MANGUEZAIS COMO ESTOQUES DE CARBONO

BIOMASSA ACIMA DO SOLO E O POTENCIAL ECONÔMICO DESSE ESTOQUE NA FLORESTA DE MANGUE DO RIO PACOTI, CEARÁ

Resumo

Os manguezais são ecossistemas reconhecidos por sua grande capacidade de captação e armazenamento de carbono, tendo um papel relevante no combate aos efeitos das mudanças climáticas. Contudo, o dimensionamento do estoque de carbono na biomassa viva desse ecossistema é algo pouco documentado no Brasil. O presente trabalho teve como objetivo calcular a quantidade de carbono armazenado na vegetação do manguezal presente na Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Pacoti, localizada no estado do Ceará, e o potencial econômico desse carbono por meio do Mercado de Crédito de Carbono. Para tal, foram selecionadas 3 áreas ao longo do estuário do rio Pacoti e realizado o inventário das árvores de mangue presente nessas parcelas. Depois, usamos equações de regressão para estimar a biomassa de cada indivíduo e com essa informação estimar a biomassa total das árvores do estuário do Pacoti. Em seguida, foi calculado o estoque de carbono presente nessa biomassa e o seu equivalente em CO2. Por fim, realizou-se a análise econômica deste estoque, utilizando a média do preço do crédito de carbono (que equivale a 1 tonelada de CO2) negociado na bolsa de valores. Os resultados indicaram que o mangue da APA do Rio Pacoti é capaz de armazenar 27,49 toneladas de CO2 por hectare, o que somam 71.545,93 tCO2 no estuário como um todo, que valem R$ 7.043.696,80 no mercado voluntário, e € 6.587.949,23 milhões de euros no mercado regulado europeu. Isso demonstra que o manguezal apresenta um grande potencial para estocar carbono e um valor pecuniário relevante, que se for bem aproveitado, pode trazer benefícios para a conservação e recuperação dessa, e de outras áreas de mangue no estado.