Uma inserção dos regimes internacionais na crise do paradigma da Modernidade
Palavras-chave:
Teorias cognitivas, Comunidades epistêmicas, Sistema internacional, Relações internacionais.Resumo
O estudo das relações internacionais tem passado, atualmente, por grandes modificações, já que se torna manifesta a incapacidade de muitas das abordagens tradicionais em lidar com atores cujos interesses e objetivos não se colocam de forma clara, tendo em vista as correntes condições de incerteza e complexidades do cenário internacional. Nesse contexto, passam a ganhar ênfase aquelas teorias cognitivas que não enxergam os interesses dos atores como dados, e sim como variáveis dinâmicas e dependentes não apenas de questões políticas, como também do nível e qualidade do conhecimento a que têm acesso. No caso dos Estados, os tomadores de decisão têm demandado, crescentemente, informações cientificamente seguras e provenientes de instâncias respeitadas internacionalmente, as comunidades epistêmicas. Estas, ao adquirirem autoridade reconhecida no seu domínio de especialidade e ao auxiliarem os governos na avaliação de problemas e escolhas de novas políticas, acabam por constituir-se em importantes esferas de poder. Isto porque a disseminação de valores específicos contribui para moldar as percepções dos Estados quanto às questões domésticas e externas, tornando-os muitas vezes propícios a engajarem-se em formas de cooperação internacional através da constituição dos regimes. Apesar de existirem regimes internacionais que visem causas múltiplas, alguns deles acabam se sobrepondo a outros, não havendo nenhuma forma de controle legítima que evite tal impasse. Essa situação insere-se nos abusos identificados por Boaventura de Sousa Santos no paradigma da modernidade, em que o mercado, com o auxílio da ciência, dos regimes, podemos identificar a prevalência de questões mercadológicas quando notamos que as regras do livre comércio – legitimadas por cálculos e estudos científicos – predominam, por exemplo, sobre os valores humanitários. Buscaremos, no artigo que se segue, criticar esse processo de “hierarquização” dos regimes internacionais, a partir dos fatores que apontam para o colapso das propostas originais do paradigma da modernidade.
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