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estudos internacionais • Belo Horizonte, ISSN 2317-773X, v. 11, n. 3, (out. 2023), p. 126-130
Ideologia e Instituições Internacionais:
uma nova abordagem (Erik Voeten, 2021)
Ideology and International Institutions: a new approach
(Erik Voeten, 2021)
Ideología e instituciones internacionales: un nuevo
enfoque (Erik Voeten, 2021)
Recebido em:07 de outubro de 2021
Aprovado em: 02 de maio de 2022
Laura Pimentel Barbosa1
DOI: 10.5752/P.2317-773X.2023v11n3p126-130
De modo geral, a literatura em Relões Internacionais ignora o
conceito de ideologia, tratando o tema como de menor relevância no ce-
rio internacional anárquico. No entanto, no decorrer do século XX se
estabeleceu uma ordem internacional que foi capaz de integrar grande
parte dos Estados ao redor de princípios liberais, promovendo a propaga-
ção de regimes de Direitos Humanos, abertura de mercados, e ampliação
dos uxos de capital, pessoas e bens. No entanto, o nal da Guerra Fria
e os novos conitos militarizados, assim como os movimentos naciona-
listas e populistas, têm estimulado a contestação às instituições interna-
cionais sem propostas robustas de como reformá-las, o que estimula o
interesse em entender como essa contestação ideogica afeta a ordem
internacional institucionalizada. Nesse sentido, o mais recente trabalho
de Erik Voeten, “Ideology and International Institutions” (Princeton
University Press, 2021, ainda sem tradução para o Português), oferece
uma contribuição original para analisar a disputa institucional interna-
cional a partir do conceito de ideologia.
Para Voeten, a contestação à ordem liberal tem um elemento ideo-
gico que não deve ser ignorado. Ou seja, os atores que desaam as or-
ganizações internacionais liberais sustentam mais do que objeções sobre
as consequências materiais, eles têm visões fundamentalmente diferentes
sobre como a sociedade internacional deve ser organizada, e sob quais
princípios (embora nem sempre ofereçam um direcionamento robusto
capaz de formar uma coalizão capaz de avançar uma nova ordem). Nesse
sentido, torna-se importante entender o papel da ideologia na disputa dis-
tributiva internacional. O trabalho de Voeten avança nesse sentido ao de-
senvolver um framework teórico que pode ser usado para analisar como
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Laura Pimentel Barbosa Ideologia e Instuições Internacionais: uma nova abordagem (Erik Voeten, 2021)
a disputa ideológica afeta a contestação à ordem internacional. O livro
é composto por 10 capítulos, sendo o primeiro a introdução e o último
a conclusão. Nesta resenha, vamos apresentar o trabalho ao público
brasileiro e apontar algumas reexões sobre a abordagem utilizada.
O objetivo do livro é apresentar um framework que nos permita
entender operacionalizar como a contestação ideogica afeta as disputas
distributivas internacionais em diversos temas. Nesse sentido, a aborda-
gem se sustenta no modelo espacial (Downs, 2013 [1957]), muito utiliza-
do na ciência política para entender a disputa política entre partidos no
âmbito doméstico. Para Downs, a ideologia tem um papel importante na
disputa política, principalmente porque ela ajuda a determinar e a comu-
nicar o ponto ideal (o status quo preferível) de cada ator na disputa políti-
ca, por outro lado, a ideologia também ajuda a promover a conança de
comprometimento com uma determinada plataforma política no futuro.
Desse modo, Voeten busca iluminar a disputa ideogica internacional ao
posicionar os Estados em um espaço ideológico unidimensional em que
os atores se movimentam e buscam criar coalizões ao redor de suas ideo-
logias. O primeiro capítulo é uma introdução, dedicado a apresentar o
argumento central do livro, o de que a ideologia está no centro de muitas
disputas distributivas que as organizações e regimes internacionais bus-
cam resolver, e explicar o framework teórico a ser articulado e utilizado.
O segundo e terceiro capítulos se voltam para a questão do concei-
to de ideologia, seu uso na literatura de Relações Internacionais, e como
o autor busca operacionaliza o conceito para alises empíricas. O au-
tor começa com a observação de que o conceito de ideologia é pratica-
mente omitido nos estudos sobre organizações e regimes internacionais,
inclusive pelas abordagens construtivistas, que tendem a se concentrar
em socialização e identidade. O autor examinou os artigos publicados na
prestigiosa revista International Organization entre 1990 e 2016, e obser-
vou que a ampla maioria não utiliza o conceito, ou, quando utiliza, ele
não tem um papel teórico chave. Mesmo onde o conceito aparecia com
destaque, era usado em termos de fonte de autoridade moral, o que não
é exatamente uma denição adequada de ideologia (embora ela possa ter
essa função). Nesse sentido, a contestação ideológica e seus efeitos na or-
dem internacional não são bem compreendidos pela literatura.
