O PARADIGMA DA ÉTICA EM PLATÃO
Uma leitura a partir do inferencialismo de Robert Brandom
Resumo
Este artigo visa apresentar uma abordagem da teoria do conhecimento de Platão em harmonia com o inferencialismo semântico e o expressivismo lógico de Robert Brandom. Os textos mais relevantes aqui são O Sofista e a Carta VII, pois nestes textos a epistemologia platônica é apresentada em termos mais explícitos. O artigo começa com uma definição de Eventos, pois este conceito será o fundamento ontológico do argumento apresentado. Pois a verdade na teoria de Brandom pode ser compreendida como a força expressiva das razões com as quais alguém se compromete, e em Platão ela é uma atividade da Psyché que vincula o desvelar múltiplo do ilimitado Ser em movimento com a estabilidade proporcionada pelas idéias eternas e imutáveis. Assim, será argumentado que o conteúdo conceitual ao qual um sujeito autônomo se compromete é subordinado ao evento que este sujeito é capaz de se apropriar. A idéia defendida é de que o status social de conhecedor é uma razão que autoriza práticas sociais entre agentes racionais e um indivíduo precisa reconhecer tal status em outro sujeito para poder participar do jogo de dar e pedir razões.
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