DISCURSIVO E NÃO-DISCURSIVO: ACONTECIMENTO EM FOUCAULT, DELEUZE E VEYNE
Resumo
Os domínios do discursivo e do não-discursivo podem, para o pensamento de Michel Foucault a partir da década de 1970, serem entendidos como configurando um entrecruzamento entre si, com o advento de um novo acento sobre problemáticas que se integrarão à sua arqueologia. Intentaremos neste artigo uma abordagem mais específica da categoria de acontecimento (événement) relevando deste entrecruzamento; primeiramente através de um estudo de L’Ordre du discours, sua aula inaugural no Collège de France em 1970, e então, pensando ainda outros desdobramentos para a visada foucaultiana, estenderemos o enfoque para a questão da temporalidade do acontecimento via Gilles Deleuze e das práticas via Paul Veyne. Como nexo entre estes três autores, explicitaremos a importância concedida ao conceito em sua esfera propriamente criativa e propositiva – não apenas uma descrição epistemológica, mas tarefa intelectual, – que nos permitirá igualmente abordar a possibilidade de uma outra teoria para a história, através do delineamento de novas grades de inteligibilidade a que incita o conceito. Desta maneira, dialogando com o contexto subjacente à nossa discussão, relativo à análise estrutural francesa, pretendemos, ao longo de nosso escrito, justificar igualmente o gesto que nos terá acompanhado de forma paralela, o de uma acontecimentalização da história, – alicerçado então, por sua vez, no trabalho ativo desta filosofia do acontecimento.Downloads
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