Trabalhismo na Primeira República: um estudo de caso da Associação Beneficente Tipográfica de Belo Horizonte

  • Daniela Oliveira Ramos dos Passos Faculdade de Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais - FaE/UEMG
  • Renata Garcia Campos Duarte Universidade do Estado de Minas Gerais – Unidade Ibirité
Palavras-chave: Trabalhadores, Belo Horizonte, Associação Beneficente Tipográfica, Reforma, Emancipação Social

Resumo

O presente artigo visa explicitar, a partir da leitura e análise imanente, como predominou entre os trabalhadores da cidade de Belo Horizonte, no início do século XX, a associação e militância em busca de melhores condições de trabalho e vida pela via reformista. Para tanto, focalizaremos uma associação em específico, a Associação Beneficente Tipográfica (ABT), que possuía características de uma sociedade mutual. Porém, esta associação ia além do assistencialismo. Era uma entidade onde os trabalhadores encontravam um meio para exercer a “solidariedade” entre seus membros e conseguiram, frequentemente, representar e defender seus interesses, ao mesmo tempo. Vale ressaltar, que tais lutas e interesses, não se colocaram com o objetivo de confrontar e superar o capitalismo e, prol de construir uma sociedade onde a propriedade privada e a subordinação do trabalho ao capital não existisse.

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Biografia do Autor

Daniela Oliveira Ramos dos Passos, Faculdade de Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais - FaE/UEMG

Doutora em Sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2016). Possui Mestrado em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (2011). Graduação em História (licenciatura plena) pela Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo (2006). Professora adjunta da Faculdade de Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais (FaE / CBH / UEMG) vinculada ao Departamento de Fundamentos Sócio-Históricos e Filosóficos da Educação(DFSHFE). Professora do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação stricto sensu - Educação e Formação Humana - da FaE-UEMG. Tem experiência nas áreas de História, Sociologia e Educação. Atua principalmente nos seguintes temas de pesquisa: Movimentos sociais, Classe trabalhadora, Sociologia Histórica, Teoria Sociológica; Educação, História e Gênero. É integrante dos Núcleos de Estudos e Pesquisas em Educação, Sociologia e Filosofia (NEPESF) e em História da Educação (NEPHE). 

Renata Garcia Campos Duarte, Universidade do Estado de Minas Gerais – Unidade Ibirité

Doutora em Educação, linha de pesquisa História da Educação, no Programa de Pós-Graduação em Educação: Conhecimento e Inclusão Social, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FaE/UFMG). Mestre em História Social, linha de pesquisa Trabalho e Movimentos Sociais, pela Universidade Federal de Uberlândia (2011). Bacharel e licenciada em História pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2008). Foi bolsista de iniciação científica nos projetos Memória da Administração do Estado de Minas Gerais e Acesso ao Acervo do DOPS/MG, ambos desenvolvidos no Arquivo Público Mineiro (2006-2008). Foi professora de História da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), onde também atuou como coordenadora pedagógica. É professora do Centro Universitário Estácio de Belo Horizonte, nos seguintes cursos de graduação: História, Pedagogia e Serviço Social; e coordenadora dos cursos de História e Pedagogia na mesma instituição. É professora da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG-Ibirité) nos cursos de Ciências Biológicas, Letras, Matemática e Pedagogia. É membro do Centro de Estudos e Pesquisas em História da Educação (GEPHE) e do Grupo de Pesquisa História dos Processos Educadores. Tem experiência na área de História e História da Educação, investigando principalmente os seguintes temas: Primeira República, Belo Horizonte, movimento operário, imprensa operária, associações operárias e educação de trabalhadores. 

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Publicado
30-06-2021
Como Citar
PASSOS, D. O. R. DOS; DUARTE, R. G. C. Trabalhismo na Primeira República: um estudo de caso da Associação Beneficente Tipográfica de Belo Horizonte. Cadernos de História, v. 22, n. 36, p. 129-145, 30 jun. 2021.
Seção
Temática Livre - Artigos