e devido a crises interna-

cionais (Rocha e Soares, 2014; Viana, 2019;

Lyrio, 2022).

Assim, faz-se necessário analisar frequen-

temente a competividade das exportações bra-

sileiras de celulose e dos seus principais com-

petidores no mercado mundial para que ela se

mantenha no futuro.

Pesquisas nesse sentido são relevantes,

pois podem contribuir para a implementação

de políticas voltadas para um melhor desem-

penho do setor brasileiro de celulose e papel

no mercado internacional, bem como auxiliar

os agentes ligados a tomada de decisão sobre

planejamento da produção, investimentos e co-

mercialização da celulose. Acrescenta-se a isso,

a necessidade de atualizar os estudos existentes

no que diz respeito aos países concorrentes do

Brasil que estão alterando ao longo dos anos.

Assim, o objetivo geral desse trabalho foi

analisar as fontes de crescimento das exporta-

ções brasileiras de celulose e dos seus principais

competidores no mercado internacional: Ca-

nadá, Indonésia, Chile e Finlândia, entre 1990

e 2022. Especicamente, analisou-se o desem-

penho das exportações brasileiras de celulose e

dos principais competidores mundiais, de 1997

a 2021, decompondo as exportações brasileiras

de celulose e dos seus principais competidores

mundiais nas fontes de crescimento competi-

tividade, abertura comercial e crescimento do

comércio mundial.

O presente trabalho inova, pois atualiza os

trabalhos anteriores analisando subperíodos de

crises mundiais ou estabilização econômica e

inclui outros países nas análises como o Chile,

por ter alterado o ranking dos maiores exporta-

dores mundiais da celulose nos últimos anos.

INTRODUÇÃO

Dentre os produtos do setor orestal, o Brasil se destaca no comércio internacional, principal-

mente, da celulose devido à qualidade do produto nacional reconhecida no exterior, elevada taxa

de produtividade na cultura do eucalipto e rotação orestal menor que os demais países produtores

23 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.21 - 29, abr. 2024

2. METODOLOGIA

O método utilizado para decompor o

crescimento das exportações brasileiras de ce-

lulose para Brasil, Canadá, Chile, Indonésia

e Finlândia, nos efeito competitividade, Cres-

cimento no valor das exportações e destinos

das exportações, foi o Constant-Market-Share

(CMS) (equação 1) (Carvalho, 2004):

Onde:

V’j – Vj = crescimento efetivo do valor das

exportações de celulose do país i no mercado

internacional;

Vj = (p*q) = valor das exportações de celu-

lose de dado país i ou região i para o mercado j,

no período inicial;

V’j = (p’*q) = valor das exportações de ce-

lulose de dado país i ou região i para o mercado

j, no período nal;

rj = [(Xm’j/Xmj)-1] → taxa de crescimento

percentual do valor das exportações de celulose

do país i ou região i entre os períodos inicial e

nal;

r = [(Xm’/Xm)-1] → taxa de crescimento per-

centual do valor das exportações de celulose do

país i ou região i, entre os períodos inicial e nal;

somatório.

Na descrição do método CMS pela equa-

ção 1, os países “i” considerados para análise

foram Brasil, Canadá, Indonésia, Chile Finlân-

dia, maiores exportadores mundiais de celulo-

se. Já os mercados “j” considerados para análise

foram China, Estados Unidos, Japão, Itália,

Holanda e o Resto do Mundo (somatório do

valor das exportações de celulose dos demais

países), principais destinos das exportações na-

cionais de celulose.

Os efeitos obtidos pelo método CMS são

determinados da seguinte forma:

De acordo com Coelho e Berger (2004)

estas equações revelam como o aumento nas

exportações pode ser explicado pelo crescimen-

to do comércio mundial, ou, pela concentração

favorável – ou desfavorável – das exportações

em mercados de rápido – ou mais lento – cres-

cimento, ou ainda, por um efeito de compe-

titividade que resulta de ganhos ou perdas de

participação (market share) nos diferentes mer-

cados.

Mais precisamente, da equação (1), de-

correm então os efeitos, listados por Leamer

e Stern (1970) citados por Machado et al.

(2006): a) efeito crescimento do comércio

mundial, ou seja, o aumento geral das expor-

tações mundiais; b) a distribuição de mercado

das exportações de celulose, considerando suas

mudanças comerciais de acordo com mercados

com maior ou menor dinamismo, sendo esse

o efeito de mercado regional ou efeito destino

das exportações; e, c) resíduo da diferença entre

o crescimento real das exportações e o cresci-

mento que poderia ocorrer caso o país “i” man-

tivesse sua participação nas exportações de cada

mercadoria analisada para cada país parceiro,

esse é o efeito competitividade.

Carvalho (2004) observa que os efeitos

crescimento do comércio mundial e destino

das exportações estão relacionados a fatores ex-

ternos e o efeito competitividade reete fatores

internos do país exportador.

Realmente, o crescimento das exportações

24 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.21 - 29, abr. 2024

mundiais e o efeito composição da pauta estão

fortemente ligados à dinâmica da demanda in-

ternacional - total e por bens ou grupos de bens

especícos. Já o efeito competitividade pode es-

tar relacionado com a política comercial adota-

da e a produtividade do país.

Segundo Gilbert (2017), a análise de

CMS deve ser realizada em subperíodos divi-

didos em frações curtas, de modo a representar

mais, claramente, o caminho percorrido pelo

país no cenário internacional.

Além disso, a análise com o CMS do pre-

sente trabalho foi feita por período para veri-

car o efeito de crises internacionais nas fontes

de crescimento das exportações brasileiras de

celulose e dos seus principais competidores no

mercado internacional. Os períodos analisa-

dos, conforme Lyrio (2022) foram:

• 1997 (período inicial) a 2021(período

nal) - Período completo;

• 1997 (período inicial) a 2001 (período

nal) - Implantação do plano real;

• 2002 (período inicial) a 2006 (período

nal) - Estabilização da economia;

• 2007 (período inicial) a 2011(período

nal) - Invasão ao Iraque e a Crise Sub-

prime;

• 2012 (período inicial) a 2016 (período

nal) - Crise do Euro; e

• 2017 (período inicial) a 2021 (período

nal) - Pandemia.

O método CMS já foi utilizado nas aná-

lises do segmento brasileiro de celulose nos es-

tudos de Medeiros e Fontes (1994), Valverde et

al. (2006), Adame et al. (2009), Rocha e Soares

(2014), Nascimento et. al. (2019) e Silva Ju-

nior (2021).

Para as estimativas, foram utilizados dados

anuais sobre valor das exportações de celulose,

em US$/Tonelada, do Brasil, Canadá, Indoné-

sia, Chile Finlândia, maiores exportadores de

celulose no mercado internacional, em 2022,

devido à indisponibilidade de dados para ou-

tros períodos. Além disso, para períodos ante-

riores outros trabalhos nesse sentido já foram

realizados.

Os dados são da FAO e da Uncontrade

(Fao, 2022; Uncontrade, 2022).

3. RESULTADOS

Na Tabela 1, encontram-se os resultados

do indicador CMS para o Brasil, Canadá, In-

donésia, Chile e Finlândia no mercado interna-

cional da celulose.

25 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.21 - 29, abr. 2024

Considerando todo o período de análise,

1997 e 2021, o Brasil apresentou o melhor re-

sultado para o crescimento efetivo das exporta-

ções de celulose, seguido pelo Chile, Indonésia

e Finlândia. Segundo o IBA 2022 os avanços

conquistados são resultados de muitas décadas de

investimentos robustos em produção, pesquisas e

tecnologias. Nesse período, o efeito crescimento

do comércio mundial contribuiu mais para o de-

sempenho das exportações de celulose do Chile e

Finlândia e foi desfavorável ao Canadá. Já o efeito

destino das exportações contribuiu apenas para o

desempenho das exportações de celulose do Ca-

nadá, sendo este o efeito com maior contribuição

para as exportações do país. O efeito competiti-

vidade contribuiu para o desempenho das expor-

tações de celulose do Canadá, Brasil, Finlândia e

Indonésia. Para o Chile observou-se uma perda

de competitividade. No caso do Brasil, Chile,

Indonésia e Finlândia o efeito competitividade

foi o que apresentou maior contribuição para as

exportações brasileiras de celulose (Tabela 1). O

crescimento da renda nos mercados compradores

de celulose do Canadá, EUA e Suécia foi fator

determinante do crescimento das exportações de

celulose desses países. O contrário ocorreu com a

renda dos países de destino das exportações bra-

sileiras e nlandesas

Tabela 1: Resultados referentes ao índice CMS para o Brasil, Canadá, Indonésia, Chile, Chi-

na e Finlândia no mercado internacional da celulose, 1997 a 2021

ITENS Ano Brasil Canadá Chile Indonésia Finlândia

Crescimento efetivo do

valor das exportações

1997-2021 148,17 -13,55 83,99 79,83 71,88

1997-2001 18,25 -6,45 20,16 5,46 4,03

2002-2006 53,26 22,21 40,59 37,97 29,11

2007-2011 39,57 8,85 18,92 32,16 13,19

2012-2016 11,15 -41,47 -22,85 -23,22 10,46

2017-2021 14,51 2,60 -13,16 26,51 3,21

Crescimento

do comercio mundial

1997 - 2021 19,30 -1.398,12 48,59 25,71 41,91

1997-2001 48,20 -177,48 42,62 186,43 186,43

2002-2006 11,95 47,66 19,92 21,92 21,41

2007-2011 17,65 119,10 49,52 24,38 37,97

2012-2016 190,66 -67,40 -85,29- -70,67 144,22

2017-2021 76,85 475,12 -72,43 19,22 212,91

Destino das exportações

1997 - 2021 -123,39 1.054,88 88,28 -58,96 -89,95

1997-2001 -82,25 478,73 -83,55 -169,15 -167,37

2002-2006 1,70 16,64 83,30 -4,01 -26,76

2007-2011 -289,63 -155,24 24,12 -28,31 -12,69

2012-2016 2.215,91 342,62 74,70 71,40 -157,02

2017-2021 1.286,88 8.920,74 -19,67 -369,18 -3.633,29

Competitividade

1997 - 2021 204,08 443,24 -36,87 133,26 148,04

1997-2001 134,06 -201,25 140,92 82,72 80,94

2002-2006 86,35 35,69 -3,22 82,09 105,35

2007-2011 371,98 136,13 26,36 103,93 49,38

2012-2016 -2.306,57 -175,22 110,59 99,26 112,79

2017-2021 -1.263,73 -9.295,86 192,09 449,95 3.520,38

Fonte: Resultados da pesquisa.

26 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.21 - 29, abr. 2024

De 1997 e 2001, período marcado pela

Implantação do plano real, o Chile e o Brasil

apresentaram maiores valores para o crescimen-

to efetivo das exportações de celulose. O efeito

crescimento do comércio mundial contribuiu

mais para o desempenho das exportações de ce-

lulose do Chile, seguido pela Finlândia e pelo

Brasil. O efeito destino das exportações con-

tribuiu apenas para o crescimento das expor-

tações de celulose do Canadá. Nesse período

o efeito competitividade contribuiu principal-

mente para as exportações de celulose do Chile

e do Brasil. Os demais países sob análise apre-

sentaram competitividade menor e o Canadá

perdeu competitividade nesse período ressal-

ta-se que entre 1997 a 2001 a maior parte da

produção nacional de celulose era consumida

no mercado interno (Tabela 1).

