Revolta Indígena no Engenho de Santana na Capitania de Ilhéus: o Atlântico Açucareiro e o trabalho indígena (1602) (Indigenous uprising in Santana Mill, Captaincy of Ilhéus: the Atlantic Sugar and the...) - DOI: 10.5752/P.2237-8871.2015v16n24p103

  • Maria Hilda Baqueiro Paraiso Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Palavras-chave: Capitanias hereditárias, Engenho de Santana, Revolta Indígena, Trabalho.

Resumo

Este estudo analisa a revolta indígena do Engenho de Santana, Capitania de Ilhéus, em 1602, refletindo sobre as formas de resistência adotadas, as relações de aliança construídas, seus objetivos e os resultados de sua ocorrência.  Por outro lado, avalia também a reação do governo geral e da Coroa. A reflexão se desenrola sob uma perspectiva que entende a ação dos revoltosos como um movimento de luta por melhores condições de vida. O trabalho conclui ressaltando a importância da mão de obra indígena para o desenvolvimento da vila e da capitania e o reconhecimento, pelos indígenas, do valor de seu trabalho.

 

Abstract

This paper analyzes the indigenous revolt in Santana Mill, Captaincy of Ilhéus, in 1602, by reflecting on the adopted forms of resistance, the alliances that were built, its objectives and the results of its occurrence. On the other hand, the article also evaluates the reaction of the general government and of the Crown. This reflection takes place from a perspective that understands the action of the rebels as a movement for better living and working conditions. It concludes by highlighting the importance of the indigenous labor for the development of the village and of the captaincy, besides the recognition of the value of their own work by the indigenous population.

Keywords: Hereditary captaincies; Santana Mill; Indigenous revolt; Work.

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Biografia do Autor

Maria Hilda Baqueiro Paraiso, Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (1971), mestrado em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (1983) e doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (1998). Atualmente é professor Associado IV da Universidade Federal da Bahia, Diretora da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA, membro de corpo editorial da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e da Universidade Federal de Uberlândia. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em História Indígena, atuando principalmente nos seguintes temas: história indígena e da Bahia, etnologia indígena, antropologia e relações Interétnica. Diretora da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia.

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Publicado
30-05-2015
Como Citar
PARAISO, M. H. B. Revolta Indígena no Engenho de Santana na Capitania de Ilhéus: o Atlântico Açucareiro e o trabalho indígena (1602) (Indigenous uprising in Santana Mill, Captaincy of Ilhéus: the Atlantic Sugar and the...) - DOI: 10.5752/P.2237-8871.2015v16n24p103. Cadernos de História, v. 16, n. 24, p. 103-123, 30 maio 2015.
Seção
Dossiê - Artigos: História e Ativismo