• FILOSOFIA E SUICÍDIO
    v. 15 n. 29 (2024)

    Referindo-se ao ato com o qual o homem dispõe definitivamente de si mesmo, a palavra suicídio (do latim: sui + caedesa morte de si)  é, de certa forma, recente. Ao que tudo indica, o termo aparece apenas no ano de 1737, alcunhado pelo abade Desfontaines (1684-1745) ao escrever um dos artigos para a Grande Enciclopédia. A partir dessa época, o termo ganha fama e passa a traduzir, quase que indiscriminada e universalmente, toda ideia de autoextermínio, também com relação ao pensamento antigo e medieval. Assim, "apoktinnúnai eauton", "eauton diaftheíranti", "mors voluntaria", "seipsum necat"; "seipsum occidere" etc passam a significar suicídio quase com o mesmo peso semântico da época iluminista, era da crianção de "direitos", período em que o termo foi criado. Isso evidencia o quanto é ambíguo falar de suicídio também in litteris e na compreensão do próprio ato em si mesmo. Semelhante ambiguidade é que provocou à Sapere aude a construção do presente dossiê: Filosofia e suicídio.      

  • VERDADE, PÓS-VERDADE E DESINFORMAÇÃO
    v. 14 n. 28 (2023)

    O mundo contemporâneo, marcado pelo negacionismo e pela desinformação, representa um desafio para a ideia de verdade baseada em fatos. Isso porque o negacionismo fortalece o discurso de que as evidências ou os fatos não importam. O termo cunhado para indicar esse cenário de aniquilamento da verdade e dos fatos é “pós-verdade”. Assim, a pós-verdade aponta para um contexto em que os fatos não são mais levados em consideração para a análise da verdade de determinada informação. Inclusive, os fatos podem ser obscurecidos, selecionados e apresentados de modo a favorecer certa interpretação do que seja a verdade. Por isso, a manipulação dos fatos tem sido instrumento de grupos políticos com interesses ideológicos para direcionar o modo como as pessoas pensam e votam. Nesse sentido, existe uma tentativa de subordinar a verdade à ideologia política, de modo que os sentimentos passam a ter mais peso do que as evidências no processo de formação do conhecimento. Esse tipo de comportamento representa um risco à democracia

  • EDIÇÃO ESPECIAL: LUZES EDIÇÃO ESPECIAL: LUZES
    v. 1 n. 1 (2023)

    Essa EDIÇÃO ESPECIAL, com o dossiê LUZES, preparado pela Associação Brasileira de Estudos do Século XVIII (ABES XVIII), se estabelece como frutuosa parceria da revista de filosofia da PUC Minas, Sapere aude, com a produção e discussão filosóficas no Brasil. Os textos aqui reunidos agregam o amplo espectro de investigação da Associação, que vai desde o final do século XVI até o XIX. A diversidade de temas e autores aponta para a riqueza dessa área de pesquisa e expressa, decerto, os resultados expressivos das recentes produções acadêmicas, no contexto dos Programas de Pós-graduação do país. É, sem dúvida, uma alegria poder trazer à luz essa edição justamente na Revista que se intitula “Sapere Aude”, lema máximo das Luzes alemãs, mas que reverberam nas demais territorialidades.

  • FILOSOFIA, LITERATURA E NOVAS LINGUAGENS
    v. 14 n. 27 (2023)

    É essencial falar, discutir, debater e refletir sobre essa dialogia entre a Filosofia, Literatura e novas linguagens, nessa segunda metade do século XXI, particularmente, quando se abre a um horizonte de expectativas em torno de relações entre o saber filosófico, o saber literário e as linguagens “novas(?)”. Pensar essas relações do lugar da Filosofia (esfera de Saber) nos põe em estado de alerta para refletir com cuidado também sobre acontecimentos linguageiros em torno da IA (Inteligência Artificial) que se apresentam como linguagem trans-fantástica.

