“Nós, os temulentos” e a filosofia do álcool
Resumo
Pretendemos com este texto relacionar a escritura rosiana à filosofia do álcool, conforme proposta no livro O último copo: álcool, filosofia, literatura (2013), de Daniel Lins, que, por sua vez, inspira-se na vida e no texto do filósofo francês Gilles Deleuze, um ex-amante do álcool, tanto em suas possibilidades libertárias quanto estéticas. Abordaremos a escritura e a vida de João Guimarães Rosa tomando como referência o terceiro prefácio do livro Tutaméia, “Nós, os temulentos”, que quer dizer “Nós, os bêbados”, no sentido de rastrear uma presença do álcool e de suas possibilidades filosóficas e estéticas no texto rosiano. Tais aspectos já haviam sido, de certa forma, desenvolvidos anteriormente tendo como referência a filosofia trágico-embriagada do poeta filósofo Nietzsche no livro Mundanos fabulistas: Guimarães Rosa e Nietzsche (2011).
Palavras-chave: Álcool. Filosofia. Literatura. Escritura. Símbolo.
Downloads
Referências
AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Chapecó: Argos, 2012.
BADIOU, Alain. O século. Aparecida, SP: Ideias & Letras, 2007.
BARTHES, Roland. Mitologias. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.
BARTHES, Roland. O grau zero da escrita. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
BAUDELAIRE, Charles Pierre. Paraísos artificiais. Porto Alegre: L&PM, 1998.
BERGSON, Henri. O riso. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
COUTINHO, Eduardo Faria (Org.). Guimarães Rosa: fortuna crítica. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991.
DELEUZE, Gilles. Nietzsche e a filosofia. Rio de Janeiro: Editora Rio, 1976.
DUBOIS, Christian. Heidegger: introdução a uma leitura. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.
GRIMAL, Pierre. Dicionário da mitologia grega e romana. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Sales. Dicionário Houaiss de língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
INWOOD, Michael. Dicionário Heidegger. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002.
LINS, Daniel Soares. O último copo: álcool, filosofia, literatura. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.
MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. São Paulo: Cultrix, 1974.
NEHAMAS, Alexander. Nietzsche, la vida como literatura. Mexico: Fundo de Cultura Económico, 2002.
NIETZSCHE, Friedrich. Crepúsculo dos ídolos ou como se filosofa com o martelo. Lisboa: Edições 70, 1988.
ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1958.
ROSA, João Guimarães. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1962.
ROSA, João Guimarães. Tutaméia. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1967.
ROSA, João Guimarães. Ave palavra. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1970.
ROSA, João Guimarães. Correspondência com seu tradutor italiano Edoardo Bizarri. 2 ed. São Paulo: T.A. Queiroz, 1981.
ROSENFIELD, K. H. L. O humor doce de J. G. Rosa. JORNADA REGIONAL DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS E LITERÁRIOS, 11, Marechal Cândido Rondon, 2008. Anais... Marechal Cândido Rondon: Unioeste, 2008. p. 30-40.
SANTIAGO SOBRINHO, João Batista. Mundanos fabulistas:Guimarães Rosa e Nietzsche. Belo Horizonte: Crisálida, 2011.
The author detains permission for reproduction of unpublished material or with reserved copyright and assumes the responsibility to answer for the reproduction rights.