Para o período compreendido entre os

anos de 2002 e 2006, período de estabilização

da economia brasileira, vericou-se um maior

crescimento efetivo das exportações de celulose

do Brasil, Chile e Indonésia. O efeito crescimen-

to do comércio mundial contribuiu mais para o

desempenho das exportações de celulose do Ca-

nadá. O efeito destino das exportações contri-

buiu apenas para o crescimento das exportações

de celulose do Chile sendo pouco expressivo

para os demais países. No efeito competitivi-

dade se destacou Finlândia, Brasil e Indonésia.

O Chile perdeu competitividade nesse período

e o Canadá apresentou com competitividade

menor que a Finlândia, Brasil e Indonésia. Esse

aumento do efeito competitividade a partir de

2003 coincide com o período em que os Esta-

dos Unidos, grande produtor mundial de celu-

lose, intensica sua política antiterrorismo em

resposta ao atentado terrorista do 11 de setem-

bro, destacando dentre ações dessa política a in-

vasão ao Iraque em março de 2003 (Tabela 1).

Segundo Aranha (2019), a estabilidade da

economia brasileira proporcionada pelo Plano

Real proporcionou um ambiente econômico

mais estável e acessível a investimentos e nan-

ciamentos, congurando-se como um atrativo

para investidores estrangeiros, propício à mo-

dernização tecnológica e expansão da infraes-

trutura logística. Com isso, as empresas do se-

tor de celulose puderam acessar recursos com

taxas de juros mais controladas e condições

mais favoráveis, impulsionando o desenvolvi-

mento de infraestrutura e tecnologia na produ-

ção de celulose, o que pode está explicando o

bom desempenho das exportações nacionais de

celulose de 1997 a 2001.

No tocante ao período de 2007 a 2011,

caracterizado pela invasão do Iraque e a crise

Subprime, o Brasil e a Indonésia se destacaram

em termos de crescimento efetivo das exporta-

ções de celulose no mercado internacional com

os maiores valores observados. O efeito cresci-

mento do comércio mundial contribuiu con-

sideravelmente para o bom desempenho das

exportações Canadenses de celulose. O efeito

destino das exportações contribuiu apenas para

o crescimento das exportações de celulose do

Chile, apresentando-se negativo para os demais

países. A competitividade foi relevante para

explicar as exportações Brasileiras e Indonésias

(Tabela 1).

Nesse período de 2007 a 2011, muitas

empresas do setor de celulose foram forçadas

a adotar medidas de austeridade para preservar

a rentabilidade. Isso incluiu cortes de custos,

otimização de processos e, em alguns casos, re-

dução de capacidade de produção, o que pode

está explicando o menor crescimento efetivo

das exportações de celulose dos países e do

efeito destino das exportações, uma vez que

os Estados Unidos se congurou nessa época

27 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.21 - 29, abr. 2024

como grande importador mundial de celulose

e principal destino das exportações, segundo

FAO (2022). Esses resultados estão de acordo

com os de Rocha e Soares (2014) para o Brasil,

Canadá e Finlândia.

Ressalta-se que no caso especíco do Ca-

nadá, o seu desempenho no mercado inter-

nacional de celulose pode ser explicado pela

existência de políticas públicas no país que in-

centivam o comércio, como é o caso do Progra-

ma de Sustentação ao Financiamento de Pro-

jetos de Investimentos no Estrangeiro. Além

disso, são também fornecidas análises sobre os

mercados potenciais (SIQUEIRA, 2002).

Já o período de 2012 a 2016, com desta-

ca para a crise do euro, o maior crescimento

efetivo das exportações de celulose no merca-

do internacional foi observado para o Brasil e

a Finlândia. Estes mesmos países também apre-

sentaram valores superiores para o efeito cres-

cimento do comércio mundial e os demais paí-

ses apresentaram esse efeito negativo. O efeito

destino das exportações foi negativo para to-

dos os países considerados, sendo que o Brasil

apresentou o maior efeito negativo. Em termos

de competitividade se destacou a Finlândia e o

Chile. O Brasil perdeu competitividade nessa

época (Tabela 1).

Durante o período da crise do euro

(2012–2016) ocorreram diversas instabilida-

des nas taxas de câmbio e volatilidade nos mer-

cados nanceiros. Isso pode ter impactado os

custos de produção e exportação da celulose,

inuenciando a competitividade dos produto-

res em diferentes regiões.

O bom desempenho da Finlândia pode

ser explicado pelo fato de que nesse país a silvi-

cultura é sustentável e assegurada para os pró-

ximos 100 anos, sendo que, se após o corte o

reorestamento não ocorrer corretamente, o

uso da oresta é proibido temporariamente e

as despesas de arborização podem ser cobradas

dos proprietários com base em lei. Além disso,

na Finlândia, o governo também concede em-

préstimos e subsídios para os proprietários de

orestas que praticam a silvicultura, produzin-

do madeira e papel de forma sustentável (Fin-

lândia, 2009, citado por ROCHA e SOARES,

2014).

Analisando o período de 2017 a 2021, pe-

ríodo da pandemia do COVID-2019, nota-se

que o maior crescimento efetivo das exporta-

ções de celulose no mercado internacional foi

observado para a Indonésia e o Brasil. O efeito

crescimento do comércio mundial contribuiu

mais para o desempenho das exportações de

celulose do Canadá e da Finlândia. O efeito

destino das exportações foi relevante para o Ca-

nadá e Brasil. Em termos de competitividade

se destacou a Finlândia, Indonésia e Chile. O

Brasil e o Canadá perderam consideravelmente

competitividade, mostrando o impacto nega-

tivo da pandemia nas exportações de celulose

desses países (Tabela 1).

No último período de analise, com a pan-

demia o mundo viveu períodos de lockdown

e restrições de movimentação. Muitos setores

econômicos experimentaram uma redução na

demanda por produtos, incluindo papel e deri-

vados de celulose. As interrupções nas cadeias

de suprimentos e a desaceleração da produção

industrial impactaram a demanda global por

celulose. Dessa forma, os menores valores para

o crescimento efetivo das exportações de celu-

lose para os países sob análise foram observados

nesse período, assim como as maiores perdas de

competividade par ao Brasil e o Canadá.

Contudo, o setor de celulose e papel bra-

sileiro organizou-se rapidamente para atender

às demandas do novo formato de consumo

28 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.21 - 29, abr. 2024

de diversos setores econômicos. Mesmo com

a pandemia, a demanda por celulose e papel

continuou crescente, principalmente da China,

Estados Unidos e Europa.

Em síntese, mesmo em períodos de cri-

ses econômicas, políticas, sanitárias em nível

mundial o setor brasileiro de celulose e papel

apresentou-se forte e dinâmico no mercado in-

ternacional e continuou se desenvolvendo e em

expansão no Brasil ao longo dos anos (LYRIO

et al., 2021; MATOS et al., 2021).

4. CONCLUSÃO

O presente trabalho foi possível concluir

que o Brasil experimentou o maior valor para

o crescimento efetivo nas exportações de ce-

lulose, de 1997 a 2021. O Canadá foi o país

que mais se destacou nos efeitos crescimento

do comercio mundial de celulose e destino das

exportações. O Chile e o Brasil foram os países

que mais se destacaram em termos de competi-

tividade, naquele período.

Vericou-se que de 1997 a 2001 o efei-

to crescimento do comércio mundial explicou

principalmente as exportações de celulose da

Indonésia e Finlândia, seguidos pelo Brasil. O

efeito destino das exportações, explicou o de-

sempenho do Canadá no comércio mundial de

celulose. Em termos de competitividade desta-

ca-se o Brasil.

De 2002 a 2006, o efeito crescimento do

comércio mundial e destino das exportações

explicou o desempenho das exportações do Ca-

nadá, principalmente. A Finlândia se destacou

em termos de competitividade.

Considerando 2007 a 2011, o crescimen-

to do comercio mundial contribuiu para o de-

sempenho das exportações canadenses de celu-

lose. O efeito destino das exportações não foi

representativo nesse período e no efeito com-

petitividade destacou o Brasil.

O crescimento das exportações brasileiras

de celulose, de 2012 a 2016, foi explicado pe-

los efeitos crescimento do comércio mundial e

destino das exportações. Os demais países apre-

sentaram valores menores.

Já no período mais recente caracterizado

pela Pandemia, o Canadá se destacou em ter-

mos de crescimento das exportações de celulose

pelos efeitos crescimento do comércio mundial

e destino das exportações e a Finlândia apresen-

tou o maior efeito competitividade.

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30 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.30 - 39, abr. 2024

Falling-Behind: India’s space sector and

Brazil’s attempts to develop its own

Ficando para atrás? O setor espacial Indiano e as tentativas brasileiras

Quedando Atrás: El sector espacial de la India y los intentos de Brasil de desarrollar el

suyo propio

Gustavo Fornari Dall’Agnol1

DOI: 10.5752/P.1809-6182.2024v21n1pX-X

Resumen:

Este breve artículo cuestiona por qué la India ha logrado un desarrollo tan exitoso en el

sector espacial. A partir de esta pregunta, se indaga: ¿Por qué Brasil no lo ha conseguido?

Se observa que la India mantuvo una inversión sólida a largo plazo en su programa

espacial, mientras que Brasil solo invirtió de manera volátil y no sistemática. El artículo

utiliza el método comparativo, teniendo como principales parámetros de comparación el

desempeño de la industria espacial en ambos países, medido en términos de inversión,

etapas del desarrollo tecnológico y resultados. Con esto, se busca analizar cuáles son los

factores que llevaron a la India a destacarse en el sector, a pesar de que Brasil también

ha tenido grandes avances. Se observa que la India mantuvo una inversión sólida a

largo plazo en su programa espacial, mientras que Brasil solo invirtió de manera volátil

y no sistemática. Lograr el éxito de un proyecto a gran escala y a largo plazo requiere

la priorización de este en un escenario en el que varios gobiernos e incluso regímenes

cambiarán. La amenaza externa que siente la India sin duda es un impulsor del

desarrollo. Brasil, con un entorno más tranquilo, no tiene este incentivo. Sin embargo, si

aspira a proyectarse como un jugador clave y ser líder regional, no podrá dejar de seguir

invirtiendo.

Palabras chave: Espacio; Defensa; India; Brasil; Inversión.

