A redenção pela arte em Ariano Suassuna

  • Karina de Almeida Calado Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC Minas. Doutoranda. ( Bolsista Capes).
Palavras-chave: Ariano Suassuna. Nietzsche. Morte. Arte. Redenção.

Resumo

presente estudo realiza uma leitura da iluminogravura Dom, de Ariano Suassuna, à luz de noções do trágico desenvolvidas por Friedrich Nietzsche em O Nascimento da Tragédia. Parte-se do pressuposto de que essa iluminogravura, fundada na temática da morte e da redenção por meio da arte, oferece uma visão-síntese do imaginário poético de Ariano Suassuna. Sugere-se que a composição da obra está assentada na dualidade afirmada por Nietzsche: o horrível que almeja tornar-se belo, enquanto arte. Tal compreensão nos leva a considerar os impulsos artísticos apolíneo e dionisíaco na análise da obra. Sob essa linha interpretativa, aponta-se que a iluminogravura Dom revela a necessidade que tem o dionisíaco (a dor, o sofrimento, o trauma da morte, a contradição e o tormento do mundo) de ser libertado por meio do apolíneo (a aparência, a beleza da arte). Nesse sentido, Nietzsche afirma que, na obra de arte, o artista celebra a sua redenção. A obra Dom apresenta características que evidenciam uma “visão trágica do mundo” em Ariano Suassuna, conforme expressa Carlos Newton Júnior, e aproximam o autor da noção de “homem trágico”, considerada por Nietzsche. Além de recorrer a contribuições de Nietzsche e Newton Júnior, este trabalho está ancorado, ainda, em estudos
desenvolvidos por Ângela Vaz Leão.


Palavras-chave: Ariano Suassuna. Nietzsche. Morte. Arte. Redenção.

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Biografia do Autor

Karina de Almeida Calado, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC Minas. Doutoranda. ( Bolsista Capes).
Doutoranda em Literaturas de língua portuguesa, pela PUC Minas, com bolsa Capes. Possui Mestrado (2015) em Literaturas de língua portuguesa, pela PUC Minas, e graduação (2007) e Especialização (2009) em Letras: língua portuguesa e suas Literaturas, pela Universidade de Pernambuco. Professora da rede estadual de ensino de Pernambuco. Pesquisadora do Grupo de Estudos Comparados: Literatura, História e Interdisciplinaridade. Atua principalmente nos seguintes temas: literaturas africanas de língua portuguesa; literatura afro-brasileira; literatura comparada; literatura e direitos humanos; literatura escrita por mulheres; nação; memória; identidade.

Referências

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LEÃO, Ângela Vaz. A tigre negra: uma iluminogravura de Ariano Suassuna. Scripta, Belo Horizonte, v. 7, n. 13, p. 13-24, 2. sem. 2003.

NEWTON JÚNIOR, Carlos (Org.). Ariano Suassuna 80, memória: catálogo e guia de fontes. Rio de Janeiro: Sarau, 2008.

NEWTON JÚNIOR, Carlos. O pai, o exílio e o reino: a poesia armorial de Ariano Suassuna. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 1999.

NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. O nascimento da tragédia, ou helenismo e pessimismo. 2. ed. 3. reimpressão. Tradução, notas e posfácio J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

Publicado
07-11-2016
Como Citar
Calado, K. de A. (2016). A redenção pela arte em Ariano Suassuna. Cadernos CESPUC De Pesquisa Série Ensaios, (28), 301-311. https://doi.org/10.5752/P2358-3231.2016n28p301
Seção
Filosofia e Literatura