PEDAGOGIA ECO-ANCESTRAL: CAMINHOS PARA (R)EXISTÊNCIA DE INFÂNCIAS NEGRAS
Resumo
O presente artigo busca discorrer e problematizar o percurso histórico e legal da educação infantil, primeira etapa da educação, a partir da exclusão da negritude no processo histórico e pedagógico, o qual invisibiliza a cultura e epistemologia negra. Apresenta os esforços do movimento de mulheres e do movimento negro para a garantia ao direito à educação. Por meio de revisão bibliográfica aponta os documentos oficiais legais que ratificam o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira na educação infantil, como também propõe o rompimento das práticas que silenciam e marginalizam corpos negros, apresentando o caminho da Pedagogia Eco-Ancestral (Oliveira,2019) enquanto possibilidade teórica, prática e metodológica de modificar paradigmas estruturais que reproduzem o racismo entre os profissionais da Educação. Por fim, a partir da Pedagogia Eco-Ancestral, ratificamos a importância de se problematizar os métodos e materiais utilizados nas unidades de ensino, compreendendo as experiências e relações que se afirmam nas instituições de educação infantil com as crianças a partir da mediação dos professores, problematizando suas realidades e suas histórias, no esforço crítico e conscientemente voltado a garantir uma educação antirracista, evitando, assim, consequências danosas para as crianças e adultos negros, como também para toda sociedade.