Abstract:

is brief article questions why India has achieved such successful development in the space

sector. From this inquiry, the question arises: Why hasn’t Brazil managed to do the same?

e article employs a comparative method, using the performance of the space industry in

both countries as the main parameters of comparison, measured in terms of investment,

stages of technological development, and results. e aim is to analyze the factors that have

led India to excel in the sector, even though Brazil has made signicant progress. Achieving

success in a large-scale, long-term project requires prioritizing it in a scenario where

1 He holds a post-doctoral grant by CAPES / INCT at the Project: “INCT: Observatório de Capacidades Militares e Políticas de

Defesa. He holds a master’s degree in international political economy and a PhD in International Relations from PUC-MG were

he also worked as a post-doctoral researcher. He worked as an Assistant Professor at UFSC and PUC-MG. He is a senior fellow at

the South American Institute for Strategy and Development (ISAPE).

Artigo

30 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte,

ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.30 - 39, abr. 2024

31 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.30 - 39, abr. 2024

Introduction

is paper addresses the cases of India

and Brazil and their respective space sectors.

While India has a well-established and succes-

sful program with good prospects, Brazil has

lagged, despite its historical investments in the

eld. e aim of this paper is to address the

reasons for this dierence. India was the four-

th-largest military spender globally in 2023.

At $83.6 billion, its military expenditure was

4.2% higher than in 2022. I argue here that

sustained and long-term investment, priority

management, and external threat factors put

India’s program ahead of the Brazilians. As a

rule, military investment is closely tied to ae-

rospace development and its objectives. Figu-

res, particularly those related to investment,

demonstrate priorities assumed by a country

and have a clear impact on its Defense Indus-

trial Base. It is important to state that while

the main objective of the present paper is to

analyze and compare investment in the spa-

ce programs this does not mean that India is

ahead in all defense sectors. It is important to

highlight too that this paper focuses mainly on

comparisons among space programs with mi-

litary ends. at said, civil programs usually

also have military objectives. Middle-range

powers such as India, Turkey, and Brazil have

special importance in a multipolar world in

which alliances will become increasingly im-

portant. Nonetheless, this is mainly a defense

economics paper. It is based on parameters for

comparison put forward by Hartley (2011;

2019), such as those mentioned above. Trans-

various governments and even regimes will change. It is observed that India maintained

a solid long-term investment in its space program, while Brazil only invested in a volatile

and unsystematic manner e external threat that India faces is certainly a driving force

behind its development. Brazil, in a more peaceful region, does not have this motivator.

However, if it aims to project itself as a key player and become a regional leader, it cannot

aord to stop investing.

Key-words: Space; Defense; India; Brazil; Investment.

Resumo:

Este breve artigo questiona o porquê de a Índia lograr um desenvolvimento tão bem-

sucedido no setor espacial. A partir desse questionamento indaga-se: Por que o Brasil não

conseguiu fazer o mesmo? Vê-se que a Índia manteve um investimento sólido a longo prazo

em seu programa espacial e o Brasil só investiu de maneira volátil e não esquemática. O

artigo parte do método comparativo tendo como principais parâmetros de comparação o

desempenho da indústria espacial, nos dois países, medidas em termos de investimento,

etapas do desenvolvimento tecnológico e resultados. Objetiva-se, com isso, analisar quais

os fatores que levaram a Índia a se destacar no setor, muito embora o Brasil tenha tido

grandes avanços. Lograr o sucesso de um projeto de larga-escala e longo prazo requer a

priorização deste em um cenário em que diversos governos e até regimes mudarão. A

ameaça externa que a Índia sente com certeza é um propulsor do desenvolvimento. O

Brasil, com uma vizinhança mais tranquila, não tem esse indutor. No entanto, se almeja

se projetar como player e ser líder regional, não poderá car deixar de seguir investindo.

Palvras-Chave: Espaço; Defesa; India; Brazil; Investimento.

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forming resources into a well-established

program is the core issue. us, I address the

problem from a mobilizing resources and per-

sonnel point of view. Certainly, tactical and

strategic considerations will not be disregar-

ded when needed. e comparative recons-

truction of the history of both countries’ spa-

ce programs has the objective of determining

causality among the variables highlighted,

such as the country’s initiatives and external

threat impacts and the main object of this

study: the causes of success of space programs

in developing countries. e comparative me-

thod allows the researcher to infer causality

among phenomena (Bennet; Elman, 2010;

Elman 2008). However, a rigorous compari-

son is a challenge, due to fundamental histo-

rical dierences.

1.Space Capabilities and

Engagement

What are the main capabilities a state can

maintain in space and how much do they cost?

If considered just in terms of eciency, going

to the moon might not be a good choice. Ho-

wever, defense economics is also about power.

Eectiveness and deterrence are more impor-

tant than short-term expenditures. In order

to illustrate space capabilities and their role in

2024, I present some of the main features of

the U.S. Space Command:

“e space force’s record budget – including a

16% increase in RDT&E funding – and end

strength to 9,400 personnel (up from arou-

nd 8,600) reect the growing importance of

space to current and future DoD operations.

e service’s main procurement priority was

to increase the number of annual launches

to 15 from ten. e FY24 missions cover

ten for the National Security Space Launch

program, placing spacecraft in geostationary

and medium orbit, and ve launches for the

Space Development Agency’s Low Earth

Orbit constellation. Key RDT&E programs

include resilient missile warning and missile

tracking, space-technology development and

prototyping, and next-generation overhead

persistent infrared satellites (IISS, 2024).

It is clear that RDT&E is the major in-

vestment which correlates with an increasing

development of space forces. Missile warning

and tracking, alongside satellites, are sine qua

non conditions in the present scenario of great

power competitions. Certainly, India does not

yet compete with the United States. Howe-

ver, it´s development shows a fast pace, and

its space program has been promising since

the 1990s (Mistry, 1998). Innovation requires

risk taking; nonetheless, it is the most solid

way of turning the distribution of resources to

your favor. Alliances are unstable, and a state

must ultimately count on its own eorts (San-

tos, 2008)

2-The Case of India

e Indian space program was establi-

shed on November 21, 1963, with the launch

of Nike-Apache, an American sounding roc-

ket from the shores of emba near iruva-

nanthapuram on the west coast of India (Va-

sant, 2009; Mistry, 2009). Since then, India’s

launch vehicles advanced through the SLV-

3 and Augmented Satellite Launch Vehicle

(ASLV) towards numerous accomplishments.

India launched its rst satellite from the Satish

Dhawan Space Center in 1980. Since then,

it has successfully developed launch vehicles,

imaging and communications capabilities and

other critical satellites. It has begun to deve-

lop counterspace capabilities. e country has

several bureaus dedicated to the space domain

33 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.30 - 39, abr. 2024

both in the military and civil sectors, each

with supporting policies. It does not have a

comprehensive space force yet. e India Spa-

ce Research Organization (ISRO) maintains

the country’s SLVs and spaceports. It is ne-

cessary to point out, however, that despite its

successful space program, India is import de-

pendent on most of its weapon systems (e.g.,

40% in 2018). So, it is not unreasonable to

state that India’s space program evolved con-

jointly with its nuclear program, primarily ta-

king into account the threats presented by its

neighbors: China and Pakistan.

By 2020 India had two operational orbi-

tal launch vehicles, the Polar Satellite Laun-

ch Vehicle (PSLV) and the Geosynchronous

Satellite Launch Vehicle (GSLV). Since 1980,

there have been 67 total Indian launches from

the Satish Dhawan Space Center. In 2017,

India broke records launching 104 satellites

with one PSLV.

e document entitled “Technolo-

gy Perspective and Capability Roadmap”

highlighted detailed investments for the se-

cond phase of the program and intended to

play an “anti-satellite” role from ground &

aerial problem”. Regarding Mission Shakti,

DRDO Chief Sthat Reddy stated that India

was in the process of developing dierent

ASAT (Anti-Satellite Weapons) technolo-

gies, including directed-energy weapons, la-

sers, and electromagnetic pulses. However,

beyond these general statements and reports,

the government of India has not publicized

any details of these activities. India could use

Nuclear Electromagnetic Pulse weapons for

nuclear detonation and to disable satellites,

although, as yet, there have been no public

statements of intent to pursue such a pro-

gram.

India’s 2018 Technology Perspective Ca-

pability Roadmap also declared an interest in

“detect, monitor, and jam enemy cellular re-

ceivers and satellite communication receivers,

or an integrated system to “carry out jamming

& spoong of satellite-based positioning sys-

tems”. In terms of cybercommunication, by

2019, the government of India had set up the

Defence Cyber Agency, the DCA, that is in-

tended to “control and coordinate joint cyber

operations”. Cyber deterrence against enemy

satellites both in space and on their land-based

systems is another option.

Indian lunar lander Chandrayaan-3 suc-

cessfully touched down on the lunar surface

on August 23, 2023, making India the fourth

nation to successfully land on the moon and

the rst to land in the south pole region. At

a time of heightened international competi-

tion, this accomplishment cannot be ignored.

According to the CSIS “ISRO’s space explo-

ration program is part of a broad government

strategy to realize the scientic, economic,

and security benets of space capabilities.

India’s space program is also seen as a path-

way for attracting young Indians into high-

-technology elds and for ushering in a more

technically advanced society” (CSIS, 2020).

Communication satellites orbiting the Earth

can improve connectivity among rural areas,

navigation systems, mariners, and imagery sa-

tellites. India can also monitor Chinese deve-

lopments in the area.

Since 2020, the Modi government has en-

couraged private-public partnerships in space

explorations and has as its main objectives the

rst human spaceight mission (Gaganyaan).

e south pole region of the moon is believed

to have frozen water that could be critical to

support human life on the satellite. Other mi-

34 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.30 - 39, abr. 2024

neral stores, used in electronics, and helium,

are capacities being explored. India’s accom-

plishment cannot be understated since Russia

failed to land on the South pole of the moon

just months earlier.

India developed kinetic physical weapons

after China’s successful 2007 ASAT develop-

ments, calling it the Mission Shakti (strength

in Hindi). “It suddenly reminded them that

their diverse space assets were now at risk”

(CSIS, 2020). While India still does not have

the capabilities to co-orbit ASAT capabilities,

it is developing the technical requirements

with France to build an RPO (Rendezvous and

Proximity Operations). Regarding Mission

Shakti: On March 27 2019, India successfully

launched a Prithvi Delivery Vehicle Mark-II

(PDV MK-II) missile defense interceptor at

one of its own satellites. Non-kinetic physical

weapons are in the plans of the Indian admi-

nistration, with a focus on electronic weapons,

specically miniaturization of EW elements as

payloads on satellites.

3-The Case of Brazil

e main dierence in success between

Brazil and other nations in space exploration

may lie in the historical context and political

will that shaped Brazil’s approach to long-term

projects like a space program. Brazil has expe-

rienced periods characterized by volatile elite

leadership, where investments in ambitious,

long-term projects have uctuated based on

prevailing political ideologies.

Building a robust space program requires

sustained investment and consensus within the

government to sponsor such endeavors. Histo-

rically, mercantilist views, which prioritize the

accumulation of power and wealth even at the

expense of short-term economic gains—have

correlated with the high points of Brazil’s spa-

ce program. During liberal periods, however,

Brazil’s capabilities as a middle power aiming

for industrialization and self-suciency have

deteriorated.