Ideologia aqui é denida de modo conciso: um conjunto articulado
de ideias, coeso e estável, que dene como o mundo é, como deve ser,
quais os principais problemas a serem resolvidos, e como. Nesse sentido,
ideologia é extremamente útil para transmitir informações e estabelecer
conança, pois os outros atores conseguem entender quais os principais
comprometimentos de outro em temas importantes, da forma semelhan-
do como opera na relação entre os partidos e eleitores na política domés-
tica. Além disso, ideologia, pelo seu caráter normativo, tem implicações
distributivas, e, portanto, é importante fonte de conito, por isso deve ser
levada em consideração ao se analisar as contestações à ordem internacio-
nal institucionalizada.
O autor então segue para a sua proposta de como operacionalizar
o conceito de ideologia. Para medir as posições ideogicas dos Estados,
o autor pensa a disputa política internacional num espaço ideogico
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unidimensional1 em que os atores se posicionam em diferentes pontos
e buscam atrair os outros para o mais próximo possível de seu ponto
ideal. O posicionamento dos Estados é estimado a partir das votações na
Assembleia Geral da ONU desde a sua criação até 2016. Portanto, o autor
não está interessado em denir o conteúdo das ideologias, apenas em po-
sicionar os estados num espaço ideogico.2 O autor escolhe os votos na
AGU porque o caráter não vinculativo das decisões da Assembleia permi-
te com que observemos o posicionamento dos Estados de um modo mais
sincero do ponto de vista ideológico.3
O quarto capítulo retoma as abordagens na literatura focadas na
interdependência, e busca demonstrar a relação entre interdependência
e ideologia na constituição de organizações internacionais. Para o autor,
devemos levar em consideração que a interdependência afeta a determi-
nação dos pontos ideais dos atores no espaço ideológico, uma vez que esse
posicionamento é sempre interrelacional. Quando os Estados têm alta in-
terdependência, essa condição geralmente implica em instituões menos
intrusivas e mais técnicas, por outro lado, a criação de instituões entre
um conjunto de Estados afeta a utilidade (ganhos ou perdas) de outros
Estados, que podem, por sua vez, se afastar dessas instituições por não
se sentirem representados nas mesmas. Nesse sentido, a criação de uma
ordem institucionalizada pode ser considerada como uma nova fonte de
conito, não só material, mas também ideogico.
O quinto capítulo é dedicado justamente a entender como as ins-
tituições podem gerar novos conitos, e como a ideologia adentra nesse
problema. Nesse momento, o autor aponta para um ponto importante, a
relação entre conança nos experts e conito ideogico. De modo geral,
a literatura aborda as instituões internacionais como fontes de informa-
ção (cientíca, técnica e legal), e que seu papel em produzir e transmitir
informação legitima parte de sua autoridade. No entanto, essa perspecti-
va pode estar defasada. Muito da informação que as organizações inter-
nacionais produzem e disseminam não necessariamente estariam fora de
alcance de muitos Estados; por outro lado, é a apresentação e interpreta-
ção da informação o principal papel de muitas organizações internacio-
nais, e, nesse aspecto, a ideologia está presente.
Nesse sentido, as organizações internacionais podem estimular o
conito ideológico entre aqueles que concordam ou não com a interpre-
tação e propostas dessas mesmas organizações. Uma vez que os Estados
que nanciam e emprestam grande parte de experts para compor o cor-
po burocrático de uma instituição tem interesse em mover o status quo
para seu ponto ideal no espaço ideogico, e que a principal forma como
essas instituições funcionam é coordenando, compartilhando, e, princi-
palmente, promovendo uma determinada interpretação da informação,
num cenário heterogêneo, até as organizações mais técnicas se tornam
parte da disputa ideológica.
Nesse ponto, o autor nos apresenta um problema cada vez mais
familiar, a crescente desconança em relação à expertise em meio ao con-
ito ideogico. O autor demonstra que esse processo está em curso em
relação às organizações internacionais da mesma forma que no espaço
doméstico, e como as percepções de imparcialidade são vulneráveis
1. Importante lembrar que houve um
período, em meados da Guerra Fria, que
essa disputa foi multidimensional, em
que as disputas dos países do Norte
e Sul se interrelacionavam com as
disputas Leste-Oeste, mas, de modo
geral, é possível pensar a disputa
ideológica como unidimensional. Essa
forma de estimar os pontos ideais se
assemelha ao modo como analistas de
política doméstica se utilizam dos votos
congressuais para estimar o posicio-
namento dos incumbentes em diversas
votações o que ajuda a observar o
processo de polarização política.
2. A abordagem é semelhante ao índice
NOMINATE conforme foi desenvolvido
por Poole e Rosenthau, (1984).
