O REALISMO CIENTÍFICO E O ARGUMENTO DA SUBCONSIDERAÇÃO
Resumo
De acordo com o filósofo realista Peter Lipton, cientistas, em sua construção de hipóteses, não consideram todas as alternativas possíveis para a explicação de um fenômeno. Sua tese deu origem a um problema denominado de argumento da subconsideração: se nem todas hipóteses possíveis foram desenvolvidas, não se poderia falar que a hipótese eleita como melhor explicação poderia ser considerada verdadeira. A resposta de Lipton foi de que as alternativas não consideradas colidiam com o conhecimento anterior consolidado e por isso não foram consideradas; ou seja: há uma dificuldade na produção de alternativas que é típica da própria ciência. Ademais, para Lipton, a teoria que emerge da competição de alternativas pode ser considerada a melhor explicação de um fenômeno e com isso o realismo científico é a concepção filosófica mais adequada para lidar com disputas entre hipóteses e também mais próxima da prática científica. O objetivo deste artigo é mostrar que a relação estabelecida por Lipton entre a dificuldade da produção de hipóteses e o realismo científico não é uma relação necessária, visto existir outras concepções (como, por exemplo, a de problemas anômalos de Larry Laudan) que, apesar de admitirem a restrição na produção de hipóteses, não podem ser consideradas realistas.
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