After the 1930s revolution, Brazil’s geo-

political position and policy direction leaned

towards a mercantilist approach. Investments

in defense were viewed as key to industriali-

zation, growth, and the pursuit of national

wealth and power (Mattos, 2021). is pers-

pective was inuenced by gures like Góes

Monteiro, considered the “father of geopoliti-

cal thought in Brazil.”

By the 1950s, Brazil had established the

Instituto Tecnológico Aerospacial (ITA) in con-

junction with the Centro Tecnológico Espacial

(CTA) and the Instituto Militar de Engenharia

(IME), recognizing the critical importance of

research and development for an autonomous

space program. During military governments,

institutions for the Defense Industrial Base

were created, aiming to reduce dependency

through strategic industrial policies such as the

PND I and PND II.

In the 1960s, Brazil continued to advance

in the space sector with the construction of the

Centro de Lançamento de Barreira do Inferno

in Natal-RN. Brazil successfully launched four

sounding rockets at sub-orbital levels, leading

to the creation of the Missão Espacial Comple-

ta Brasileira (MECB), which aimed to develop

national satellites and launch vehicles for laun-

ch from Brazilian soil.

35 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.30 - 39, abr. 2024

Figure 1- The Brazilian Space Program

Source: Antunes, Erich Vieira. 2016, p. 72.

2 It was decided to leave the gure in Portuguese as it is a very specic government structure.

Brazil achieved success in constructing

functioning satellites such as SCD-1, SCD-2,

and SCD-3, launched from Cape Canaveral

in collaboration with China’s Taiyuan base.

However, one of the notable setbacks to Bra-

zil’s space program was the failure to develop

a functional space rocket capable of indepen-

dently launching satellites. e VLS-1 project,

initiated in 1984, aimed to achieve this auto-

nomy but faced signicant challenges, inclu-

ding mission failures in 1997 and 1999, and

a tragic incident in 2003 resulting in the loss

of lives.

After the 1990s, Brazil’s space program

faced signicant changes. e country’s demo-

cratization process led to a lack of consistency

in addressing national defense issues, with civil

society calling for limits to military power and

political protagonism. Brazil renounced key ca-

pabilities under Fernando Henrique Cardoso’s

government, embracing a cosmopolitan, glo-

balized, liberal worldview reected in treaties

banning missiles and nuclear weapons (NPT),

for example. Budget cuts further impacted the

ability of the space program to procure neces-

sary components for launching systems (Viei-

ra, 2016).

In recent years, Brazil has faced resource

constraints for investments in science and te-

chnology, opting for a secondary role in global

space economy chains. is insertion model

reects a shift towards renouncing strategic au-

tonomy, exemplied by the signing of the Te-

chnological Safeguards Agreement (AST) with

the United States (BRASIL, 2024). ese shifts

highlight the challenges and transformations

faced by Brazil’s space program amidst evolving

political and economic landscapes.

36 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.30 - 39, abr. 2024

Graph 2- Industry Contribution to GDP%

Source: IRBD. e Author

Investment is the fundamental variable,

especially through a long-time span, or in the

long term, to make a project successful. Space

programs require investment, especially in the

form of R&D. Governments can change, but

a program such as the space program has to

be funded and administered, or it will fade as

was the case with Brazil. I added Turkey to the

graph to make a point: economists claim that

industry downsizing in proportion to GDP is

only natural because of productivity. But as il-

lustrated in Graph 2, middle powers may not

follow this rule. ey are not developed cou-

ntries with highly specialized and aggregated

value services. Industry is still a path for deve-

lopment3.

3 For a critical and normative analysis of the Bra-

zilian space program, see: Ceballos, Durão, 2010.

Graph 1- Investment as a share of the GDP %

Source: e Author. IRBD.

37 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.30 - 39, abr. 2024

I include this graph not only to show the

abrupt fall of Brazil’s industry but also to rein-

force that what economists propose as natural/

prevailing development – services representing

more than industry in GDP – must be analy-

zed carefully. Medium powers, which are not

leaders in cutting-edge technology service pro-

vision, can benet signicantly from industrial

investment.

Graph 3- Military spending as a % of the GDP

Periods of high growth and investment

when Brazil was the fastest growing country in

the world led to rising military expenditures.

But investment in large-scale projects must be

solid, without interference from budget and

administrative uctuations. ese projects have

to be a state priority, regardless of who wins

the election. Space programs are long-term in-

vestments, and the downsizing of resources will

certainly aect them.

Graph 4- Defense Spending (U$ 2021 dollars)

Source: e Author. SIPRI

38 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.30 - 39, abr. 2024

While Brazil clearly has a volatile defense

budget, which may represent periods of doubt

in terms of the discussion about the impor-

tance of the defense industry, especially since

the levels of external threat are low, India has a

steady a growing project to expand its inuence

and be a regional power. Space, space defense,

shipbuilding and cybertechnology are India’s

strengths. However, Table 1 demonstrates that

it needs R&D and development in a number

of other technologies. e country already has

the fourth highest military expenditure gure

in the world and, facing Pakistan and Chi-

na as possible enemies is the main motivator

behind India’s space program. However, some

problems in the country’s industrial base still

remain for India.

Table 1- Procurement (National and International) in India

Source: Behera, 2019

India is highly dependent on arms imports

which, from the point of view adopted here,

is problematic considering its potential threat

scenarios. To produce major components of all

forces domestically, and innovate or emulate,

however, would be a massive endeavor, one it

seems that India’s DRDO is already under-

taking. It is interesting that in table 2, space

industry requirements are considered, whereas

that is not always the case with Brazilian invest-

ment in technologies.

Table 2- DRDO’s Developed Systems (2017)

Source: Behera, 2019, p. 519

39 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.30 - 39, abr. 2024

Table 2 shows that the top technologies

for Indian investment are space-linked: Missi-

les, Radar Systems, and so on. India has chosen

to specialize in some strategic areas. at seems

to be their plan. Brazil has a relative success in

the aerospace sector with Embraer and the São

José dos Campos Cluster, although it is more

civilian oriented.

Although the data collected is more ge-

neral, highlighting investments and defense

expenditures, for example, I argue here that

they have a direct eect on the country’s space

programs, which are conducted by the Air For-

ce with most of the investments by the public

sector. Furthermore, there is a problem with

data availability, especially when regarding past

programs. is poses a limitation to this study,

regarding both countries.

Concluding Remarks

Even if Brazil has an ambition of beco-

ming a regional power per se, or a global player,

uctuations in budgets and priorities cannot

happen in this way. Brazil’s area of possible po-

tential inuence is large and has to count on

building capabilities, because even if you are

at peace, you prepare for war, and even if you

don’t want to develop new capabilities, it is a

good reminder that they are relative and not

absolute.

In this paper I have conducted a compa-

rative analysis between the space programs of

India and Brazil. Brazil has made some advan-

ces, although India is far ahead. Some of the

explanations reside in steady investment and

budget, alongside maintaining a strategy. Ad-

ditional factors are the external threat to India

by China and Pakistan and the immense vola-

tility of Brazil’s space program, both budgetary

and administrative. Brazil’s pursuit of a develo-

pment program, emulating some aspects of In-

dia, would not be a bad idea. Nowadays there

are startups and private companies operating in

space, although the State remains the main ac-

tor. Partnerships should be sought cautiously,

but not disregarded.

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40 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.40 - 50, abr. 2024

Análise da cooperação bilateral

histórica para o desenvolvimento

entre a China e a Guiné-Bissau:

infraestruturas e a economia

Analysis of historical bilateral cooperation for development between

china and guinea-bissau: infrastructures and the economy

Análisis de la cooperación bilateral histórica para el desarrollo

entre china y guinea-bissau: infraestructuras y economía Recebido em: 21 de maio de 2024

Aceito em: 12 de agosto de 2024

Nelsio Gomes Correia1

DOI: 10.5752/P.1809-6182.2024v21n1pX-X

1 Sociólogo e Mestre em Estudos Africanos no Iscte – Instituto Universitário de Lisboa/Portugal. E-mail: gomesnel-

sio@gmail.com.

Artigo

Resumo

O artigo faz análise da política externa chinesa de cooperação para o desenvolvimento

com a Guiné-Bissau. É importante frisar que o contacto dos chineses com a Guiné-

Bissau começou desde o período colonial e pós-colonial com o Estado chinês. Após a

independência, a cooperação entre os dois países foi ocializada em 1974 em várias áreas,

sobretudo de infraestrutura e economia. O artigo tem como objetivo analisar a política

externa chinesa de cooperação para o desenvolvimento com a Guiné-Bissau nas áreas de

infraestruturas e a economia. No processo metodológico, realizamos a revisão bibliográca

e documental. Esses acordos bilaterais contribuíram no crescimento econômico do país.

Palavras-chave: África. Guiné-Bissau. China. Cooperação. Desenvolvimento.

Abstract

e article analyzes Chinese foreign policy on development cooperation with Guinea-Bissau.

It is important to emphasize that Chinese contact with Guinea-Bissau began in the colonial

and post-colonial period with the Chinese State. After independence, cooperation between

the two countries was made ocial in 1974 in several areas, especially infrastructure

and the economy. e article aims to analyze the Chinese foreign policy of development

cooperation with Guinea-Bissau in the areas of infrastructure and the economy. In the

methodological process, we carried out a bibliographic and documentary review. ese

bilateral agreements contributed to the country’s economic growth.

40 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte,

ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.40 - 50, abr. 2024

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Introdução

Em África, a cooperação com a Repú-

blica Popular da China iniciou desde os anos

de 1950 e 1960, sendo este período conside-

rado de lutas pelas independências africanas

e Pequim apoiava na resistência (M’BUNDE,

2015; FERREIRA, 2010). Portanto, apesar

destes Estados ainda não eram soberanos, po-

rém, mesmo assim, esta relação começou com

os apoios no âmbito militar e bélico para vá-

rios movimentos independentistas que lutavam

contra a dominação imperialista ocidental nos

seus países. Assim como ajudou na formação

dos militantes e guerrilheiros do Partido Afri-

cano da Independência da Guiné e Cabo Verde

(PAIGC), para a luta armada na Guiné-Bissau,

a partir de 1960 e 1962 (SEMEDO, 2009).

As relações de cooperação bilateral entre a

China e a Guiné-Bissau iniciaram fundamen-

talmente através de um tratado assinado nos

anos de 1960. Seguidamente continuaram a

partir de 1974, após o ano da proclamação da

independência da Guiné-Bissau em 1973, do

regime colonial português (MANGO, 2023;

INFANDE, 2021). Nos anos 1990, 1998 e

1999, esta relação diplomática da China no

âmbito Sul-Sul com este país africano foi sus-

pendida e apenas foi retomada depois focada

na construção das infraestruturas, formação de

recursos humanos etc.

