Extensão em Direitos Humanos e Arte: uma História de Amor e fúria
Resumo
Por intermédio de uma perspectiva teórico-metodológica do Direito como Arte, o presente trabalho provém de um projeto de pesquisa e extensão em que foram escolhidos, exibidos e debatidos filmes que dialogam com a discussão sobre Direitos Humanos não positivados, diretamente, no ordenamento jurídico brasileiro. Os filmes levaram o/a participante a mergulhar no universo lúdico do cine-animação com a finalidade de realização de exercícios filosóficos sobre possibilidades jurídicas de demandas sociais na contemporaneidade. Direito e Arte, por meio do cinema, é também uma proposta pedagógica transdisciplinar com interfaces diferenciadas para se pensar o Direito, pois, se coaduna com um mundo visual em que realidade e ficção caminham juntos. O cinema foi utilizado como instrumento pedagógico aliando entretenimento ao conhecimento jurídico de modo interdisciplinar. O filme, aqui analisado,” Uma História de Amor e Fúria”, do diretor Luiz Bolognesi, possibilita abordar com um “outro olhar” os fatos e acontecimentos que contribuíram e tem contribuído para a formação do passado, presente e futuro do povo brasileiro. O longa apresenta quatro episódios de momentos diferentes da história brasileira, contados a partir do ponto de vista dos “subjugados”. Três fatos são reais: o início da colonização portuguesa; a escravidão e o período da ditadura militar. Já o quarto e último episódio retrata uma projeção futurista, ao tratar de uma crise hídrica em proporções mundiais no ano de 2096, traçando uma linha diretamente ligada aos temas anteriores. Discutindo a história, os fatos que ocorreram e a luta por justiça, a animação contribui para discussão, reflexão e quebra de paradigmas mediante a dialética crítica emancipatória sobre vários direitos envolvidos na trama.
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