EVOLUÇÃO DO USO E COBERTURA DA TERRA E VULNERABILIDADE AMBIENTAL NOS NÚCLEOS DE DESERTIFICAÇÃO DO BIOMA CAATINGA

Resumo

A desertificação constitui uma das piores problemáticas decorrentes no bioma Caatinga, por intercorrer uma série de efeitos nocivos ao ambiente, economia e sociedade, como a perda da biodiversidade, erosão dos solos e queda da produtividade agrícola. Em vista de contribuir com o debate sobre o processo de degradação, propõem-se, por meio deste estudo, analisar estados ambientais dos cinco núcleos de desertificação do Brasil dispersos pela Caatinga, a fim de estabelecer a evolução do uso e cobertura da terra e configurar cenários de vulnerabilidade ambiental. Para tanto, em ambiente de sistema de informação geográfica (SIG), manipularam mapas anuais de uso e cobertura da terra dos anos de 1985 a 2019, referentes à coleção cinco disponibilizada pelo projeto MAPBIOMAS. Ademais, os 35 mapas de cada núcleo foram integrados pela lógica fuzzy, com o propósito de identificar a vulnerabilidade ambiental à desertificação. Verificou a perda contínua de Formação savânica em alguns núcleos, como foi o caso de Cabrobó, estado de Pernambuco; Inhamus e Jaguaribe, ambos no Ceará. Com isso, há situações preocupantes, devido às amplas áreas de Severa vulnerabilidade à desertificação, concernentes, em ordem, a 11,07%, 14,51%, 14,67% e 26,85% da totalidade territorial dos núcleos de Seridó, Cabrobó, Inhamus e Jaguaribe. A circunstância foi menos significativa no núcleo de Irauçuba, por corresponder a 3,63%. Os resultados indicaram sobre a necessidade de planejar o uso agrícola das terras, em função das atividades agropecuárias encontrarem-se como as principais agentes transformadoras das paisagens desertificadas.