Na conferência de Bandung em 1955, que

posteriormente deu a criação da ideia do con-

ito entre Norte-Sul. Durante este encontro,

participaram 15 Estados asiáticos e apenas 6

Estados africanos tendo em conta a demora do

processo da descolonização que a maioria dos

países africanos se encontravam naquele perío-

do das lutas pelas independências. Durante esta

conferência, pode-se perceber os princípios que

norteiam a cooperação chinesa com a África:

Nessas declarações, o primeiro-ministro Xu

Enlai enumera o respeito mútuo pela sobe-

rania e integridade territorial, a não agressão

mútua, a não interferência nos assuntos in-

ternos de cada um dos Estados, a igualdade,

o benefício mútuo e a coexistência pacíca

como os eixos para o relacionamento interna-

cional da China. Até hoje, a China mantém

estes pressupostos que foram essenciais para,

num contexto de pós-Guerra Fria, desaar o

unilateralismo, liderado pelos Estados Uni-

dos em África. (COSTA, 2020, p. 43).

A China nas suas relações modernas não

é percebido o fardo da colonização como é vi-

venciado nas outras potências vizinhas como

no caso da Índia. Mas utiliza outras estratégias

de exploração. A China escolheu car ao lado

dos países que sofreram a imposição colonial

do Ocidente. Embora politicamente o país

Keywords: Africa. Guinea Bissau. China. Cooperation. Development

Resumen

El artículo analiza la política exterior china en materia de cooperación al desarrollo con

Guinea-Bissau. Es importante destacar que el contacto chino con Guinea-Bissau se inició

en el período colonial y poscolonial con el Estado chino. Después de la independencia,

la cooperación entre los dos países se ocializó en 1974 en varias áreas, especialmente en

infraestructura y economía. El artículo tiene como objetivo analizar la política exterior

china de cooperación al desarrollo con Guinea-Bissau en los ámbitos de infraestructura y

economía. En el proceso metodológico se realizó una revisión bibliográca y documental.

Estos acuerdos bilaterales contribuyeron al crecimiento económico del país.

Palabras clave: África. Guinea Bissau. China. Cooperación. Desarrollo.

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decidiu car do lado Sul, entretanto sobre a

sua herança intelectual, em nenhum momen-

to a China criou uma resistência ou um con-

fronto contra a ordem internacional denida,

mas se vê um isolamento dos intelectuais do

país, contudo, ultimamente abriu-se ao mun-

do, a ciência política e social que é produzida

no país adaptou-se nos modelos internacio-

nais (idem).

Nesta lógica, este artigo tem como obje-

tivo, analisar a política externa chinesa de coo-

peração bilateral para o desenvolvimento com

a Guiné-Bissau nas áreas de infraestruturas e

economia. A metodologia de pesquisa adotada

para a elaboração deste artigo, foi assentada no

método qualitativo de natureza bibliográca.

No decorrer da realização deste estudo, o le-

vantamento foi efetuado através da revisão bi-

bliográca e documental.

Entretanto, no nosso entendimento, fo-

ca-se mais em análises metodológicas em que

o assunto mais indispensável é a investigação

detalhada de uma matéria escolhida para a pro-

dução cientíca de um certo estudo e atingir

um objetivo proposto (DEMO, 1995).

Desta forma, são estas 4 etapas escolhidas

para elaboração do artigo: coletar, mensurar,

análise de dados e a redação.

Na primeira etapa, foi denida qual era

o propósito da coleta de dados que é fazer a

recolha de informações mais pertinentes do

assunto da pesquisa; em que os principais tex-

tos serão pesquisados, sobretudo os que tratam

especicamente da relação de cooperação bila-

teral histórica entre a China e a Guiné-Bissau.

Por um lado, foi procedida a análise mais cui-

dadosa de dados coletados com o intuito de

ter as informações mais precisas. Nesta mesma

parte inicial, em última análise, estudamos a

melhor forma de separar essas informações e

inseri-las nas suas respectivas seções que com-

põem o artigo.

Na segunda etapa, foi necessário fazer

a mensuração de dados levantados com rigor

cientíco e levar em conta em que parte do tra-

balho cada ideia do autor pode ser mais útil.

Na terceira etapa, análise de dados, zemos um

levantamento bibliográco e documental atra-

vés da observação e leitura desses textos que vão

ser citados. Na quarta etapa, a redação, é um

processo seguido de descrição das informações

mais importantes que foram obtidas através da

leitura cuidadosa das bibliograas consultadas.

Em relação a sua estrutura, este artigo está

dividido em quatro seções principais sem con-

tar com a introdução e considerações nais.

Na 1a seção “A Política Externa, Coope-

ração, Desenvolvimento, Cooperação Interna-

cional para o Desenvolvimento e Cooperação

Sul-Sul”, foi denido e debatido esses diferen-

tes conceitos, onde apresentamos a relevância

que estes têm nas relações internacionais.

Na 2a seção, “Relações históricas de coo-

peração bilateral entre a China e a Guiné-

-Bissau” fala-se sobre a cooperação entre a

China e a Guiné-Bissau antes e depois da in-

dependência, realçando a continuidade desta

relação e o seu impacto socioeconômico na

Guiné-Bissau.

Na 3a seção, trata-se da “A situação atual

da cooperação Sino-Guineense e os seus pro-

veitos”, demonstrando como as relações atuais

entre os dois países estão e quais são os benefí-

cios desta cooperação para a Guiné-Bissau nas

áreas de infraestruturas e a economia.

Nesta 4a seção os “Acordos de pesca na

cooperação Sino-Guineense como plano de

alcançar o crescimento econômico da Guiné-

-Bissau”, foi discutido os diferentes acordos de

pesca assinados entre dois países.

43 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.40 - 50, abr. 2024

1. A Política Externa,

Cooperação, Desenvolvimento,

Cooperação Internacional

para o Desenvolvimento e

Cooperação Sul-Sul

Para Sousa (2018), política externa é a

ação particular do Estado na promoção de in-

teresses nacionais e assim como proteger-se de

certas ameaças externas que poderão pôr em

causa a sua estabilidade interna.

No nosso entendimento, qualquer Esta-

do, também, procura ter inuências e poder

sobre outros países na conjuntura das Relações

Internacionais através da sua posição estratégi-

ca e levar mais em consideração a promoção

dos seus interesses nacionais, sua imagem em

busca do desenvolvimento e aceitação dos ato-

res da comunidade internacional.

A política externa a sua diferença com as

outras políticas é que na arena internacional o

Estado busca sempre agir conforme a conduta e

atuação dos outros atores nas relações interna-

cionais. No decorrer deste processo, geralmen-

te, a intenção é atuar e saber posicionar para

preservar o seu próprio interesse se o ambiente

permitir e caso contrário é obrigado a mudar

deste espaço para não se sentir desfavorecido

ou perdido neste jogo de interesse político e

económico na geopolítica internacional (RO-

DRIGUES, 2004).

“A cooperação signica envolver as popu-

lações na denição, planicação e criação do

seu próprio futuro, capacitando as pessoas e

comunidades para intervirem e liderarem o seu

próprio processo de desenvolvimento.” (DI-

CIONÁRIO DO DESENVOLVIMENTO,

2019, p. 17)

No entendimento de Amaro (2003), o

Desenvolvimento é um dos conceitos mais re-

levantes e ao mesmo tempo polêmicos no âm-

bito das ciências sociais, como um estimulador

de desejos, transformações socioeconômicas e

pessoais.

Além de tudo, serviu para classicação e

caracterização do desenvolvimento humano,

social e bem-estar da população de cada país

no mundo. Também é conhecido como um

conceito que possui muitas versões e isso tor-

nou-o mais complexo e não linear, sendo que

é pensado e aplicado por pessoas em realidades

diferentes e com denições opostas. Por isso,

percebemos que não é universal, porque cada

país entende e dene o desenvolvimento con-

forme a sua visão de mundo baseado na histó-

ria da formação da sua sociedade e do seu povo.

A Cooperação Internacional para o De-

senvolvimento (CID), assegura para os países

menos avançados o apoio para alcançarem os

seus objetivos denidos e superarem os obstá-

culos que os impedem de serem os países de-

senvolvidos assim como os outros (SANGRE-

MAN, 2009, p. 8).

Perante este processo, da mesma forma, a

CID reconhece e prioriza o crescimento econô-

mico equilibrado dos países menos inuentes e

sem poder de decisão na geopolítica e arena in-

ternacional. Recomenda-se que os estados que

carecem de poder nanceiro devem ser apoia-

dos pelos países mais fortes economicamente a

superarem as barreiras que impedem a mudan-

ça estrutural e alcançarem o desenvolvimento

almejado. Aliás, proporcionando que os países

em vias de desenvolvimento não sejam endivi-

dados e que os bancos ocidentais não aplicas-

sem os juros.

Enquanto que a Cooperação Sul-Sul é

uma nova forma de colaboração entre os países

do Sul Global e é totalmente diferente com a

antiga cooperação Norte-Sul. Em outra pers-

44 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.40 - 50, abr. 2024

pectiva é uma ação política de apoio econômi-

co e social com a dinâmica baseada na troca

mútua e solidariedade entre os países em vias

de desenvolvimento e subdesenvolvidos com a

intenção de criar um mundo mais justo e forta-

lecer as relações entre povos (CRONOLOGIA

E HISTÓRIA DA COOPERAÇÃO SUL-

-SUL, 2014).

Por um lado, na relação de cooperação

entre os países do Sul global continua a exis-

tir a hierarquia entre os países mais fortes em

vários setores e aqueles com as economias

menos desenvolvidas que necessitam muito

dos apoios oriundos desta cooperação com os

países em que há um sentimento de solidarie-

dade entre povos e que lutam conjuntamente

contra a pobreza, desigualdades sociais, im-

punidade e o retrocesso das suas sociedades e

instituições.

A Cooperação Sul-Sul é um sistema de

cooperação complementar e diferente da tradi-

cional Norte-Sul em que a maioria dos países

em desenvolvimento continuam dependentes

dos países desenvolvidos. Mas é indispensável

realçar que surgiu só como uma alternativa para

tornar as relações mais solidárias e horizontais

em que os países envolvidos sairão todos be-

neciados através da relação de reciprocidade e

não em “doadores e recipiendários” (DA GRA-

ÇA RIZZO, 2021).

Contudo, na nossa perspectiva de análise,

os países em desenvolvimento com mais pode-

rio militar, económico e político do Sul global

continuam a ter mais inuências e poder de

decisão no cenário das Relações Internacionais,

principalmente no contexto da Cooperação

Sul-Sul com os países menos avançados que

dependem muito do amparo externo através da

cooperação bilateral e multilateral.

2. Relações históricas de

cooperação bilateral entre a

China e a Guiné-Bissau

O primeiro contacto de dois chineses no-

meadamente Kat Chan e Lai San Lek Si com

a antiga Guiné Portuguesa, foi em 1902, no

período colonial, mas este não tem relevância

governamental, contudo de natureza particular

na província ultramarina que estava sob domí-

nio de Portugal, conhecida atualmente como

a Guiné-Bissau (HAVIK & ESTÁCIO, 2011).

