RORTY, PRAGMATISMO E A VERDADE
Resumo
O propósito desse artigo é apresentar as considerações que o filósofo pragmatista estadunidense Richard Rorty faz em relação à verdade. As críticas proferidas por ele aos sistemas filosóficos metafísico-platônicos-fundacionistas demonstram um certo ceticismo frente a proposta de encontrar fundamentos epistemológicos universais, tanto para o conhecimento, quanto para a ação humana. O que pretendemos mostrar é que, para Rorty, na diversidade também se constroem verdades sem a necessidade de nenhuma apelação para teorias universais e absolutas do conhecimento. O uso acautelado do termo verdade supõe que um conjunto de crenças podem ser consideradas verdadeiras apenas pelo fato de estarem bem justificadas e não pelo número de pessoas concordando e aderindo à esse conjunto de crenças. Rorty discorda da existência de uma essência pura própria dos conceitos e, consequentemente, que haja uma essência da verdade a partir dos conceitos. Será possível perceber que as críticas que ele faz às teorias metafísicas do conhecimento com relação a verdade servem como um tipo de preparação para o desenvolvimento de toda a sua filosofia moral.
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