Sociedades, mundos naturais e historiografia: perspectivas holísticas (Societies, natural worlds and historiography: holistic perspectives) - DOI: 10.5752/P.2237-8871.2012v13n19p9
Resumo
Este artigo tem como objetivo principal, a partir de uma linha condutora focada nos discursos socioambientais, versar sobre alguns problemas ambientais antrópicos, como, por exemplo, o aumento da temperatura da Terra, o destino dado aos resíduos humanos e a perda de diversidade biológica, além de abordagens historiográficas que têm abarcado esses desequilíbrios ambientais. Em um primeiro momento, são introduzidas algumas problematizações socioambientais contemporâneas. A seguir, analisa(m)-se o(s) conceito(s) de natureza(s) como construções culturais, os diferentes olhares sobre os espaços biogeográficos e uma rápida explanação sobre a constituição de cursos multidisciplinares, a partir dos anos 1970. Em um terceiro instante, disserta-se brevemente sobre o nascimento da História Ambiental como disciplina acadêmica ou linha historiográfica, suas principais características, possíveis metodologias e desafios. Por fim, é feita uma rápida abordagem sobre algumas controvérsias relacionadas aos estudos ecológicos e suas relações com a História.
Abstract
From a social environmentalist’s method, this article aims to analyze the anthropic problems such as the global warming, the dumping waste and the loss of biodiversity. Beyond this picture, it purposes introduce dialect relations between the historiography and the environment impacts. In the first moment, it will present some social-environmental contemporary problems. Then, it will analyze the concepts of natures as a cultural constructions, the different regards on biogeographic places and it will make a rapid explanation concerning to the multidisciplinary courses which were created since the 1970s. In the third moment, it will expose briefly the Environmental History creation as an academic subject or a historiography métier also it’s mainly characteristics, methodologies and challenges. Ultimately, it will briefly focus on some ecological queries and its relations with History.
Keywords: Social environmentalist’s challenges, Nature(s), Environmental History and Ecology.
Downloads
Referências
BECK, U. Risk Society: towards a new modernity. Sage Publications. London. Thousands Oaks, 1998.
BUTTEL, Fred. Environmentalization. Rural Sociology, Utah. v. 57, n. 1, p. 1-27, 1992.
CAPOBIANCO, João P. Ribeiro. Do Rio a Copenhague, sem escala em Kyoto. Política Externa, São Paulo, v. 18, n. 4, p. 37-43, mar./abr./maio, 2010.
CARVALHO, Marcos de. O que é natureza. São Paulo: Brasiliense, 1991.
CAVALCANTI, Clovis (Org.). Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentável. São Paulo: Cortez, 1995.
COLLINS, James P. Evolutionary ecology and the use of natural selection in ecological theory. In: KELLER, David R.; GOLLEY, B. Frank. The philosophy of ecology: from science to synthesis. Georgia: The University of Georgia Press, 2000. p. 288-303.
COSTA, Heloísa Soares de Moura. Meio ambiente e desenvolvimento: um convite à leitura. In: HISSA, Cássio Eduardo Viana (Org.). Saberes ambientais: desafios para o conhecimento disciplinar. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008. p. 79-107.
COUTO, José Vieira. Memória sobre a Capitania das Minas Gerais: seu território, clima e produções metálicas. Coleção Mineiriana, Série Clássicos, Belo Horizonte: SEP/FJP/CEHC, 1994.
CRONON, William. Changes in the land: indians, colonists and the ecology of New England. New York: Hill and Wang, 2003.
DEAN, Warren. A ferro e fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
DIEGUES, Antonio Carlos Sant’Ana. O mito moderno da natureza intocada. 3. ed. São Paulo: Hucitec, 2001.
DUARTE, Regina H. História & natureza. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
DRUMMOND, José Augusto. Devastação e preservação ambiental no Rio de Janeiro: os parques nacionais do Estado do Rio de Janeiro. Niteroi: EDUFF, 1997.
ESCOBAR, Arturo. Constructing nature: elements for a poststructural political ecology. In: PEET, Richard; WATTS, Michael (Ed.). Liberation ecologies: Environment, development, social movements. New York: Routledge, 1996. p. 46-68.
FERREIRA, Leila da Costa. Brazilian environmental sociology: a provisional review. Ambiente e sociedade, Campinas, Ano V, n.10, p. 1-17, jan./jun., 2002.
FERREIRA, Leila da Costa. et al. Environmental issues, interdisciplinarity, social theory and intellectual production in Latin America. Ambiente e Sociedade, Campinas, Ano IX, n. 2, p. 9-24, jul./dez., 2006.
GALIZONI, Flávia Maria. Comunidades rurais no vale do Jequitinhonha. In: GALIZONI, Flávia Maria. Águas da vida: população rural, cultura e água em Minas Gerais. 2005. p. 41-80. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – Universidade de Campinas, Campinas.
GIDDENS, Anthony. The Consequences of modernity. California: Stanford University Press, 1990.
GUZMÁN, Eduardo Sevilla. Agroecología y desarrollo rural sustentable. In: CURSO INTENSIVO EN AGROECOLOGÍA: principios y técnicas aplicadas a la agricultura, 11, 2002. Sevilla, mimeo. 26 p., Disponível em: . Acesso em: 15 fev. 2011.
HANNIGAN, John. Sociologia Ambiental. Tradução Annahid Burnett. Petrópolis: Vozes, 2009.
