O DESERTO DOS TÁRTAROS SOB A ÓTICA DO FANTÁSTICO HUMANO, DE JEAN-PAUL SARTRE

  • Carlos Eduardo Monte UNESP/Araraquara - FCLAR.
Palavras-chave: Dino Buzzati, fantástico humano, O deserto dos tártaros, Alto Modernismo, Jean-Paul Sartre.

Resumo

Este artigo analisa o romance do italiano, Dino Buzzati, O deserto dos tártaros (1940), a partir do fantástico humano, base teórico-ensaística desenvolvida por Jean-Paul Sartre no texto, Aminadab, ou o fantástico considerado como uma linguagem (1947). O estudo busca demonstrar que os vetores ensaiados pelo filósofo, ora nominados: expressão inversa, inversão relacional e moral de resistência, descrevem com bastante precisão uma categoria do fantástico que está colocada como ponto de virada dentro do gênero, referindo-se à obras de autores como Blanchot, Kafka e Buzzati. A hesitação deixa de ser um momento lancinante para se tornar o pano de fundo da narrativa, dando-nos, por definição crítica, o mundo às avessas, e o protagonista se revela como um índice de resistência, pondo em xeque valores sedimentados pelo modernismo, através de seu comportamento de contraste. Na obra de Buzzati, seguimos Giovanni Drogo, aos vinte anos, nomeado oficial para servir no forte Bastiani, situado na fronteira norte do país, em cujos limites encontra-se o lendário e enigmático deserto dos tártaros. Do castelo gótico de antanho a um dos símbolos bélicos do modernismo, o forte se reveste pela atmosfera de claustro, solidão e melancolia, enredando sutil e gradativamente aos que a ele se submetem.

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Biografia do Autor

Carlos Eduardo Monte, UNESP/Araraquara - FCLAR.
Atualmente, é DOUTORANDO em ESTUDOS LITERÁRIOS pelo PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LITERÁRIOS pela UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO". UNESP/ARARAQUARA (2015-). LINHA DE PESQUISA: TEORIAS E CRÍTICA DA NARRATIVA, onde desenvolve pesquisa e a tese: O PROTAGONISTA INATIVO. RAZÕES DA INÉRCIA NA CONSTRUÇÃO DO ROMANCE "IL DESERTO DEI TARTARI", de DINO BUZZATI, com enfoque na produção artística contemporânea, dentro da vertente pós-moderna. É MESTRE em ESTUDOS LITERÁRIOS pelo PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LITERÁRIOS pela UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO". UNESP/ARARAQUARA (2012-2014). LINHA DE PESQUISA: TEORIAS E CRÍTICA DA NARRATIVA, com a DISSERTAÇÃO: "A REESCRITA IRÔNICA DE ÂNGELA CARTER. "O QUARTO DO BARBA-AZUL", com enfoque na produção artística contemporânea, dentro da vertente pós-moderna. Atualmente, também, é GRADUANDO do CURSO DE LETRAS - FCLAR, pela UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO" - UNESP/ARARAQUARA (2009), com opção de idioma em ITALIANO. GRADUADO em DIREITO, pela FUNDAÇÃO EDUCACIONAL "DOUTOR RAUL BAUAB" (1997-2001), com TCC acerca do "RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO EM DECORRÊNCIA DE DENEGAÇÃO DE LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA".
Publicado
26-12-2016
Como Citar
Monte, C. E. (2016). O DESERTO DOS TÁRTAROS SOB A ÓTICA DO FANTÁSTICO HUMANO, DE JEAN-PAUL SARTRE. Sapere Aude, 7(14), 627-644. https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2016v7n14p627
Seção
ARTIGOS/ARTICLES: DOSSIÊ/DOSSIER