Em defesa de uma História total:
o poético e o histórico em José Saramago
Resumo
José Saramago é um autor eminentemente histórico. Suas obras são urdidas e (re)significadas a partir desse elemento essencial que, por meio de suas lentes criativas, é capaz de se desdobrar poeticamente em diversas formas alegóricas e representativas do mundo concreto, passado e presente. Diante desse inevitável diálogo entre o literário e o histórico em sua obra, grande parte da crítica tem se dedicado, em múltiplas perspectivas analíticas, à compreensão de sua face leitora dos historiadores (VECCHIO, 2017; CERDEIRA, 2018; SILVA, 2022a), evidenciando, em especial, sua aproximação com os paradigmas marxista e da escola francesa dos Annales. O elo entre as duas correntes epistemológicas encontra-se centrado na concepção de História total, isto é, aquela que almeja compreender, em um mesmo plano narrativo, todos os sujeitos históricos, ricos e pobres, clérigos e leigos, dentre outros. A vista disso, o presente artigo objetiva elucidar como José Saramago, um declarado marxista, coaduna com essa perspectiva teórica de História Total e, ao mesmo tempo, elucidar como essa concepção materializa-se em sua literatura.
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