HECHT, Susanna B. A evolução do pensamento agroecológico. In: ALTIERI, M. Agroecologia: bases científicas para uma agricultura sustentável. Guaíba: Agropecuária, 2002. p. 21-51.
HOGAN, Daniel Joseph. Dinâmica demográfica e mudança ambiental. Textos NEPO 36. Campinas: UNICAMP, 1989. Disponível em: . Acesso em: 17 abr. 2011.
HOGAN, Daniel Joseph. A relação entre população e ambiente: desafios para a demografia. In: TORRES, Haroldo; COSTA, Heloísa Soares de Moura (Org.). População e meio ambiente: debates e desafios. 2ª. ed. São Paulo: SENAC São Paulo, 2006. p. 21-52.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Caminhos e fronteiras. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Visão do paraíso: os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil. São Paulo: Publifolha, 2000.
LAGO, Antônio; PÁDUA, José Augusto. O que é ecologia. 9. ed. São Paulo: Brasiliense, 1989. (Primeiros passos; 116).
LEFF, Enrique. El movimiento ambiental y La democracia en América Latina. In: Ecologia y capital: racionalidad ambiental, democracia participativa y deserrollo sustentable. México: Siglo Veintiuno Editores, 1994. p. 366-389.
KELLER, David R.; GOLLEY, B. Frank. The philosophy of ecology: from science to synthesis. Georgia: The University of Georgia Press, 2000.
MARCOVITCH, Jacques. Desafios do clima no Brasil e no mundo. Política Externa, São Paulo, v. 18, n. 4, p. 25-36, mar./abr./maio, 2010.
MARTINEZ, Paulo Henrique. Historia ambiental no Brasil: pesquisa e ensino. São Paulo: Cortez, 2006.
MORAN, Emilio F. Nós e a natureza: uma introdução às relações homem-ambiente. Tradução: Carlos Szlak. São Paulo: Senac São Paulo, 2008.
NOORGARD, Richard B.; SIKOR, Thomas O. Metodologia e prática da agroecologia. In: ALTIERI, M. Agroecologia: bases científicas para uma agricultura sustentável. Guaíba: Agropecuária, 2002. p. 53-83.
PÁDUA, José Augusto. As bases teóricas da história ambiental. Estudos Avançados, São Paulo, v. 24, n. 68, 2010, p. 81-101. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142010000100009&script=sci_arttext>. Acesso em: 20 abr. 2011.
PÁDUA, José Augusto. Um sopro de destruição: pensamento político e crítica ambiental no Brasil escravista, 1786-1888. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.
PATRICK, Ruth. Biological diversity in ecology. In: KELLER, David R.; GOLLEY, B. Frank. The philosophy of ecology: from science to synthesis. Georgia: The University of Georgia Press, 2000.
PEET, Richard; WATTS, Michael. Liberation ecology: development, sustainability, and environment in an age of market triumphalism. In: PEET, Richard; WATTS, Michael (Ed.). Liberation ecologies: Environment, development, social movements. New York: Routledge, 1996. p. 1-45.
PRIMACK, Richard B.; RODRIGUES, Efraim. Biologia da conservação. Londrina, Planta, 2001.
RIBEIRO, Eduardo Magalhães; GALIZONI, Flávia Maria. Sistemas agrários, recursos naturais e migrações no alto Jequitinhonha, Minas Gerais. In: TORRES, Haroldo; COSTA, Heloísa Soares de Moura (Org.). População e meio ambiente: debates e desafios. 2ª. ed. São Paulo: SENAC São Paulo, 2000. p. 163-187.
RICUPERO, Rubens. De Bali a Copenhague. Política Externa. São Paulo, v. 16, n. 4, p. 51-64, mar./abr./maio, 2008.
SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem pelas províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais. São Paulo: editora da USP, 1975.
TAVOLARO, Sergio B. de Faria. “À sombra do mato virgem...”: natureza e modernidade em uma abordagem sociológica brasileira. Ambiente & Sociedade, Campinas, Ano XI, n. 2, p. 273-287, jul./dez., 2008.
STAHEL, Andri Werner. Capitalismo e entropia: os aspectos ideológicos de uma contradição e a busca de alternativas sustentáveis. In: CAVALCANTI, Clóvis (Org.). Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentável. São Paulo: Cortez, 1995. p. 104-127.
TOWNSEND, Colin R.; BEGON, Michael; HARPER, John L. Fundamentos em ecologia. Porto Alegre: Artmed, 2006.
VIOLA, Eduardo. O movimento ecológico no Brasil (1947-1986): do ambientalismo à ecopolítica. In: PÁDUA, José Augusto (Org.). Ecologia e política no Brasil. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo: IUPERJ, 1987. p. 63-109.
WORSTER, D. Para fazer história ambiental. Estudos Históricos, v. 4, n. 8, p. 198-215, 1991.
O envio de qualquer colaboração implica, automaticamente, a cessão integral dos direitos autorais à PUC Minas. Solicita-se aos autores assegurarem:
A inexistência de conflito de interesses (relações entre autores, empresas/instituições ou indivíduos com interesse no tema abordado pelo artigo), órgãos ou instituições financiadoras da pesquisa que deu origem ao artigo.
Todos os trabalhos submetidos estarão automaticamente inscritos sob uma licença creative commons do tipo "by-nc-nd/4.0".