Literatura, memória e nação na Guiné-Bissau

  • Letícia Valandro UFRS
Palavras-chave: literaturas de língua portuguesa, linguística, filologia

Resumo

O presente trabalho propõe-se a tratar da intrínseca e essencial ligação
entre memória, literatura e nação. Como monumento da memória
coletiva e cultural, a literatura tem papel singular na construção da
“representação” que fundamenta nações e identidades. Esse aparato
cultural mostra-se ainda mais importante em períodos que requerem
um grande comprometimento dos cidadãos, como o colonialismo, a
reação do povo dominado e formação da nova nação. É em relação à
importância que a memória e a literatura possuem para a constituição
da Guiné-Bissau, antiga colônia portuguesa na África, que este trabalho
se volta. Nesse sentido, analisar-se-á a trilogia do escritor guineense
Abdulai Sila, composta por A última tragédia, Eterna paixão
e Mistida. Como narrativas da nação, apontam para a relevância da
memória, seja do período colonial – e daí a violência característica
e os ideais que moveram a luta pela libertação -, seja das tradições
africanas, seu fundamento cultural. Para uma incipiente nação, cuja
realidade pós-colonial mostra-se diversa da almejada, rememorar o
passado mostra-se essencial para melhor compreender o presente e
projetar o futuro.
Palavras-chave: Guiné-Bissau; Identidade; Literatura; Memória; Nação.

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Publicado
03-12-2010
Como Citar
Valandro, L. (2010). Literatura, memória e nação na Guiné-Bissau. Cadernos CESPUC De Pesquisa Série Ensaios, 2(20), 14-24. Recuperado de https://periodicos.pucminas.br/index.php/cadernoscespuc/article/view/7864