COVID-19 E CLUSTERS DE HOMICÍDIOS EM BELO HORIZONTE

ANÁLISE DOS IMPACTOS DA PANDEMIA SOBRE A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE CRIMES

Autores

  • Rafael Lara Mazoni Andrade Escola de Governo "Professor Paulo Neves de Carvalho", da Fundação João Pinheiro
  • Bruno Lopes de Faria IFNMG

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2318-2962.2023v33n73p489

Palavras-chave:

Análise espacial, COVID-19, Homicídios, Belo Horizonte, Clusters

Resumo

O objetivo deste trabalho é apresentar uma análise espaciotemporal dos impactos da pandemia de COVID-19 sobre a ocorrência de homicídios em Belo Horizonte, Minas Gerais. Os dados referentes às ocorrências foram obtidos de sua fonte oficial, tratados e analisados a partir da clusterização feita pelo algoritmo DBSCAN. A partir da média móvel do período de janeiro de 2012 a março de 2020 foi feita uma simulação para o mês de abril de 2020 – o primeiro mês completamente coberto pelas medidas de contenção da pandemia de COVID-19. Ao comparar os dados da simulação – que representam o que teria acontecido caso não houvesse impacto da pandemia – com os dados observados em abril de 2020, observa-se uma redução mais significativa em três dos 18 clusters. Por outro lado, há um recrudescimento da violência letal contra pessoas em 4 dos 18 clusters. A partir das definições dos clusters, dados de segurança pública, socioeconômicos e de saúde sobre cada um deles foram analisados a partir de um modelo de regressão linear. Dentro da dimensão de dados de segurança pública, observa-se que a presença de projetos de prevenção da prefeitura e a presença de bases policiais móveis influencia a redução da ocorrência de homicídios. Contudo, estar dentro de um raio da base policial e receber projetos do governo estadual (como o Fica Vivo!) não são o suficiente para predizer uma redução na quantidade de homicídios. A mudança na tendência de homicídios nos 18 clusters analisados está fortemente associada densidade populacional. Além disso, uma quantidade média de habitantes por domicílio maior leva a uma maior chance de observar aumento na quantidade de homicídios. Quanto à desigualdade de renda, observa-se uma influência muito pequena. A maior presença de idosos e de jovens prediz o aumento na quantidade de homicídios. A taxa de casos de COVID-19 consegue predizer a redução de homicídios. Contudo, a taxa de óbitos por COVID-19 possui influência contrária sobre os dados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rafael Lara Mazoni Andrade, Escola de Governo "Professor Paulo Neves de Carvalho", da Fundação João Pinheiro

Possui graduação em Administração Pública pela Fundação João Pinheiro (2016), graduação em Geografia pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (2017) e mestrado em Administração Pública pela Fundação João Pinheiro (2019), além de um curso de extensão universitária em ?Avaliação Econômica de Projetos Sociais? pela Fundação Itaú Social (2013) e um curso de extensão universitária em "Distribuição de renda e pobreza" pela UFRJ, em andamento. Atualmente, é servidor efetivo do governo do estado de Minas Gerais, atuando como Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental junto à equipe do Observatório de Segurança Pública, órgão responsável por estatísticas e análises criminais no estado. Possui experiência na docência em nível superior, como parecerista de periódico acadêmico e e também com organização de eventos. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Política e Planejamento Governamentais, atuando principalmente nos seguintes temas: administração pública, gestão de projetos, gestão da informação, planejamento urbano e regional, política urbana, regularização fundiária, segurança pública, análise criminal, geotecnologias, geomarketing, geodesign e gestão ambiental. 

Downloads

Publicado

2023-04-11

Como Citar

Andrade, R. L. M., & Faria, B. L. de . (2023). COVID-19 E CLUSTERS DE HOMICÍDIOS EM BELO HORIZONTE: ANÁLISE DOS IMPACTOS DA PANDEMIA SOBRE A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE CRIMES. Caderno De Geografia, 33(73), 489. https://doi.org/10.5752/P.2318-2962.2023v33n73p489