RAZÃO DESTRONADA, VONTADE INÓCUA:
Apontamentos críticos sobre as teorias da motivação e da vontade de David Hume
Resumo
O presente artigo objetiva analisar alguns aspectos das teorias da motivação e da vontade de David Hume. Para esse fim, são discutidos os argumentos apresentados no Livro 2, Parte 3, Seção 3, do Tratado da Natureza Humana, que buscam demonstrar a incapacidade motivacional da razão. Mostra-se que Hume supõe que a razão consiste apenas em raciocínios demonstrativos ou prováveis cujos objetos são proposições, o que não parece ser o caso. Seguem-se análises críticas de Stroud (1977), para quem a razão também se refere à descoberta do valor de verdade de proposições, sendo que crenças decorrentes desse processo de descoberta podem ser capazes de motivar; e de Korsgaard (1996), que apresenta um sentido de irracionalidade própria que pode ser atribuído a uma agente que não é motivada para agir de modo a alcançar um fim que propõe a si mesma. Após, apresenta-se a interpretação humeana da acrasia, caracterizada como um conflito entre paixões calmas e paixões violentas, comentando-se como a teoria motivacional de Hume parece tornar desnecessário o uso do conceito de vontade.
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