A cooperação entre a China e a Guiné-Bis-

sau faz parte do acordo bilateral ocializado em

15 de março de 1974, depois da declaração da

independência do país pelo PAIGC. A partir

deste período, os acordos assinados são basea-

dos nas relações comerciais e assim abrangem

o nanciamento da construção das infraestru-

turas governamentais, pontes, estradas, portos

etc. Foi nestes tratados entre Pequim e Bissau

que foram construídos o Estádio Nacional de

Futebol 24 de Setembro, Hospital Militar de

Bissau e em Canchungo, norte do país, entre

outros (BISSINDÉ, 2021; M’BUNDE, 2018).

Além disto, nesta relação de cooperação bilate-

ral entre os dois países é entendida que:

Uma das estratégias utilizadas pela China

para ter aceitação no contexto da coopera-

ção bilateral com a Guiné-Bissau em diver-

sas áreas como por exemplo na agricultura,

infraestruturas, pesca, educação, saúde é o

motivo de não interferência nos assuntos in-

ternos do país (CORREIA, 2022, P. 276).

No período da colonização portuguesa,

tem sido observado a presença de escraviza-

dos provenientes do território hoje conhecido

como a Guiné-Bissau no continente asiático,

particularmente em Macau, que da mesma for-

ma, era dominada pelo regime colonial portu-

guês em Ásia, onde se instalaram muitos por-

45 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.40 - 50, abr. 2024

tugueses e euroasiáticos entre 1553 e 1557 (DE

SOUSA, 2013).

Um dos princípios da política externa chi-

nesa nessa cooperação com o país é não inter-

ferir nos problemas internos e assim respeitar a

soberania e integridade territorial. O interesse

da China na cooperação com a Guiné-Bissau

está mais voltado aos pescados e a exploração

dos recursos naturais guineenses que ainda

não foram descobertos e explorados (Cassamá,

2023).

Estas são os princípios orientam a política

chinesa em outros países da África, respeitar os

parceiros e suas soberanias nacionais com isso

permitiu a China conquistar a conança dos

diferentes líderes africanos e em especial os da

Guiné-Bissau em aceitar cooperar com o gi-

gante asiático desde o período colonial e pós-

-colonial. Apesar de existir movimentos civis

que reprovam a forma da atuação da China no

continente e como na Guiné-Bissau por más

condições de trabalho, desrespeito às leis de

proteção ambiental e o envio dos trabalhadores

chineses para as obras sem permitir o emprego

aos cidadãos nacionais (INFANDE, 2020)

Na percepção do Diretor-Geral do Depar-

tamento de Assuntos Africanos do Ministério

das Relações Exteriores da China, WU PENG

(2024), a cooperação bilateral entre os dois paí-

ses é de várias décadas e tem produzido muitos

efeitos positivos para essas duas nações sobre-

tudo no âmbito econômico, infraestruturas e

trocas comerciais.

Na Guiné-Bissau, as áreas com o investi-

mento chinês são as infraestruturas, economia,

agricultura, saúde e educação. Mas salienta-se

que, nesta relação, o investimento chinês têm

mais impactos nas áreas de infraestruturas e

comércio. E as autoridades de Pequim têm em-

penhado muito em colaboração com o Estado

guineense para reforçarem a cooperação bilate-

ral (MINCHUAN, 2023).

Na nossa concepção, a ajuda que a Guiné-

-Bissau tem recebido da China deveria servir

para reabilitação e construções das pequenas

indústrias locais, apoio aos agricultores e de-

mais sectores sociais relevantes para o cresci-

mento da economia. Por isto que, não é para

fortalecer os governantes no poder sem projeto

político apropriado para o crescimento econó-

mico. Esta ajuda em vez de ser um benecio ao

país, consequentemente, aumenta a corrupção

entre os governantes e os outros servidores pú-

blicos que disputam este bem comum “ofere-

cido” para o povo para o interesse pariticular.

Portanto, qualquer ajuda tem o seu preço a pa-

gar pelo país.

Não é abusivo então considerar que o objeti-

vo da ajuda é de “corromper” as classes diri-

gentes. Além das ponctions nanceiras (bem

conhecidas, e pelas quais se faz crer que os

doadores os fazem por nada!), a ajuda tor-

na-se “indispensável” (porque elas se trans-

formaram numa fonte importante de nan-

ciamento dentro dos orçamentos) incluida

dentro desta função política. É importante

que esta ajuda não seja reservada exclusiva-

mente e integralmente aos homens em posto

de comando, ao “governo”. É necessário que

ela se interesse igualmente as “oposições” ca-

paveis de os suceder. O papel da sociedade

dita civil e de algumas ONGS se encontra

aqui (AMIN, 2010: 2).

A apropriação do apoio oriundo dessas re-

lações bilaterais tem acontecido nos últimos 5

anos na Guiné-Bissau, em que os dirigentes da

nação aproveitam-se destas ajudas externas as-

sentadas na cooperação para a compra da cons-

ciência política dos adversários, apoiadores e as

vezes utilizadas para campanhas eleitorais ou

em outros serviços não-estatais, mas sim, para

assuntos particulares dos membros do governo

e não os serviços mais essenciais.

46 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.40 - 50, abr. 2024

A ajuda em questão, para ser politicamente

ecaz, deve igualmente contribuir para a ma-

nutenção da inserção dos camponeses neste

sistema global, esta inserção alimenta outras

fontes de verba do estado. A ajuda deve igual-

mente se interessar pelo progresso da “moder-

nização” as culturas de exportação. O caso do

niger ilustra a perfeição da articulação dos re-

cursos minerais estratégicos (o urânio) \ ajuda

“indispensável” \ manutenção do países neste

estatuto de estado cliente. (2) (AMIN, 2010,

p. 2)

A maioria dos acordos assinados acabam

por circular apenas nas mãos dos que possuem

poder e não benecia os que mais necessitam,

mas os que estão no comando e não o país.

Quando esta ajuda é gerida de forma racional

e com compromisso de apoios a classe traba-

lhadora que necessita de meios e materiais para

produzir contribui diretamente para a alavan-

car a economia.

3. A situação atual da

cooperação Sino-Guineense e

os seus proveitos

Entre 2021 e 2024, a cooperação Sino-

-Guineense no nosso entendimento, tem pro-

gredido muito nesses últimos três anos, apesar

da Guiné-Bissau não ter conseguido aprovei-

tar e expandir os investimentos chineses para a

construção dos portos e as indústrias nacionais

para a transformação dos produtos locais e re-

duzir o alto desemprego no país. Contudo, um

dos maiores desaos atuais do Estado guineen-

se é superar o déce das infraestruturas, diver-

sicar a produção agrícola para o crescimento

econômico, avançar na industrialização e fazer

as reformas estruturais.

O Embaixador da China Guo Ce na

Guiné-Bissau, durante a sua entrevista consi-

dera que:

Ao longo dos três anos, apesar da conjuntu-

ra internacional, as relações Sino-Guineense

têm-se melhorado signicativamente, graças

aos esforços de ambas as partes, à conança

política mútua. Tem aumentado progressi-

vamente e a cooperação praticada em diver-

sas áreas é frutívora. Nos últimos três anos,

a China também prestou alguns apoios para

o desenvolvimento da Guiné-Bissau. Con-

cluímos com sucesso o projeto de reexão da

conferência internacional do Ministério dos

Negócios Estrangeiros, a construção do por-

to de Alto Bandim, em Bissau, e a reabilita-

ção da sede da Assembleia Nacional Popular

(ANP)(...) (GUO CE, 2024, s/p.).

Nos acordos de pescas entre dois países e

de exploração dos recursos energéticos no ter-

ritório nacional, tem surgido muitas críticas

feitas pelos guineenses sobre a falta de recursos

humanos e materiais que os funcionários des-

te setor enfrentam e que diculta a supervisão

séria e rígida em combate a qualquer prática

ilegal chinesa durante a pesca. Contudo, essa

parceria entre os dois países contribuiu para

melhorar as infraestruturas públicas devastadas

no decorrer da guerra civil de 7 de Junho de

1998-1999 (PEREIRA, 2020).

4. Acordos de pesca na

cooperação Sino-Guineense

como plano de alcançar o

crescimento econômico da

Guiné-Bissau

Nesta seção, vai ser analisada os principais

acordos de pesca entre a China e a Guiné-Bis-

sau para o crescimento da economia e a criação

do emprego.

O acordo de pesca surgiu através de um

tratado assinado entre a República Popular da

China e o Estado da Guiné-Bissau em que os

dois países decidiram estabelecer relação de

47 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.40 - 50, abr. 2024

cooperação no âmbito das pescas assinado em

Beijing a 28 de Agosto de 1984. No Artigo 2

do “Acordo entre o Governo da República Po-

pular da China e o Governo da República da

Guiné-Bissau sobre a cooperação no domínio

das pescas”, refere-se neste tratado de que:

As duas Partes deverão celebrar anualmente

contratos para xar as condições de conces-

são das licenças. As licenças anuais deverão

ser concedidas no âmbito dum regime pre-

ferencial, não devendo este ser inferior ao

concedido aos outros países mais favoreci-

dos (ACORDO ENTRE O GOVERNO

DA REPÚBLICA POPULAR DA CHINA

E O GOVERNO DA REPÚBLICA DA

GUINÉ-BISSAU SOBRE A COOPERA-

ÇÃO NO DOMÍNIO DAS PESCAS, 1984,

p. 134).

Em relação aos investimentos no país, a

China compromete-se em apoiar por meio dos

equipamentos de trabalho, nanciar e trazer os

técnicos chineses para auxiliar o Estado a criar

pequenos navios motorizados para a realização

da pesca.

A respeito disto Kébé et al. (1993, p. 7)

alegam que:

Os principais acordos de pesca em vigor em

1992 concernam a Comunidade Económica

Europeia (Itália, Grécia, Portugal, Espanha),

a ex-URSS, a República Popular da China,

os países africanos (Senegal, Gâmbia, Serra

Leoa) e Chipre (quadro 5). Estão actualmen-

te em preparação negociações com a ex-UR-

SS e em curso com a CEE para 1993.

Entretanto, como se demonstra esses auto-

res, em 1992, entre 165 barcos estrangeiros de

países diferentes que pescavam nas águas que es-

tão protegidas pela legislação guineense, 20 são

da República Popular da China. Esta relação de

cooperação do Estado da Guiné-Bissau com a

China tem contribuído signicativamente para

o crescimento da economia guineense.

O outro protocolo de pesca foi assinado

pelo Estado da Guiné-Bissau e a empresa “Chi-

na National Fisheries Corporation em 1 de ju-

lho de 2010, tem a duração de quatro (4) anos

de validade. No entanto, no seu Artigo 4o vê-se

que são realizadas as reuniões anuais para avaliar

se o acordo está a ser cumprido legalmente na

sua totalidade pela empresa chinesa.

(PROTOCOLO DE ACORDO DE

PESCA, 2010).

5. Considerações ﬁnais

Entre 1950 e 1960 a época em que os paí-

ses africanos se encontravam na luta pelas inde-

pendências da dominação colonial dos países

ocidentais, mesmo não sendo estados sobera-

nos, a República Popular da China, tem estabe-

lecido as relações de cooperação com estas na-

ções africanas. Particularmente, a Guiné-Bissau

é um dos países que beneciaram deste apoio

para a formação e fornecimento de armas para

os guerrilheiros do PAIGC para lutar contra o

regime colonial português.

