O empreendedorismo como performance
Resumo
O objetivo deste artigo é entender o empreendedorismo como performance, de modo a investigar as interfaces entre suas dimensões de controle e de desvio. Não se trata de reduzir o empreendedorismo à performance, mas de explorar o papel essencial da sua dimensão performativa na elaboração de possibilidades transformadoras. Para entender as apresentações e os discursos empreendedores como performances, foram observadas e analisadas as apresentações que empreendedores fizeram de seus projetos durante dois eventos online que se mostraram orquestrados e inspirados na lógica dos espetáculos. Diante de performances impecáveis, utilizamos uma metodologia que promoveu uma oportunidade para os empreendedores narrarem aspectos dos bastidores dos eventos. O material de análise foi composto por três momentos de contato com as performances empreendedoras nos eventos, cada um deles modelado para explorar, a partir da posição de observadores-espectadores, impressões sentidas, gestos, narrativas e distribuição de papéis e lugares na criação de efeitos performativos.
Downloads
Referências
AUDRETSCH, David; THURIK, Roy. A Model of the Entrepreneurial Economy. International Journal of Entrepreneurship Education, v. 2, n. 2, p. 143-166, 2004.
AUSTIN, John Langshaw. How to things with words? Oxford: Clarendon Press, 1962.
BELL, Elizabeth. Theories of performance. Los Angeles: Sage Publications, 2008.
BUQUET, Romain. Au-delà du mythe des start-up: discours, éthique et engagement dans l’expérience entrepreneuriale. Thèse soutenue à l’Université de Paris, Panthéon Sorbonne, Paris, 2020.
BUTLER, Judith. Ces corps qui comptent. De la matérialité et des limites discursives du “sexe”. Tradução de Charlotte Nordmann. [s.l.]: Editora Amsterdam, 2009.
CONQUERGOOD, Dwight. Performance studies: Interventions and radical research. The Drama Review, v. 46, n. 2, p. 145-156, 2002.
CONQUERGOOD, Dwight. Beyond the text: towards a performative cultural politics. In: DAILY, Sharon (ed.). The future of performance studies: visions and revisions. Annandale: National Communication Association, 1998. p. 25-36.
GARTNER, William B. Entrepreneurial narrative and a science of the imagination. Journal of Business Venturing, v. 22, n. 5, p. 613-627, fev. 2007.
GERMAIN, Olivier; JACQUEMIN, Amélie (eds.). Les approches critiques en entrepreneuriat: : facettes et
enjeux pourla communauté des chercheurs francophones. Revue de l’entrepreneuriat, v. 16, n. 1, p. 19-36, 2017a.
GERMAIN, Olivier; JACQUEMIN, Amélie. Voies et voix d’approches critiques en entrepreneuriat. Revue de l’Entrepreneuriat, v. 16, n. 1, p. 7-18, 2017b.
GOFFMAN, Erving . La mise en scène de la vie quotidienne 1: La présentation de soi. Paris: Éditions de Minuit, 1973.
MADISON, Soyini; HAMERA, Judith (Ed.) Sage Handbook of Performance Studies. London: Sage Publications, 2005.
HJORTH, Daniel; STEYAERT, Chris. Entrepreneurship as social change: A third new movements in entrepreneurship book. Cheltenham: Edward Elgar Publishing; Incorporated, 2007. (Movements in Entrepreneurship series: n. 3).
HOUY, Thomas; BAZENET, Flavien. Déconstruire les idées reçues sur les start-up, la nouvelle responsabilité dévolue aux acteurs de l’accompagnement entrepreneurial. Entreprendre & innover, v. 47, n. 4, p. 39-50, 2020.
LOUNSBURY, Michael; GLYNN, Mary Ann. Cultural entrepreneurship: Stories, legitimacy, and the acquisition of resources. Strategic Management Journal, v. 22, n. 6-7, p. 545-564, jun. 2001.
PINK, Sarah; HORST, Heather; POSTILL, John; HJORTH, Larissa; LEWIS, Tania; TACCHI, Jo. Digital Ethnography: Principles and Practice. London: Sage, 2016.
QUÉRÉ, Louis. Entre facto e sentido: a dualidade do acontecimento. Trajectos – Revista de Comunicação, Cultura e Educação, Lisboa, n. 6, p. 59-75, 2005.
RINDOVA, Violina; BARRY, Daved; KETCHEN Jr., David J. Entrepreneuring as emancipation. Academy of Management Review, v. 34, n. 3, p. 477-491, 2009.
SCHECHNER, Richard. Performance Studies: An Introduction. New York: Routlege, 2002.
SCHECHNER, Richard. The street is the stage. In: Schechner, Richard. (ed.). The Future of rituals. Routledge, 1995. p. 45-92.
STEYAERT, Chris. Of course that is not the whole (toy) story: Entrepreneurship and the cat’scradle. Journal of Business Venturing, v. 22, n. 5, p. 733-751, 2007.
TURNER, Victor. Dramas, Fields, and Metaphors: Symbolic Action in Human Society. New York: Cornell University Press, 1974.
Copyright (c) 2023 Revista Dispositiva
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
O envio de qualquer colaboração implica cessão dos direitos autorais à Editora PUC Minas. Solicita-se ao(s) autor(es) assinalar(em) o termo-declaração que expressa a transferência desses direitos autorais, a afirmação da autoria, originalidade e ineditismo do texto.