Entre leis, censos e congressos: o debate sobre o trabalho livre no Brasil, na segunda metade do século XIX
Resumo
Os anos de 1850-1878 notadamente caracterizaram-se por intensos debates entre parlamentares em todo o Estado Imperial, no que tange aos rumos que tomaria a grande lavoura exportadora, dos investimentos e da manutenção do controle dos fazendeiros sobre os trabalhadores livres e cativos. Nesse período, transformações nas relações de trabalho estavam em curso, pautadas por uma nova lógica, a qual se construía de maneira concomitante ao processo de desmoronamento do sistema escravista e às tentativas de regulamentação do trabalho livre, a partir da promulgação de leis como a Lei Eusébio de Queiróz (1850), a Lei de Terras (1850), a Lei do Ventre Livre (1871) e a Lei de Locação de Serviços (1879). Nesse âmbito, as diferenças entre os fazendeiros cafeicultores do Sul e os senhores do açúcar do Norte do Império passariam a polarizar as discussões acerca dos melhoramentos no campo (como financiamentos e usos de novas técnicas) e do controle da mão de obra livre.
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