Para além de Rayssa Leal
Entre a construção de um ídolo esportivo e as estratégias de visibilidade midiática do skate feminino na transmissão do Super Crown SLS 2022
Resumo
Nativo marginalizado, juvenil, contracultural e predominantemente masculino cis, o skate se configurou como um território hostil à presença feminina. Tecendo brechas e resistências, e incorporando às identidades os estigmas postos sobre elas, as skatistas, na contemporaneidade, alcançaram reconhecimento e visibilidade midiática. Referência na modalidade e sinônimo de uma juventude bem sucedida, Rayssa Leal é um desses ídolos femininos nos “carrinhos”. É sob o viés da semiótica discursiva que olhamos para as isotopias presentes nos discursos emitidos na transmissão do Super Crown SLS 2022, principal campeonato da modalidade, feito pela TV Globo. Construída como alguém que sabe, pode, quer e deve fazer, as isotopias discursivas presentes apontam para a construção da skatista maranhense como ídolo feminino praticante de um esporte nascido marginalizado e, ademais, da atleta como sinônimo de um skate feminino próspero.
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