Para além de Rayssa Leal

Entre a construção de um ídolo esportivo e as estratégias de visibilidade midiática do skate feminino na transmissão do Super Crown SLS 2022

Palavras-chave: Skate street, Visibilidade midiática, Transmissão ao vivo, Skate feminino, Rayssa Leal

Resumo

Nativo marginalizado, juvenil, contracultural e predominantemente masculino cis, o skate se configurou como um território hostil à presença feminina. Tecendo brechas e resistências, e incorporando às identidades os estigmas postos sobre elas, as skatistas, na contemporaneidade, alcançaram reconhecimento e visibilidade midiática. Referência na modalidade e sinônimo de uma juventude bem sucedida, Rayssa Leal é um desses ídolos femininos nos “carrinhos”. É sob o viés da semiótica discursiva que olhamos para as isotopias presentes nos discursos emitidos na transmissão do Super Crown SLS 2022, principal campeonato da modalidade, feito pela TV Globo. Construída como alguém que sabe, pode, quer e deve fazer, as isotopias discursivas presentes apontam para a construção da skatista maranhense como ídolo feminino praticante de um esporte nascido marginalizado e, ademais, da atleta como sinônimo de um skate feminino próspero.

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Biografia do Autor

Monique de Souza Sant'Anna Fogliatto, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) Câmpus de Bauru, SP.

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Publicado
21-06-2024
Como Citar
FOGLIATTO, M. DE S. S. Para além de Rayssa Leal. Dispositiva, v. 13, n. 23, p. 61-76, 21 jun. 2024.
Seção
DOSSIÊ Mídia, gênero e esporte na comunicação