Rumo à compreensão das lógicas de gênero em startups
Uma revisão crítica
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.1984-6606.2025v25n72p4-20Palavras-chave:
Gênero no trabalho, Mulheres em startups, Modelo de negócios da nova economia, MetáforasResumo
Este artigo conceitual realizou uma revisão da literatura para discutir se as startups são tão marcadas por questões de gênero quanto as organizações tradicionais para mulheres em cargos de gerência média e, em caso afirmativo, como isso ocorre. Trabalhamos com a suposição de que características intrínsecas à sua estrutura organizacional, como flexibilidade na carga de trabalho, horizontalidade da hierarquia organizacional, colaboração multifuncional, mentalidade de grupo, cultura descolada e ambiente amigável à família permitem que as startups escapem das políticas e práticas organizacionais de gênero e mitiguem as barreiras enfrentadas pelas mulheres. Para investigar como as características inerentes às startups podem exacerbar e/ou reduzir a desigualdade de gênero no trabalho, coletamos experiências de mulheres a partir de estudos empíricos anteriores e as analisamos de acordo com proposições baseadas em seis conceitos (organização de gênero, segregação horizontal e vertical, teto de vidro, fenômeno da abelha-rainha, firewall e labirinto). Os resultados mostraram que as startups de fato favorecem o desenvolvimento de carreira das mulheres, mas ainda refletem uma lógica de gênero em suas práticas e estrutura. Nossa revisão buscou compensar a falta de discussão sobre organizações de gênero e metáforas de desigualdade de gênero em novas estruturas organizacionais, que representam dinâmicas de trabalho mais flexíveis, como resultado da globalização e do desenvolvimento da tecnologia da informação.
