MORTE, DESEJO E DIREITO

Em torno da filosofia política de Alexande Kojève

  • Ramon Maia Ibccrim
Palavras-chave: Desejo, Morte, Direito, Política, Reconhecimento, Finitude

Resumo

Alexandre Kojève faz parte de uma brilhante geração de emigrados russos que se deslocaram para a Europa no contexto da Revolução de 1917. Os que leram a Introdução à leitura de Hegel de Kojève e conhecem apenas este seu livro, nada entendem sobre Hegel e, muito menos, sobre o conjunto do pensamento de ambos os autores. Neste ensaio, tomarei Kojève como centro de análise e como filósofo dotado de pensamento próprio, ainda que ele mesmo confesse, em muitas passagens dos seus livros, uma fidelidade a Hegel. Meu objetivo é mostrar que há uma filosofia política em seu pensamento baseada em noções como morte, desejo e direito. Tais noções, desenvolvidas por Kojève, entram em relação para a construção do edifício conceitual concebido como Estado universal e homogêneo, em que os indivíduos, depois de uma luta por puro prestígio, de vida ou morte, se reconhecem e se sentem realizados. A satisfação do orgulho obtida não é exatamente a felicidade, o prazer ou o bem-estar, mas, sim, a consciência da própria finitude.

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Biografia do Autor

Ramon Maia, Ibccrim

Bacharel em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1999), Mestre em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (2007) e Doutor em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (2020). Especialista em pensamento religioso russo, especialmente, nos autores Nicolas Berdiaev e Paul Florenski. Meus interesses de pesquisa são a apocalíptica e a epistemologia teológica. E-mail: maiaramon@gmail.com. 

Referências

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Publicado
11-07-2024
Como Citar
Maia, R. (2024). MORTE, DESEJO E DIREITO. Sapere Aude, 15(29), 156-173. https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2024v15n29p156-173
Seção
ARTIGOS/ARTICLES: DOSSIÊ/DOSSIER