MUSEU, ESTILO, CRIAÇÃO
A formação das imagens e a idealidade pura na filosofia de Merleau-Ponty
Resumo
Há em todo pintor uma linguagem que lhe é própria – seu estilo – que está presente em sua obra e que se constrói ao longo de seu percurso criativo. Contudo, nem mesmo o artista está interessado nessa elaboração. Suas inquietações e interesses são de outro mote. Ao criar suas obras, ele se lança para o ato expressivo e, dessa forma, o estilo se “desenvolve”. A história da arte, entretanto, cristaliza essas imagens e as transforma em obras-primas, as quais são alinhadas nas paredes dos museus, cujo objetivo é o enaltecimento de obra e artista. Este estudo tem, pois, o interesse de mostrar que o estilo de cada pintor acontece no momento em que ele se faz pintor – se põe a trabalhar - e que o museu, como uma “instituição”, cristaliza as imagens construídas como uma idealidade pura, como se elas pudessem ter sido elaboradas a priori, num ato que somente o artista dominaria. Nosso foco será pesquisar o texto A linguagem indireta e as vozes do silêncio, de Maurice Merleau-Ponty, para refletirmos sobre os pormenores do processo criativo, do estilo e dos museus, bem como acerca da relação destes com aquilo que o filósofo chama de idealidade pura.
Downloads
Referências
CÉZANNE, Paul. Excertos de cartas. In: CHIPP, Herschel B. (Org.). Teorias da arte moderna. Trad. Antonio de Pádua Danesi e Mônica Stahel. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 13-20.
DUFRENNE, Mikel. Estética e filosofia. São Paulo: Perspectiva, 1981.
GIANNOTTI, José Arthur. O jogo do belo e do feio. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
MALRAUX. André. As vozes do silêncio. Trad. José Júlio A. dos Santos. Lisboa: Edição Livros do Brasil, [19--], 2 v.
MERLEAU-PONTY, Maurice. A dúvida de Cézanne. In: MERLEAU-PONTY, Maurice. O olho e o espírito. Trad. Paulo Neves e Maria E. Galvão Gomes Pereira. São Paulo: Cosac & Naify, 2004a. p. 123-142.
MERLEAU-PONTY, Maurice. A linguagem indireta e as vozes do silêncio. In: MERLEAU-PONTY, Maurice. O olho e o espírito. Trad. Paulo Neves e Maria E. Galvão Gomes Pereira. São Paulo: Cosac & Naify, 2004b. p. 67-119.
MERLEAU-PONTY, Maurice. A prosa do mundo. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Cosac & Naify, 2002a.
MERLEAU-PONTY, Maurice. Conversas: 1948. Trad. Fábio Landa e Eva Landa. São Paulo: Martins Fontes, 2002b.
MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. Trad. Carlos Alberto Ribeiro de Moura. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
MERLEAU-PONTY, Maurice. Psicologia e pedagogia da criança: Curso da Sorbonne (1949 – 1952). Trad. Ivone C. Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
MERLEAU-PONTY, Maurice. O olho e o espírito. Trad. Paulo Neves e Maria E. Galvão Gomes Pereira. São Paulo: Cosac & Naify, 2004c.
MERLEAU-PONTY, Maurice. O visível e o invisível. Trad. José Artur Gianotti e Armando Mora d’Oliveira. São Paulo: Perspectiva, 2003.
PAREYSON, Luigi. Estética: teoria da formatividade. Trad. Ephraim F. Alves. Petrópolis/RJ: Vozes, 1993.
PICASSO, Pablo. Conversação. In: CHIPP, Herschel. B. (Org.). Teorias da arte moderna. Trad. Antonio de Pádua Danesi. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 270-277.
QUINTANA, Mário. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.
SARTRE, Jean-Paul. O que é literatura? São Paulo: Ática, 1989.
VALÉRY, Paul. Degas Dança Desenho. Trad. Christina Murachco e Célia Euvaldo. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
TERMO DE DECLARAÇÃO:
Submeto (emos) o trabalho apresentado, texto original, à avaliação da revista Sapere Aude, e concordo (amos) que os direitos autorais a ele referentes se tornem propriedade exclusiva da Editora PUC Minas, sendo vedada qualquer reprodução total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação impresso ou eletrônico, sem que a necessária e prévia autorização seja solicitada por escrito e obtida junto à Editora. Declaro (amos) ainda que não existe conflito de interesse entre o tema abordado e o (s) autor (es), empresas, instituições ou indivíduos.