As relações diplomáticas entre a China e

a Guiné-Bissau são assentadas na conjuntura

da Cooperação Sul-Sul, uma nova política no

campo das Relações Internacionais adotada

pelos países do Sul global, diferente da coo-

peração Norte-Sul. Neste processo, os países

emergentes ou em desenvolvimento mais for-

tes economicamente, militarmente, politica-

mente e estrategicamente no cenário na coo-

peração internacional e no Sul-Sul estabelecem

as relações de cooperação com os países menos

avançados como o caso da Guiné-Bissau coo-

perando com a China que é uma das maiores

potências mundiais da atualidade.

Esta colaboração é uma parte da política

externa de dois países baseada em certa medi-

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da na ajuda mútua e solidariedade entre dois

povos e trocas de experiências de governação e

promoção de diálogo em busca de estabilidade

política e governativa que visa atingir o desen-

volvimento e melhorar as condições de vida da

população afetada pela carência de bens e servi-

ços mais básicos.

Após vários períodos de conito armado

contra a colonização portuguesa, o país alcan-

çou a sua proclamação de independência uni-

lateral em 24 de setembro de 1973, mas só de-

pois de um ano, em 1974, que a Guiné-Bissau

conseguiu ocializar a sua cooperação bilateral

com a China especicamente nas áreas de in-

fraestruturas e economia.

Os investimentos da China na Guiné-Bis-

sau são mais vericados nas construções de in-

fraestruturas como escolas, hospitais e edifícios

governamentais que o país tem sentido muita

falta como a construção e a reabilitação do Es-

tádio Nacional 24 de setembro e Assembleia

Nacional Popular (ANP).

Os acordos de pesca entre a China e o Es-

tado da Guiné-Bissau surgiram na medida em

que o país precisou-se de aumentar laços de

cooperação e diversicação da sua economia e

não depender apenas de desses acordos de pes-

ca com a China. Especicamente desde 2014

a 2024, na relação Sino-Guineense o Estado

da Guiné-Bissau tem feito esforços de diversi-

car o investimento chinês em vários setores e

a China demonstrou o interesse em apoiar o

país e investir nas infraestruturas e a compra

dos produtos agrícolas.

No nosso entendimento, uma das áreas

mais prioritárias do governo guineense no de-

correr da sua cooperação bilateral com a China,

são as infraestruturas, economia, saúde e agri-

cultura, educação e em troca a China ganha

com a exploração de recursos naturais do país

ou através de outros tipos de apoios que pode-

rá precisar da parte do Estado da Guiné-Bissau

no âmbito da geopolítica internacional. Nesta

análise, percebe-se que todo o nanciamento

do Estado chinês para a transformação estrutu-

ral e melhorar a vida do povo da Guiné-Bissau,

a China beneciará de forma direta ou indire-

tamente ao longo do tempo, já que nada é de

graça quando se trata da cooperação entre os

países de Sul-Sul e assim como Norte-Sul.

Entretanto, é importante ressaltar que,

todo este apoio prestado a nação guineense,

não será gratuita, porque na cooperação inter-

nacional todos os países doadores e nancia-

dores como a China tem o principal interes-

se a obtenção de lucros através da exploração

dos países economicamente frágeis e instáveis

como a Guiné-Bissau, na qual estes apoios te-

rão custos em dinheiro ou exploração dos re-

cursos naturais.

Os acordos de pesca assinados entre o

Governo da República Popular da China e o

Governo da República da Guiné-Bissau ba-

seiam-se na cooperação Sul-Sul entre esses dois

países, em que ambos comprometem-se a cum-

prir todos os protocolos e normas presentes

nesses tratados que regulamentam as atividades

pesqueiras dos navios chineses nos mares da

Guiné-Bissau.

Num dos pontos de acordo de pesca com

a empresa China National Fisheries Corpo-

ration, esta compromete-se apelar a China a

construir unidade industrial de conservação e

tratamento de pescado no país e o fornecimen-

to de 40 toneladas para o mercado nacional

destinado ao consumo da população o que já

é um grande passo dado pelas autoridades gui-

neenses.

Portanto, acreditamos que as autoridades

nacionais, poderiam aproveitar mais com este

49 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.40 - 50, abr. 2024

acordo, onde deveria fazer parte a reabilitação

do Porto de Pesca Alto Bandim, que tem apre-

sentado a falta de manutenção e não limitar

apenas em criação de polo de abastecimento do

pescado oriundo da pesca artesanal como tem

sido feito. É fundamental realçar que apesar de

gerar empregos para mulheres e jovens, tam-

bém criará novas oportunidades de negócios

para o setor das pescas o que contribuirá para

o crescimento econômico, melhoria das suas

infraestruturas, transformação e exportação do

pescado.

Consequentemente, as instabilidades polí-

ticas recorrentes, têm limitado e/ou impedido

a implementação de outros projetos e investi-

mentos estrangeiro neste setor na Guiné-Bissau.

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Five myths about cryptoterrorsim:

understanding trends and modus

operandi of terrorism ﬁnancing through

cryptoassets

Cinco mitos sobre criptoterrorismo: entendendo tendências e o modus operandi do

nanciamento do terrorismo através de criptoativos

Cinco mitos sobre criptoterrorismo: entendiendo tendencias y modus operandi del

nanciamiento del terrorismo a través de criptoactivos

Jorge, M. Lasmar, PhD.

Rashmi Singh, PhD.

DOI: 10.5752/P.1809-6182.2024v21n1pX-X

ABSTRACT

is article debunks ve common myths about crypto terrorism, examining how terrorists

exploit digital assets. While the terrorist use of cryptocurrencies is limited and involves

small amounts, it extends beyond Bitcoin and leaves detectable traces. To address this

evolving threat eectively the misuse, not the assets, should be criminalized.

Keywords: Cryptocurrency; Crypto terrorism; Terrorism nancing

RESUMO

Este artigo desmistica cinco mitos comuns sobre o cripto terrorismo, examinando como

os terroristas exploram os ativos digitais. Embora o uso de criptomoedas por terroristas seja

limitado e envolva pequenas quantias, ele vai além do Bitcoin e deixa rastros detectáveis.

Para enfrentar essa ameaça em evolução de forma ecaz, deve-se criminalizar o uso

indevido, não os ativos em si.

Palavras-Chave: Criptomoeda; Cripto terrorismo; Financiamento do terrorismo

RESUMÉN

Este artículo desmiente cinco mitos comunes sobre el cripto terrorismo, examinando cómo

los terroristas explotan los activos digitales. Aunque el uso de criptomonedas por parte de

terroristas es limitado y abarca pequeñas cantidades, se extiende más allá de Bitcoin y deja

rastros detectables. Para abordar esta amenaza en evolución de manera efectiva, se debe

criminalizar el uso indebido, no los activos en sí.

Palabras clave: Criptomoneda; Cripto terrorismo; Financiamiento del terrorismo

Artigo

51 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte,

ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.51 - 68, abr. 2024

52 • Conjuntura Internacional • Belo Horizonte, ISSN 1809-6182, v.21 n.1, p.51 - 68, abr. 2024

Introduction

Cryptocurrencies are digital currencies,

i.e. a medium of exchange (used to acquire

goods or services) or a store of value, that use

cryptography (coded information) and block-

chain technology (a digital decentralized pu-

blic ledger) to conduct transactions through

a computer network. Unlike traditional cur-

rencies and assets, cryptocurrencies and other

crypto assets operate in a decentralized manner

and do not rely on central authorities such as

banks or governments. As a consequence, they

have been less subjected to control and regula-

tions although this is quickly changing.

However, in an era in which digital cur-

rencies are transforming global nance, the

complexities of terrorism nancing that relies

on crypto assets (crypto terrorism) presents

unprecedented challenges. While cryptocur-

rencies remain a technical and somewhat dis-

tant concept for many, recent advancements

in articial intelligence-powered blockchain

analysis have shed light on how terrorists ex-

ploit these digital assets. Despite this progress,

widespread misunderstandings and myths still

cloud public perception. By debunking these

misconceptions, we can better understand the

true trends and tactics of terrorism nancing

through cryptoassets. In this article, we explore

ve prevalent myths to gain a clearer unders-

tanding of how extremist groups utilize cryp-

tocurrencies, how their strategies are evolving,

and the implications for counterterrorism ef-

forts.

Myth 1: The Majority of

Terrorist Funding Comes from

Cryptoassets

Reality: Limited Adoption Compared

to Traditional Methods and

Cryptoassets Play a Minor Role

Terrorists and extremist groups use a wide

variety of methods to raise, move, and use funds

that usually mix licit and illicit sources. ese

methods employ varying degrees of professio-

nalism and complexity. Examples of terrorism

nancing from illicit sources include crimes

such as online and oine fraud, kidnapping,

extorsion, tax evasion, contraband, theft, and

the misuse of NGOs. Legal sources include

donations, self-nancing, and even the use of

licit companies (LASMAR, 2019). e use of

both legal and illegal sources as well as the si-

multaneous employment of dierent nancing

techniques is one of the dening characteristics

of terrorism nancing (FATF 2015). To avoid

disruption, diversity is key. Terrorist groups

make sure to employ several dierent mecha-

nisms to increase their chances of passing un-

noticed by the authorities and decrease the im-

pact of any disruption to one or more of their

nancial activities.

In this context, terrorist groups have been

increasingly interested in using cryptoassets

to raise, transfer, and use funds. For exam-

ple, Da’esh (also known as the Islamic State)

and Al-Qaida aliates have been using cryp-

tocurrency in Syrian areas under the control

of Hay’at Tahrir al-Sham. We also know that

Da’esh aliates in Asia increasingly rely on

cryptocurrencies (CTED, 2024). However, this

is not a new phenomenon. e rst evidence

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of terrorist nancing through cryptocurrencies

was found in 2014 when American authorities

found a Dark Web site called “Fund e Is-

lamic State Anonymously”, which encouraged

Da’esh sympathizers to donate Bitcoin (the

rst widely-used cryptocurrency) to the group.

From 2015 onwards, Da’esh stepped up eorts

to receive Bitcoin donations, after which other

extremist groups started doing the same, as can

be seen in Annex I (Timeline of High Prole

TF rough Cryptoassets) below.

e timeline demonstrates that terrorist

groups are looking into cryptoassets as another

tool of terrorism nancing. However, despite

all the high-prole cases in the media, these

instances remain relatively rare and of low vo-

lume, especially when compared to the nan-

cing of terrorism through traditional methods.

To date, most terrorist nancing continues to

rely on traditional oine methods, both in ter-

ms of sources and means of transfer (Chaina-

nalysis, 2024). In fact, the use of cryptoassets

for nancing terrorism remains limited, even

when focusing solely on the illicit cryptoasset

ecosystem. Within the cryptoasset ecosystem,

only a small portion is misused for criminal ac-

tivities. e company Chainanalysis estimates

that the share of all crypto transaction volumes

associated with illicit activity in 2023 remained

at 0,34% of the total on-chain transaction vo-

lume (Chainanalysis, 2024, p. 6). Of these illi-

cit uses, only a small part is used for terrorism

nancing. at is not to say, of course, that the

threat should be ignored. Any nancing of ter-

rorism, no matter how small, has serious social,

political and humanitarian consequences and

should be prevented and countered. Neverthe-

less, it is important to understand that cryp-

toassets can be abused in the same way that the

traditional nancial system can be exploited

for nefarious activities. us, it is important to

criminalize the misuse of cryptoassets and not

the cryptoassets themselves.

