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estudos internacionais • Belo Horizonte, ISSN 2317-773X, v. 8, n. 1, (abr. 2020), p. 125 - 128
em História da Política Externa Brasileira, para o qual o país só conduz sua
política com alguma liberdade, após a proclamação da Independência,
mas, mesmo assim, atrelado aos interesses estratégicos e políticos de na-
ções como Estados Unidos, Inglaterra, para não dizer da própria Casa dos
Bragança, por exemplo.
Nos demais textos que compõe essa parte, observa-se que a polí-
tica externa portuguesa se fazia no Brasil, mas não era brasileira ainda,
portanto os interesses da metrópole e de outras potências eram o lastro
da diplomacia à época. Isso se torna claro, quando se considera o Brasil
sendo palco de -um império informal inglês, muitos mais do que parte
de um império formal lusitano, anal a Inglaterra, uma potência naquele
período, tudo governava nos idos do século XIX, na América Latina. A
Inglaterra, enm, rearmava uma política imperialista, como demonstra
os intentos de Christie no Brasil.
A Parte II designada de República Velha trata de artigos que falam
sobre o panamericanismo na política externa do século XIX até 1961, do
pensamento de Rui Barbosa, Epitáo Pessoa até o ingresso do país na
Sociedade das Nações. Nesse sentido, textos que constituem essa seção
podem ser descritos como El signicado del panamericanismo en la política
exterior de Brasil (18891961); Aspectos da vertente internacional do pensamento
político de Rui Barbosa; Epitácio Pessoa diplomata: de Versalhes ao Catete; An-
gloAmerican rivalry in Brazil: the case of the 1920s; Antirevolutionary diplomacy
in oligarchic Brazil, 19191930; A diplomacia dos armamentos em Santiago: O
Brasil e a Conferência PanAmericana de 1923; O Brasil e o ingresso da Alemanha
na Liga das Nações: a crise de março de 1926.
Em El signicado del panamericanismo en la política exterior de Brasil
(18891961), ro autor ressalta o poder da imagem e das ideologias na política
e na diplomacia. Nesse sentido, o panamericanismo é apresentado como
um grande marco para a diplomacia nacional da Proclamação da Repú-
blica até o ano de 1961. Sentimento comum, destino, resistência ao colo-
nialismo respaldam a concepção pan-americanista. Por m, o período de
1889- 1961 é apontado pelo escritor como momentos em que a concepção
monroísta tornou-se paradigma de política externa, em se tratando da
proximidade nacional com os Estados Unidos.
Os demais trabalhos que conformam essa parte apresentam os prin-
cípios e concepções que balizam a condução diplomática nacional que pri-
ma pelo tradicionalismo político e pela salvaguarda dos interesses do povo.
A obra conta com uma terceira parte chamada de Pós-Segunda
Guerra reete em seus escritos o Brasil na ONU. Nela, o diplomata Eugê-
nio V. Garcia desenvolve as essências política e diplomática nacionais por
meio dos trabalhos De como o Brasil quase se tornou membro permanente do
Conselho de Segurança da ONU em 1945 e O Brasil na Conferência de São Fran-
cisco. Nesse artigo, é discutida a signicância do país para a sociedade in-
ternacional, o que ca mais evidente, por exemplo, quando da criação da
ONU, o Brasil foi cogitado a ter a sexta cadeira do Conselho de Segurança.
Na Parte IV, denominada Defesa e Segurança na Guerra Fria, o intelec-
tual busca aproximar o leitor do pensamento militarista que se estende
do período pós-guerra até o ano de 1989. Os artigos que compõe essa
seção podem ser identicados como O pensamento dos militares em política