  • LIBERDADE, DEMOCRACIA E NEGACIONISMOS
    v. 13 n. 26 (2022)

    O incômodo representado pela democracia pode ser percebido no aumento cada vez mais expressivo pelas lutas em torno das questões de gênero, pelo avanço das pautas feministas e o desvelamento de um protagonismo das mulheres encoberto por uma história contada a partir de um passado de exclusão, pela reação enérgica de parcelas significativas da população contra ataques racistas etc., mesmo que as leis muitas vezes tenham dificuldade de traduzir na prática essas reações ao ódio que aparecem em várias situações cotidianas. Se não estamos no melhor dos mundos possíveis, o lugar do incômodo existe e ainda funciona como uma clareira aberta no meio de tanta ignorância, tanto desprezo pela busca da verdade e tanta naturalização da violência.

  • RACIONALIDADE E HUMANISMO
    v. 13 n. 25 (2022)

    Na Filosofia, a passagem de uma maneira de refletir a outra está carregada de incertezas e inexatidões. Na categoria dos conceitos, as mudanças deveriam nos impelir a um constante reexame dos delineamentos e modos de perceber a realidade. Em uma grande profusão de situações conflitivas no mundo, hoje se travam lutas entre as tradições, do mesmo modo que lutas entre as tradições e as tendências transformadoras e propositivas das mudanças. Menosprezar ou desconsiderar integralmente as heranças formuladas pela tradição firma-se como um comportamento audacioso que conduz a enormes erros e a embates inigualáveis. Por outro lado, pode-se também desprezar as tendências transformadoras. Confrontar esses pontos de vista disjuntivos por meio de reflexões nos conduz a aproveitar o melhor, tanto das heranças deixadas pelo pensamento universal, quanto das tendências transformadoras para os nossos tempos.

  • FILOSOFIA, EXISTÊNCIA E LIBERDADE
    v. 12 n. 24 (2021)

    Dentre as inflexões do espírito humano, destacam-se duas ocupações de grande valor que se apropriam da pauta humana de todos os tempos: existência e liberdade. A despeito de qualquer obviedade, é preciso perguntar: existência e liberdade são compatíveis? São concomitantes? Liberdade sugere escolha, coisa que fazemos todos os dias da nossa vida, mas escolhemos o nosso existir? Ou seremos livres independentemente das nossas escolhas? Considere-se que o ato humano de refletir parte de um ponto de vista (e parece não poder ser diferente); mas se ele advém de alguma perspectiva, de alguma anterioridade, esse ato será ainda livre? Antes do ato não haverá o existir da sua possibilidade? Mas é razoável falar de uma existência possível, de uma existência antes da própria existência?

  • Em nosso presente momento, em que uma grande pandemia assola o mundo, é preciso que estejamos atentos às contribuições que a Filosofia pode dar à área da saúde, assim como as diversas áreas da saúde podem dar à Filosofia. É fato bastante conhecido que a Filosofia desde o seu início se debruçou sobre diversos temas, inclusive o tema da saúde, a partir da própria compreensão da natureza. O ser humano como ser-lançado-no-mundo (para usarmos a expressão de Heidegger) sempre se colocou diante da natureza com uma atitude ambivalente. Por um lado uma atitude de temor, espanto, e por outro lado com uma atitude de admiração e dependência. Esse caráter ambivalente da relação do homem com o mundo vai desenvolver-se em reflexões que ora destacarão o primeiro sentimento, ora destacarão o segundo sentimento. FILOSOFIA E SAÚDE
    v. 12 n. 23 (2021)

    Em nosso presente momento, em que uma grande pandemia assola o mundo, é preciso que estejamos atentos às contribuições que a Filosofia pode dar à área da saúde, assim como as diversas áreas da saúde podem dar à Filosofia. É fato bastante conhecido que a Filosofia desde o seu início se debruçou sobre diversos temas, inclusive o tema da saúde, a partir da própria compreensão da natureza. O ser humano como ser-lançado-no-mundo (para usarmos a expressão de Heidegger) sempre se colocou diante da natureza com uma atitude ambivalente. Por um lado uma atitude de temor, espanto, e por outro lado com uma atitude de admiração e dependência. Esse caráter ambivalente da relação do homem com o mundo vai desenvolver-se em reflexões que ora destacarão o primeiro sentimento, ora destacarão o segundo sentimento.

