O MODELO COGNITIVO E ÉTICO DA AÇÃO EM ARISTÓTELES:

Situação histórica, devir cultural e estrutura da sabedoria prática

  • Guilherme Fulgêncio Vieira Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Palavras-chave: Aristóteles, razão prática, vontade, ética, cultura

Resumo

Este ensaio buscará estabelecer uma possível história cultural, o conteúdo filosófico e a estrutura do conceito de ação, o qual é, por sua vez, o cerne da noção de fro/nhsiv ou sabedoria prática no pensamento de Aristóteles. A reconstrução do sentido teórico e da posição histórica desse conceito em seu berço, no período clássico da filosofia grega, é de grande importância para o entendimento da tradição filosófica posterior. A fro/nhsiv aristotélica, conforme tentaremos demonstrar, pode ampliar nossas possibilidades de autocompreensão histórica e ética. Tentaremos mostrar o momento e o significado histórico e cultural do desenvolvimento do conceito de sabedoria prática como inovação na filosofia. Igualmente tentaremos analisar os elementos do raciocínio prático em suas conexões com os temas da vontade, do desejo, da vida política e da tentativa de justificar atos e modos de vida racionalmente. A noção aristotélica, conforme será evidenciado, reúne dimensões espirituais e temporais díspares e conflitantes à primeira vista, mas que se harmonizam em sua estrutura, segundo categorias teleológicas e éticas de ainda temos grande necessidade.

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Biografia do Autor

Guilherme Fulgêncio Vieira, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Mestre e graduado em Direito pela PUC Minas. Graduando em Filosofia pela PUC Minas. E-mail: guilherme.vieira.422257@sga.pucminas.br. 

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Publicado
26-12-2023
Como Citar
Vieira, G. F. (2023). O MODELO COGNITIVO E ÉTICO DA AÇÃO EM ARISTÓTELES:. Sapere Aude, 14(28), 743-763. https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2023v14n28p743-763
Seção
ARTIGOS/ARTICLES: TEMÁTICA LIVRE/FREE SUBJECT