O O negro, o índio, a cidade e o esquecimento: a cartografia dos vencidos como uma possibilidade de leitura do território
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2318-2962.2020v30nesp2p301Palavras-chave:
Currículo, Povos Tradicionais, Cartografia Social, Cidade, Geografia dos VencidosResumo
Um dos aspectos importantes da crítica da cartografia geo-histórica é que ela seguiu um curso de limpeza étnica. A cartografia é um “discurso de poder”, cujo silêncio em relação às populações minoritárias ou dominadas são recorrentes. Os mapas utilizados nas escolas, principalmente nas áreas rurais, não retratam os povos tradicionais: indígenas, ribeirinhos, caiçaras, quilombolas, pescadores, pequenos agricultores rurais etc. Uma abordagem menos eurocêntrica da cartografia histórica é discutida pós-1945, mas não consegue chegar até às populações locais. Os povos se deslocam, erguem cidades, mas não são visibilizados cartograficamente nelas. É oportuno apontar estas invisibilidades dos povos tradicionais, a exemplo dos quilombolas da Tabacaria e dos índios Xucurus-Kariris, ambos localizados na cidade de Palmeira dos Índios-Alagoas. A negação da cartografia dos povos indígenas e quilombolas nas cidades onde coexistem é a negação da própria história da cidade. Urge que se produza e divulgue uma cartografia social dos conflitos pela terra, das territorialidades indígenas e quilombolas que emergem cotidianamente, das lutas dos diferentes povos em todo território alagoano. Compreende-se que, para retirar os povos tradicionais dessa invisibilidade jurídica, cartográfica e política, é necessário que os pesquisadores estejam atentos, apostem numa outra cartografia: a cartografia social, onde as populações locais sejam visibilizadas, localizadas e discutidas dentro do planejamento da cidade, nos conteúdos curriculares, na vida da cidade, construindo uma geografia que os tire da condição de “esquecimento” no qual foram encarcerados pelos geo-historiadores da escrita estamental
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