  • FILOSOFIA MEDIEVAL: CONHECIMENTO, VONTADE E ARTE
    v. 11 n. 22 (2020)

    A Sapere Aude dedica seu dossiê à Idade Média, nos longos e intensos séculos de construção de saberes, de arquiteturas conceituais e de medos diante do muito que ainda se desconhecia. De fato, a Idade Média não pode ser associada apenas à chamada peste negra e demais obscuridades — ao contrário, a Idade Média, como qualquer outro tempo da História feita pelas criaturas humanas, combina luz e sombra e, nem sempre, com o devido equilíbrio entre os matizes. Carregam-se as tintas, o que resulta em males de todas as cores. Os medievais foram iniciadores de diversas e riquíssimas discussões. Ousaram saber, ainda que em seu horizonte de compreensão não tenham podido contar com tecnologias e meios digitais para divulgação de suas pesquisas. Mas, como escreveu Horácio em sua Epistuale I “dimidium facti qui coepit habet: sapere aude” (quem começou já fez a metade: ousa saber). Os medievais começaram!

  • O necropoder decide quem tem o direito de viver, porque tem valor de mercado, e quem se pode matar ou deixar morrer porque a vida não tem um valor em si mesma, mas só pode ser valorada dentro de um certo jogo de relações em que alguns não podem jogar porque são meros joguetes, simples instrumentos de interesses que muitas vezes nem conseguem compreender. ÉTICA, ECONOMIA E NECROPOLÍTICA
    v. 11 n. 21 (2020)

    SAPERE AUDE - ISSN: 2177-6342 - PUC Minas - Belo Horizonte (MG)

    Uma parte significativa da história do Ocidente foi edificada sobre cadáveres. Mas como a vida humana associada está alicerçada em crenças e valores, as sociedades sempre encontraram alguma forma de justificativa moral para a barbárie, e isso nos coloca um problema interessante que é a necessidade de pensar que nem toda a violência que experimentamos na história é feita por seres humanos despidos de qualquer senso moral ou movidos por distúrbios de ordem mental. [...] O necropoder decide quem tem o direito de viver, porque tem valor de mercado, e quem se pode matar ou deixar morrer porque a vida não tem um valor em si mesma, mas só pode ser valorada dentro de um certo jogo de relações em que alguns não podem jogar porque são meros joguetes, simples instrumentos de interesses que muitas vezes nem conseguem compreender

  • LINGUAGENS, INTOLERÂNCIA E DIALOGIA
    v. 10 n. 20 (2019)

    Nosso mundo hodierno se deixa exprimir e entender em múltiplas linguagens. A articulação do sentido que se dá na compreensão do mundo e na sua interpretação é linguagem. Hoje já se fala até em linguagens de máquinas! E há aquelas que nada comunicam, mas causam estrago. Há linguagens fake, há outras de tribos contemporâneas. Há muitas linguagens: fechadas, dogmáticas, outras relativistas e fragmentadas. Estaríamos próximos ao mito bíblico-teológico da torre de babel? Há a hipótese de que, diante das múltiplas linguagens, é-se tentado a anular a diferença e a legitimidade do outro. Por isso, o presente dossiê abre discussões para profícuo debate entre Linguagens, intolerância e dialogia.