3. Por exemplo, apesar de a Arábia
Saudita ser rival do Irã e grande aliada
dos Estados Unidos, a similaridade dos
votos da Arábia Saudita com o Irã na
AGU historicamente é muito maior do
que em comparação com os Estados
Unidos, (Voeten, p. 30).
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a essas disputas. No caso do sistema internacional, a ordem criada no
pós-Segunda Guerra, amplamente liberal, faz com que a forma como a
informação seja interpretada se dê no âmbito dessa ideologia, e, num cená-
rio de disputa ideogica, esse fato dá aos oponentes do liberalismo razões
para acusar de parcialidade os experts e as decisões dessas instituições.
O capítulo sexto é dedicado a entender como a ideologia molda as
decisões dos Estados de participar ou não das instituições internacionais.
O autor demonstra que as mudanças nos posicionamentos ideogicos
dos Estados, medidos desde o nal do século XIX até 2016, estão associa-
dos com os padrões de associação às organizações internacionais. O au-
tor observa que o padrão de associação se tornou mais heterogêneo após
a Guerra Fria, quando passamos a observar mais pontos ideais onde se
formam conjuntos de países em organizações diversas (ou seja, o padrão
de associação próximo ao ponto ideal estadunidense ou soviético não se
observa mais). Esses padrões se mantem mesmo quando controlamos por
fatores como democracia, relações econômicas e proximidade territorial.
Assim, podemos observar o quanto a decisão por se associar a organiza-
ções internacionais, assim como assinar tratados, reete divisões ideoló-
gicas, e não apenas interdependência econômica, proximidade territorial
e semelhança no sistema político (democracia). Obviamente, essa é uma
alise descritiva, mas os resultados nos ajudam a observar como a ideo-
logia pode estar em jogo, operando como um mecanismo que organiza a
institucionalidade internacional.
Os capítulos 7, 8 e 9 são empíricos, nos quais o autor emprega seu
framework para entender o papel da ideologia em três importantes te-
mas: conitos militarizados, disputas econômicas, e a ascensão do po-
pulismo. Em relação aos conitos militarizados, uma vez que o autor
observa como o avanço da institucionalização facilita a cooperação en-
tre atores ideologicamente próximos, mas intensica o vão em relação
às partes excluídas (capítulo 4), ca a questão de se as distâncias entre os
pontos ideais dos Estados organizados em instituões internacionais se
correlacionam com os conitos. O autor observa, a partir de sua alise
de regressão com base na base de dados “Correlates of war,4 com dados
referentes aos conitos militarizados desde 1880 a 2010, que a formação
de instituões intensica as tensões com países menos alinhados com
os princípios ideológicos que guiam tais instituições, por outro lado, os
conitos se reduzem entre Estados que estão associados às mesmas or-
ganizações (muito embora essa correlação não se sustente entre Estados
contíguos com disputas territoriais). Essa é outra alise descritiva, mas
o fato de a análise ter controlado por interdependência ecomica e sis-
tema político fortalece a tese do autor de que um mecanismo ideológico
pode estar em atuação nesses casos.
No que se refere ao regime de investimentos, essa correlação ideo-
gica é ainda mais evidente. O autor observa que a contestação ideológica
afeta diretamente a forma como se estabeleceu, principalmente por par-
te dos Estados Unidos, o regime de proteção aos investimentos interna-
cionais. Mudanças no posicionamento ideológico dos países no decorrer
do século XX alteraram profundamente seu posicionamento em relação
à proteção ao investimento estrangeiro, o que levou países capitalistas,
4. Disponível em : <https://correlateso-
fwar.org/data-sets/COW-war/dyadic-in-
ter-state-war-dataset-1>. Acesso em 30
de setembro, 2021.
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principalmente os Estados Unidos, a recorrerem cada vez mais aos acor-
dos bilaterais para protegerem seus investimentos e investidores. No en-
tanto, quando se refere a países ideologicamente próximos a seu ponto
ideal, os EUA mantiveram acordos com base nos regimes existentes, sem
mais mecanismos de proteção. A questão da conança que a ideologia
promove pode estar em atuação nesse caso.
O capítulo nono é o mais qualitativo do trabalho, onde o autor se
sustenta principalmente nas alises de discurso para entender como o
populismo afeta a ordem internacional liberal. Para isso, o autor se utiliza
especialmente dos discursos de líderes populistas em relação às cortes in-
ternacionais. As cortes internacionais são uma boa representação da pro-
pagação de valores da ordem internacional, e por isso são alvos de líderes
populistas que buscam minar a legitimidade dessas instituições. O autor
empresta a denição de populismo feita por Cas Mudde: “populismo é
uma ideologia na que considera a sociedade como, no limite, separada
em dois grupos homogêneos e antagônicos, o povo puro e a elite cor-
rupta, e que argumenta que a política deve ser expressão da vontade do
povo” (Voeten, 2021, p. 148); nesse capítulo, o autor cita como exemplos
de líderes populistas Victor Orbán, Nicolás Maduro e Jair Bolsonaro.