Source: e authors

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Myth 2: Terrorist Groups

move millions of dollars in

cryptocurrencies

Reality: Terrorist-related

cryptocurrencies transactions

amounts remain relatively low

Information about underworld and cri-

minal activities is never precise. Owing to the

nature of illicit activities, reliable information

is scarce and rarely available. us, it is di-

cult to obtain accurate estimates of the illicit

ow volume. Most studies that quantify illicit

ows rely on seizure data to build their estima-

tes. However, while this information can give

us some idea of the magnitude of the problem,

often seizure data is unreliably recorded at the

source. Moreover, a focus on seizures ignores

illicit ows that have not been intercepted by

the authorities.

e same applies when estimating the cri-

minal use of cryptoassets. Recent developments

in articial intelligence (AI) and blockchain

analysis techniques have advanced signicantly,

providing us with more precise information

(more on this below) about these transactions.

However, all the information we have on how

terrorists operate blockchain-hosted assets de-

pends on rst identifying which crypto address

belongs to a real-life terrorist entity. Hence, the

analysis is made in retrospect and can change as

more attributions (i.e., the linking of a virtual

address with a physical person or entity) are

made. us, for example, the existing estima-

tes for terrorist use of cryptoassets in 2022 can

change in 2032 if new terrorist-linked addres-

ses come to light in future investigations.

With that in mind, over the past few years

we have developed a much more comprehensive

picture of how terrorists use cryptoassets. After

the 07 October 2023 Hamas attacks in Israel,

the media was inundated with news about how

cryptoassets were used to nance terrorism.

One report widely circulated in the news clai-

ming that terror groups raised over $130 mil-

lion in cryptos in the past few years (Nocera;

Livni, 2023). However, the blockchain analysis

company that provided the data used in this

study strongly contested this (Idem). Accor-

ding to the company, this gure represents the

total amount circulated in and out of specic

addresses that received or sent funds but not all

of these funds were linked to known terrorist

entities (Chainanalysis, 2023a). erefore, this

gure is not only a gross exaggeration but also

serves to incorrectly criminalize all these ad-

dresses. It is important to understand that not

all the money that goes in or out of a crypto

address is necessarily related to terrorism. is

is because crypto-terrorist assets move within

the crypto ecosystem, which includes both

legal and illegal transactions. Both legal and

illegal transactions make use of what are legi-

timate virtual asset service providers (VASPs)

such as centralized exchanges.1 Consequently,

not all the money that a legal exchange mo-

ves are necessarily linked to terrorism, even if a

terrorist group uses it at some point. Imagine

that a terrorist group uses a legitimate bank to

make a money transfer, as in the case of the

1 According to the FATF, VASPS are “any natural or legal

person […] [that] conducts one or more of the following

activities or operations for or on behalf of another natural

or legal person: i. Exchange between virtual assets and at

currencies (i.e. government issued currencies); ii. Exchange

between one or more forms of virtual assets; iii. Transfer of

virtual assets; and iv. Safekeeping and/or administration of

virtual assets or instruments enabling control over virtual

assets; v. Participation in and provision of nancial services

related to an issuer’s oer and/or sale of a virtual asset.”

(FATF, 2021, p.22).

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9/11 bombers who transferred their remaining

funds (26,000 USD) back to a al Qaeda facili-

tator in the UAE in the days before the attacks.

is does not mean that all transactions made

by or through that particular bank are linked to

terrorism and/or terrorism nancing (NCoTA,

2004, p.3).

To date, terrorist groups have been using

cryptoassets for two dierent kinds of transac-

tions: funding campaigns and running their

organizational. Both these objectives often in-

volve moving funds across international bor-

ders. is distinction is relevant as funding

campaings have so far been marked by very few

individual contributions/donations which are

generally of relatively small amounts. On the

other hand, transfers for organizational main-

tenance tend to be characterized by larger tran-

sactional sums. In the timeline, it is interesting

to note that before 2020 there are practically

only transactions linked to funding campaigns.

However, this changes in the post-2020 period

and the timeline now shows transactions lin-

ked to both funding campaigns and organiza-

tional maintenance. It is not clear why this shift

occurred. However, it is clear that after 2020

terrorist groups started making use of crypto

assets for transborder transfers to avoid sanc-

tions and monitoring. In this case, transactions

were usually made by specialized nanciers

that moved money for more than one terrorist

organization. Further, these transactions ten-

ded to involve higher amounts. In these cases,

it is technically true that terrorist groups have

moved millions of dollars through cryptos. Ne-

vertheless, the numbers are still on the lower

end (around 2 million USD) and represent not

only a fraction of the total amount of terrorism

nancing when compared with traditional me-

thods, but also a miniscule percentage of the

illegal crypto asset ecosystem, which itself re-

presents a very small portion of the same.

Myth 3: The Majority of

Terrorist Crypto-Funding

comes from Bitcoin

Reality: Terrorists Know that not

all Cryptocurrencies are Equally

Vulnerable

Not all cryptocurrencies are created equal

in terms of privacy and security, and terrorists

are well aware of these dierences. Dierent

cryptocurrencies have been developed, with

dierent needs and characteristics in mind.

Below are a few examples of dierent crypto-

currencies:

Bitcoin: is was the rst widely spread

and most recognized cryptocurrency. Owing

to its widespread use, it has relatively high li-

quidity.

Ethereum: is is the second-largest cryp-

tocurrency. Its blockchain also functions as a

platform for decentralized applications (dApps)

and has the capacity to host smart contracts.

dApps are programs that run on a decentrali-

zed network as opposed to a single computer

or server. Consequently, they facilitate peer-

-to-peer transfers of funds which allows more

privacy. Smart contracts are also built on the

Ethereum blockchain and can be used as a me-

chanism to provide security for peer-to-peer

transfers in the absence of an intermediary.

Stablecoins: cryptocurrencies pegged to

other assets such as government issued (i.e.,

at) currencies, gold, or oil. Tether and USD

Coins are examples of stablecoins. ese coins

oer the stability of traditional currencies whi-

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le retaining the benets of digital assets.

Smaller and Emerging Cryptocurrencies:

ese are lesser-known emerging digital as-

sets. ese cryptocurrencies may oer lower

visibility and reduced scrutiny by authorities,

making them attractive for illicit activities. For

example, Avalanche (AVAX), Polkadot (DOT),

and Ripple (XRP).

Meme coins: cryptocurrences inspired by

internet memes, characters or trends. Although

they are often created as satires, some meme

coins, such as Dogecoin (DOGE), Shiba Inu

(SHIB), and Pepe (PEPE), have achieved sig-

nicant value.

Privacy Coins: privacy-oriented cryptocur-

rencies such as Monero (XMR), Zcash (ZEC),

and Dash (DASH). ese coins use advanced

cryptographic techniques to obfuscate transac-

tion details, making it extremely dicult for

authorities to trace the origins, destinations,

and amounts involved in transactions.

It is common to hear the term Alt Coins.

e term Alt Coins simply refers to any cryp-

tocurrency that is not Bitcoin. It encompasses

stablecoins, meme coins, privacy coins, and all

other cryptocurrencies. It is also important to

note that when one refers to crypto assets, the

expression includes not only crypto currencies

but also other digital assets. ese other digital

assets include crypto-related funds (investment

funds related to cryptocurrency or blockchain)

and crypto tokens. e expression ‘token’ is

used to refer to a digital asset that represents

ownership, a specic value, or a utility – like a

free-meal coupon or a cassino chip. Although

cryptocurrencies are technically tokens, as they

function as digital representations of a value

designed to facilitate transaction, the expres-

sion ‘token’ is usually employed to designate a

digital representation of an interest that is built

on an existing blockchain (i.e. is not intrinsic

to that blockchain). is contrasts with cryp-

tocurrencies which are intrinsic to their own

blockchain. us, digital tokens act as a digital

“key” to a service or ownership and can have

dierent functions. For instance, a utility token

provides access rights or enables the purchase

of specic products or services; a security token

proves ownership in real-world assets, and; a

non-fungible token or NFT registers ownership

over a non-fungible asset, that is, a unique di-

gital items such as pictures, videos, or songs)

(Sharma, 2024).

Understanding the dierences and nuan-

ces between dierent cryptocurrencies is very

important. On the one hand, this variety res-

ponds to dierent market demands; on the

other hand, criminals and terrorists also ex-

ploit these distinctions according to their par-

ticular needs. Dierent types of criminals have

dierent needs (Chainanalysis, 2024; TRM,

2023). White-collar criminals, for example,

exploit cryptoassets for money laundering. For

them, cryptoassets such as Bitcoins, Alt coins,

and NFTs that are very volatile are attractive

because their price variations can be used to

justify gains or losses. Criminals involved in

illicit commerce use cryptoassets to sell their

products, but do not seek to accumulate cryp-

tocurrency. Individuals involved in activities

such as bribery, corruption, espionage, and

even the nancing of terrorism use the cryp-

to ecosystem as a means to make illicit pay-

ments. ese actors tend to want to preserve

their gains and thus favor stablecoins. Rogue

states and sanctioned entities use cryptocur-

rencies to move money across jurisdictions

and evade sanctions. ey also favor the use of

stablecoins. Cybercriminals and cyber-enabled

criminals who commit fraud and scams, thefts,

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hacks, ransomware attacks, etc. still prefer to

use Bitcoin. While Bitcoin accounted for 97%

of the crypto-illicit volume in 2016, with the

evolution of other currencies Bitcoin use plum-

meted to less than 3% of the crypto-illicit volu-

me in 2022 (TRM, 2023, p. 4).

When discussing the nancing of terro-

rism, it is important to understand that ter-

rorist groups do not rely solely on Bitcoin.

Although Bitcoin is the most well-known

cryptocurrency, terrorist organizations employ

a range of cryptoassets for various reasons, le-

veraging the unique features of dierent digital

currencies to suit their needs. When extremist

groups started exploiting cryptocurrencies in

2016, attempts to nance terrorism through

cryptocurrencies were almost exclusively made

using Bitcoin. However, as other digital cur-

rencies evolved, preferences changed. For ins-

tance, there is currently a clear preference for

assets in the TRON blockchain. According to

the TRM, in 2022, there was a 240% year-

-on-year increase in the use of Tether (a stab-

lecoin), compared to a 78% rise in Bitcoin use

(TRM, 2023, p.14). Tether accounted for 92%

of all terrorism nancing cases involving cryp-

tocurrencies by 2022 (TRM, 2023, p.4). A few

other interesting cases not involving Bitcoins

include an extremist group in South Africa

who tried to raise funds by creating their own