  • DOSSIÊ: PAIXÕES NA FILOSOFIA ANTIGA
    v. 10 n. 19 (2019)

    Sapere aude – v. 10, n. 19, p. 7-9, jan./jun. 2019 – ISSN: 2177-6342

  • DOSSIÊ: MARX 200 ANOS
    v. 9 n. 18 (2018)
    Em maio de 2018 comemorou-se os 200 anos de nascimento de Karl Marx (1818-1883) e a revista Sapere Aude abre aos estudiosos de sua obra a oportunidade de apresentar a riqueza de seu pensamento e sublinhar sua relevância para a compreensão da sociedade contemporânea. Ao contrário de alguns juízos que anunciam Marx como um autor ultrapassado, interessa-nos pensar a atualidade de suas teses, nesse momento em que a materialidade das questões econômicas se mostra, de uma forma quase despudorada, como o cerne das contradições que impactam a vida social e política, atingindo a democracia e a noção de justiça social. Nada mais urgente que conhecer, discutir e repensar o lugar de suas contribuições à análise da sociabilidade, de forma a nos reapropriarmos da arma da crítica oferecida por Marx, no sentido de colocar novamente no horizonte a questão da emancipação humana.
  • DOSSIÊ: DEMOCRACIA EM CRISE
    v. 9 n. 17 (2018)
    V. 9, N. 17 (2018) - DOSSIÊ: DEMOCRACIA EM CRISE
  • Dossiê: Filosofia da linguagem e semiótica
    v. 7 n. 14 (2016)
    É importante começar dizendo que há várias semióticas, e não apenas uma forma de pensar o signo e os processos de significação ou de fazer sentido. Há, por exemplo, aquilo que Umberto Eco aponta em seu Semiótica e filosofia da linguagem: as semióticas específicas se debruçam sobre sistemas especializados de produção de sentido. Temos, assim, as semióticas discursivas, as fílmicas, as médicas, e assim por diante. Todas, contudo, assumem uma tarefa única vis-à-vis seus objetos de escolha: todas procuram interpretar aquilo que é percebido como sinal e m sua relação com o fenômeno assinalado pelo sinal.
  • DOSSIÊ: MICHEL FOUCAULT
    v. 7 n. 13 (2016)

    O lançamento e sucesso editorial de As Palavras e as Coisas em 1966 marcou a emergência no cenário filosófico do século XX de um de seus principais personagens: Michel Foucault. Inquieto, transgressivo e questionador, Foucault conquistará a partir deste momento um amplo público pelo mundo afora com suas análises desconcertantes, seu estilo envolvente e sua intensa militância. Tendo como mote a análise das condições teóricas de surgimento das ciências humanas, As Palavras e as Coisas são muito mais do que isso. A obra representa uma das mais bem-sucedidas cartografias do pensamento e da própria experiência da modernidade. Sua famosa conclusão – a morte do homem – tornou-se centro de um debate contínuo do qual talvez ainda sejamos tributários. O presente dossiê da Revista Sapere Aude é dedicado a essa obra decisiva de Michel Foucault.

  • DOSSIÊ: FENOMENOLOGIA E FILOSOFIAS DA EXISTÊNCIA
    v. 6 n. 12 (2015)
    Pode-se dizer que o séc. XX (ainda, o séc. XXI) vive uma mentalidade dividida em dois rumos opostos e igualmente poderosos: de um lado, a técnica científica da razão instrumental; do outro, a existência livre propugnada pelas filosofias da existência. Eis o paradoxo: não há liberdade que não seja encarnada no mundo, mas encarnar-se no mundo significa, cada vez mais, entregar-se ao sistema técnico-científico. Semelhantes impasses tornam sempre atual o tema da angústia. Mas angústia diante de quê? Diante do “não-lugar”, do nada: o mundo enquanto tal é o “diante de quê” da angústia. Ao conferir à existência prioridade temática, as filosofias do séc. XX se rivalizam com características diversificadas cujas tensões se mostram nos mais variados âmbitos possíveis, tais como: niilismo, existencialismo, consciência, ontologia, hermenêutica, linguagem, literatura, arte, psicologia, dentre outros. .
  • Dossiê Marxismo e Teoria Crítica
    v. 6 n. 11 (2015)
    Os temas marxianos se revelam, em suas variações interpretativas, ainda ricos em possibilidades argumentativas, num mundo esvazia do de valores, entre os quais o da solidariedade. De fato, a revista Sapere Aude, do Departamento de Filosofia da PUC Minas, entende de grande atualidade histórico-conceitual retomar velhos temas marxistas que levem em consideração tantas questões de grande valor social, político, epistemológico. Os vários textos que compõem este dossiê configuram instrumentos de elucidação de velhos e novos modelos cognitivos que discutem linhas de teorias marxistas nos distintos campos do saber.
  • DOSSIÊ METAFÍSICA E CONTEMPORANEIDADE
    v. 5 n. 10 (2014)
    A complexidade de um discurso sobre Metafísica nos dias atuais é certamente algo evidente e delicado, já que tanto o sentido do ser e do existir humanos se vê reformulado a cada possibilidade interpretativa, quanto o próprio sentido de toda indagação tem-se tornado objeto de análise e de suspeita no âmbito do filosofar. Se a Metafísica se projeta historicamente, dos Antigos aos Contemporâneos, buscando a superação da multiplicidade de antinomias factuais, visando à unicidade e o absoluto, a Desconstrução, como uma das várias correntes filosóficas do Século XX e XXI, vem opor as suas pretensões a crítica ao falogocentrismo de intentos metafísicos e culturais.