O populismo, por sua oposição aos direitos das minorias, contes-
tações a princípios democráticos e ênfase nacionalista, é uma resposta
iliberal. No capítulo 5, vimos como a função de interpretar é um papel
fundamental das organizações internacionais, nesse sentido, as cortes são
ainda mais explicitamente interpretativas, tornando-as alvos fáceis aos
populistas. A vantagem da alise do autor é que ele nos oferece uma
forma de operacionalizar a ideia de backlash às organizações internacio-
nais; 1) trata-se de backlash quando há tentativa de reduzir a autoridade da
corte da corte, quando for possível, ou 2) quando um país se retira da ju-
risdição de determinada organização ou corte, como o caso da Venezuela
ao se retirar da Corte Interamericana de Direitos Humanos. O autor se
baseia em 28 casos que se enquadram em uma ou duas dessas formas de
operacionalizar a oposição populista às cortes e analisa os discursos dos
líderes. A partir de sua alise qualitativa o autor indica que os populis-
tas se colocam (e, consequentemente, o hipotético povo puro que dizem
representar), como as reais vítimas das cortes internacionais. Por outro
lado, de uma perspectiva populista, as cortes falham em reetir a voz do
povo pelo seu caráter contra majoritário, nesse sentido, a crítica se esten-
de às cortes domésticas; as duas ideias operam juntas.
No limite, o grande risco da crítica populista às cortes internacio-
nais, e à ordem internacional liberal em sentido amplo, é o fato de não
apresentar uma proposta, seja para reformar ou para criar uma ordem
que a substitua. A consequência é uma contínua deterioração da ordem
institucional internacional, levando a novos problemas de barganha e ne-
gociação, afetando também a proteção aos direitos das minorias, princi-
palmente por meio dos direitos de propriedade violados, além de outras
implicações. A grande contribuição do trabalho ao dar foco aos movimen-
tos populistas é chamar a atenção dos analistas de relações internacionais
para a importância de se observar a política doméstica para entender os
movimentos dos atores no plano internacional contemporâneo.
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De modo geral, o trabalho de Voetel é inovador ao colocar o concei-
to de ideologia no centro da alise, algo pouco comum na literatura de
Relações Internacionais, e o faz com base numa abordagem consistente e
gerenciável, a partir da alise espacial cssica, muito comum na Ciência
Política, e desenvolvendo uma medida para identicar a polarização, de-
senvolvida a partir dos votos dos Estados na Assembleia Geral da ONU
– uma espécie de índice NOMINATE, utilizado para medir a polarização
política doméstica conforme desenvolvido por Rosenthal e Poole. Nesse
sentido, o autor oferece a analistas interessados em entender como a ideo-
logia afeta as disputas distributivas uma forma original de trabalharem
o conceito. Os estudos emricos apresentados mostram como podemos
aplicar esse framework, e deram indicações, a partir de correlações in-
teressantes, de como a ideologia pode estar agindo na estruturação dos
conitos nas organizações internacionais.
Por outro lado, o trabalho não adentra numa análise na dos me-
canismos pelos quais a ideologia atua. Ou seja, observamos correlações
entre a polarização ideológica e as disputas observadas nas áreas apre-
sentadas pelo autor, mas é preciso alises mais aprofundadas para en-
tender como a ideologia atua para direcionar os Estados a uma ou outra
direção, isso implica em os analistas darem atenção à política doméstica
e sua interrelação com o cenário internacional, e entender as fontes da
contestação ideogica que estimulam a polarização política. Por exemplo,
a contestação ideogica pode ser estimulada por ideias sobre qual o papel
do Estado na economia, também é possível que o caráter não democrá-
tico das organizações seja outra fonte de disputas ideológicas (essa espe-
cialmente pelos movimentos populistas), ou, ainda, a nível internacional,
a ascensão de novas potências, que não compartilham de valores liberais,
pode estimular um debate ideológico. No limite, ca a reexão sobre o
que pode signicar um cenário internacional onde o multilateralismo se
deteriora e as instituições internacionais perdem relevância, num cenário
em que o posicionamento antiliberal, populista e nacionalista, avança em
diversos países.
REFERÊNCIAS
DOWNS, Anthony. Uma teoria ecomica da democracia. São Paulo: Ed. USP, 2013.
POOLE, Keith T., ROSENTHAL, Howard. The Polarization of American Politics. Journal of Politics.
vol. 46, No. 4, 1984.
VOETEN, Erik. Ideology and International Institutions. Princeton: Princeton University Press,
2021.