A contribuição de Ricoeur ao debate sobre a justiça na contemporaneidade
Resumo
Paul Ricoeur, conhecido, sobretudo, por sua filosofia hermenêutica, sua teoria da metáfora, sua leitura sobre o tempo e a narração, suas contribuições à exegese bíblica e sua reflexão sobre a memória, a história e o esquecimento, elaborou ao longo dos anos uma reflexão original sobre a ética e a justiça, que deram origem à “pequena ética”, de O si mesmo como um outro, e às suas discussões sobre a justiça, presentes em O Justo e O Justo 2. Tal reflexão se insere, porém, numa pesquisa que remonta a seus estudos sobre a antropologia e a ontologia, já presentes nas obras de juventude e em obras importantes de sua maturidade. Tais obras, às quais deveriam se acrescentar vários textos sobre o “paradoxo político” e a “poética do agir”, ajudam a retraçar o itinerário de sua filosofia política e de suas discussões sobre a justiça. O texto aqui apresentado retoma esse itinerário, partindo de uma breve leitura das contribuições do filósofo francês à antropologia e à ontologia. Em seguida, retoma alguns textos de Ricoeur sobre a política e sua relação com a ética, o lugar que neles ocupam algumas análises de Hannah Arendt, que ajudam a entender sua reflexão sobre a justiça e os debates que estabeleceu com vários filósofos contemporâneos ao redor deste tema, com destaque para a teoria da justiça de John Rawls e a reflexão sobre a justiça em Apel e Habermas.Downloads
Referências
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