     

  • Epistemologia Feminista
    v. 5 n. 9 (2014)

    É realmente com grande prazer que apresentamos mais um dossiê e, desta vez, como tema Epistemologia feminista. Sabe-se como a ciência moderna passou a se construir sobre bases de experiências específicas e situacionais, a filosofia não podendo se furtar a ampliar suas perspectivas epistemológicas nesse sentido. Não se trata apenas de recepcionar o reino da doxa em detrimento ao da episteme, mas de trazer para o próprio campo epistemológico uma maior amplitude cognitiva, que aborda a dimensão corpórea, sensitiva, e, pois, novas certezas e evidências. Nesse propósito também se questiona tudo o que gira ao redor da construção de um sujeito racional, universal e capaz de conhecimento objetivo, o qual ora se vê face a face com um novo espaço cultural – isto é, um espaço de recepção ao âmbito privado, pleno de relações paradoxais, sem quais quer veios de neutralidade e, pois, receptivo às vozes de um feminino heterogêneo que ressoa ao longo da cultura.

  • DOSSIÊ 100 ANOS DE PAUL RICOEUR
    v. 4 n. 8 (2013)

    Um dossiê sobre Paul Ricoeur não é de modo algum tranquilo, mas traz em si a simbologia do conflito e de suas bases interpretativas. Este apresenta, em composição múltipla, várias perspectivas interpretativas, oferecendo ao leitor de Sapere Aude as “intenções filosóficas” de Ricoeur, assim homenageado nos 100 anos de seu nascimento. O que os vários autores, que aqui discutem o pensamento de Paul Ricoeur, nos fazem perceber, além da complexidade e profundidade das investigações do filósofo, é a necessidade de se descentrar a reflexão, dela exigindo novas formas de pensar um sentido que ultrapasse as razões da razão, reconhecendo assim a dimensão real de seus limites. 

  • DOSSIÊ DESCONSTRUÇÃO E ALTERIDADE: DIÁLOGOS COM JACQUES DERRIDA
    v. 4 n. 7 (2013)
    Não é façanha simples escrever sobre a filosofia de Jacques Derrida. Seus vários livros, suas distintas entrevistas e o conjunto diversificado de análises interpretativas ao seu redor, são a demonstração inicial do valor e da complexidade de sua o bra. Sua interrogação sobre os limites da filosofia nos propicia aqui certo rumo a ser seguido, na apresentação deste dossiê dedicado a Desconstrução e Alteridade. Em Derrida, justamente a autoridade filosófica, que sempre se propôs subordinar a si mesma nas classificações e catalogações das questões ontológicas, torna-se objeto de deslocamento. E o filósofo nos leva a perceber o quanto um texto precisa de margens para atravessar a denominada realidade metafísica e apurar as relações de forças diferenciais e em conflito, sem que se aceite como inquestionável algum centro de presença ou de domínio, para que a escrita possa transformar, caminhar e se reconfigurar. .

