O DESERTO DOS TÁRTAROS SOB A ÓTICA DO FANTÁSTICO HUMANO, DE JEAN-PAUL SARTRE
Resumo
Este artigo analisa o romance do italiano, Dino Buzzati, O deserto dos tártaros (1940), a partir do fantástico humano, base teórico-ensaística desenvolvida por Jean-Paul Sartre no texto, Aminadab, ou o fantástico considerado como uma linguagem (1947). O estudo busca demonstrar que os vetores ensaiados pelo filósofo, ora nominados: expressão inversa, inversão relacional e moral de resistência, descrevem com bastante precisão uma categoria do fantástico que está colocada como ponto de virada dentro do gênero, referindo-se à obras de autores como Blanchot, Kafka e Buzzati. A hesitação deixa de ser um momento lancinante para se tornar o pano de fundo da narrativa, dando-nos, por definição crítica, o mundo às avessas, e o protagonista se revela como um índice de resistência, pondo em xeque valores sedimentados pelo modernismo, através de seu comportamento de contraste. Na obra de Buzzati, seguimos Giovanni Drogo, aos vinte anos, nomeado oficial para servir no forte Bastiani, situado na fronteira norte do país, em cujos limites encontra-se o lendário e enigmático deserto dos tártaros. Do castelo gótico de antanho a um dos símbolos bélicos do modernismo, o forte se reveste pela atmosfera de claustro, solidão e melancolia, enredando sutil e gradativamente aos que a ele se submetem.
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