     

  • DOSSIÊ SIMONE DE BEAUVOIR
    v. 3 n. 6 (2012)
    Este sexto número de Sapere Aude, revista do Departamento de Filosofia da PUCMINAS, adota um novo modelo de organização, incluindo um dossiê com ênfase em filósofos e temas específicos. Neste caso, a figura escolhida foi Simone de Beauvoir. Trata-se de uma homenagem à grande filósofa do século XX, que soube analisar em profundidade o perfil antropológico de seu tempo, sempre em diálogo com a história, com a política e com o imaginário cultural que perpassa o ser humano.
  • v. 3 n. 5 (2012)
    Trafegando por múltiplas questões que se voltam a concatenar a história e o pensamento, percebe- se um todo coerente cuja base maior é a expressiva linguagem do conhecimento em filosofia e que requer uma contínua interlocução com o tempo. Não se pode apresentar um mapa conceitual das perspectivas da linguagem que aqui se ressaltam, mas se deve procurar compreender um modo bastante peculiar da interação entre o conhecimento e o mundo por intermédio da linguagem. É o que aqui se propõe.
  • v. 2 n. 4 (2011)
    Mas, pode-se perguntar, para qual uno se deve tender? Alguma vez na História da Filosofia foi possível ostentar um suporte capaz de explicar e acomodar as inquietudes humanas? O assombro diante do múltiplo, da pluralidade indomável, foi algum dia estancado pelas estratégias do lógos? Tender ao uno não seria tão somente forçar violentamente vínculos de unidade mediante o domínio pelo convencimento que, de real nada teria, mas apenas exibição de cálculos bem articulados? O lógos, cuja vocação é tender ao uno, foi, em alguma época, inocente e puro a ponto de demonstrar uma verdade incontestável? Mas, o que realmente se pretende dizer com o termo lógos? Penso que, por muitos aspectos, esse quarto número da Revista Sapere Aude, do Departamento de Filosofia da PUC Minas, sugere ampla reflexão sobre tais questões.
  • v. 2 n. 3 (2011)
    Se é preciso “crer para compreender, como pressuposto essencial de toda a compreensão”, faz-se necessário demonstrar, como menciona Paul Ricoeur, que a condição da hermenêutica se sustenta na “mediação linguística” e na sua explicitação. O que os vários artigos e textos que integram este volume justamente explicitam é uma exigência de nos fixarmos sempre na leitura criteriosa de um saber que se demonstre de forma histórica e mediante a valoração significativa daquilo que se julga relevante de ser transmitido.
  • v. 1 n. 2 (2010)
    Este segundo número de Sapere Aude, revista do Departamento de Filosofia da PUCMINAS, contempla uma gama de temas que perpassam a temporalidade da razão filosófica em seus vários matizes. Diferentemente do primeiro, que dedicamos à especulação da natureza e finalidade da Filosofia, num processo de demonstração do envolvimento de professores com a prática e as formas de conhecimento filosófico, temos neste novo número uma nova preocupação: buscar um itinerário de tópicos significativos que ressaltem, sobretudo, a profundidade do espaço de representação teórica que a Filosofia nos faz estabelecer. 
  • Sapere Aude Vol. 1, No 1 (2010) v. 1 n. 1 (2010)

    Ainda ecoam atuais as palavras de Aristóteles no início da Metafísica “todos os homens por natureza tendem ao saber”. Porém, mais desafiadora é a expressão do Filósofo de Koenigsberg, a qual remonta a Horácio, “Sapere Aude”. Tais expressões, ao nosso ver, constituem momentos intemporais da verdade que buscamos; intemporais no sentido de que perpassam os tempos e continuam desafiando a inteligência humana. Mas há ainda lugar para a filosofia? Ou antes, a filosofia já teve lugar efetivo na história da humanidade? Já passou da hora de não apenas declarar o seu fim – como de resto já foi feito –, mas também de conformar-se com a cultura dos tempos hodiernos, com a cultura técnica, com o pragmatismo? São questionamentos a que não se pode responder aqui. De qualquer forma queremos reafirmar a permanência do filosofar!