Cores na cobertura

O colorismo como desafio à representatividade no jornalismo esportivo

Palavras-chave: Colorismo, Jornalismo esportivo, Mulheres negras, Raça, Gênero

Resumo

O presente artigo tem como objetivo investigar se a ausência de mulheres negras de pele retinta no telejornalismo esportivo do Brasil pode ser resultado da ação do colorismo. Para isso, foi realizada uma análise de imagem descritiva de sete mulheres negras que atuam no meio, tendo como aporte o conceito de transcodificação de Johanna Smit (2024). O embasamento teórico sobre o colorismo foi feito por meio das autoras Juliana Góes (2022) e Alessandra Devulsky (2021). Além de autores como Grada Kilomba (2019) e Franz Fanon (2008), que possibilitaram as discussões sobre a subjetividade das pessoas negras. A partir desse movimento percebemos vestígios de que o colorismo pode afetar a inserção da mulher negra de pele retinta no jornalismo esportivo. 

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Karina Santos, Universidade Federal de Ouro Preto

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Pesquiso raça e gênero no esporte e atualmente estou desenvolvendo uma dissertação que analisa a inserção da mulher negra no jornalismo esportivo de Minas Gerais. Publiquei diversos artigos que tratam sobre o tema, inclusive em congressos nacionais de comunicação, como o Intercom. Além da carreira acadêmica, também sou repórter na TV institucional da ufop. 

Nair Prata, Universidade Federal de Ouro Preto

Jornalista (UFMG), mestre em Comunicação (Universidade São Marcos) e doutora em Linguística Aplicada (UFMG), tendo realizado estágio de pós-doutoramento em Comunicação na Universidad de Navarra (Espanha). Trabalhou durante 18 anos em emissoras de rádio, principalmente a Rádio Itatiaia. É professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia da Informação e Comunicação e Gestão do Conhecimento da Universidade FUMEC. No mestrado ganhou o Prêmio Intercom 2001 de Melhor Dissertação de Mestrado do Ano - Categoria Rádio e TV, com o trabalho "A fidelidade do ouvinte de rádio: um estudo dos principais fatores determinantes da audiência fiel". No doutorado realizou estágio na Universidade do Minho, em Portugal, com bolsa de estudos da Capes e desenvolveu tese sobre o tema "Webradio: novos gêneros, novas formas de interação. Ganhou o 3 lugar nacional no Prêmio Freitas Nobre de Doutorado 2008, concedido pela Intercom. Diretora científica da Intercom (2017-2020; 2020-2023). Coordenou o Grupo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora da Intercom por dois mandatos (2011-2012; 2013-2014), foi diretora Regional Sudeste da Intercom (2014-2017) e vice-presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia (2015-2019) . É coordenadora da Rádio FUMEC. É sócia da Intercom (Grupo de Pesquisa em Rádio e Mídia Sonora), da SBPJor (Sociedade Brasileira dos Pesquisadores em Jornalismo) e da Red Internacional de Historiógrafos de la Comunicación . É autora do livro "Webradio - novos gêneros, novas formas de interação" e organizadora de 29 coletâneas, além de vários artigos sobre rádio, radiojornalismo e novas tecnologias em rádio. É vencedora do Prêmio Luiz Beltrão 2013, categoria Liderança Emergente. 

Referências

AKOTIRENE, Carla. O colorismo é a maneira pela qual o racismo potencializa os seus efeitos de exclusão. 30 ago. 2022. @carlaakotirene. Disponível em: https://www.instagram.com/p/Ch5H0EDJIKG/. Acesso em: 3 ago. 2024.

DAFLON, Verônica Toste; CARVALHAES, Flávio; FERES JÚNIOR, João. Sentindo na Pele: Percepções de Discriminação Cotidiana de Pretos e Pardos no Brasil. Dados – Revista de Ciências Sociais, v. 60, n. 2, p. 293 a 330, abr./ jun. 2017.

DEVULSKY, Alessandra. Colorismo. São Paulo: Jandaíra, 2021.

DJOCIK, Aline. Colorismo: o que é, como funciona. Geledes, 26 fev. 2015. Disponível em: https://www.geledes.org.br/colorismo-o-que-e-como-funciona/?amp=1&gclid=Cj0KCQjw1OmoBhDXARIsAAAYGSGJBNPcQHmzgxFM40Lh_j5U_3hAZ6VpFDLgKbXVbYDlNXEgrEJRgDkaAgzCEALw_wcB. Acesso em: 8 out. 2023.

GÓES, Juliana Morais. Reflexões sobre pigmentocracia e colorismo no Brasil. Reves – Revista Relações Sociais, v. 5, n. 4, 2022.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: UFBA, 2008.

FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. A violência contra pessoas negras no Brasil: 2022. São Paulo: FBSP, 2022. Infográfico.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Qual é a sua cor de pele? Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio (Pnad) de 1976. Rio de Janeiro: IBGE, 1976.

JARDIM, Cláudia. “Você só precisa ser branca para vencer”: propaganda de creme branqueador gera polêmica. BBC News Brasil, 9 jan. 2016. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160109_publicidade_brancos_tailandia_cj_lab. Acesso em: 8 out. 2023.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

OLIVEIRA, Idalina. A ideologia do branqueamento na sociedade brasileira. Paraná: Secretaria de Estado da Educação; Universidade Estadual do Norte do Paraná, 2008.

PAVAN, Maya; SANSONI, Nicole. A mercantilização do feminino: capitalismo e padrão estético. Revista PET Economia, v. 2, n. 2. 2022.

“TINHA 22 anos, mas parecia ter 40 após clareamento de pele”. BBC News Brasil, 8 ago. 2022. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-62470417. Acesso em: 8 out. 2023.

SMIT, Johanna Wilhelmina. Análise da imagem: um primeiro plano. Tradução. Brasília: IBICT, 1987.

VICENZO, Giacomo. Colorismo: O que é e como ele afeta a vida de negros de pele retinta? Ecoa UOL, São Paulo, 8 set. 2021. Disponível em: https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2021/09/08/o-que-e-colorismo-e-como-ele-afeta-a-vida-de-negros-de-pele-retinta.htm. Acesso em: 20 jan. 2024.

XAVIER, Giovana. História Social da Beleza Negra. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2021.

WALKER, Alice. Em busca dos jardins de nossas mães: prosa mulherista. Tradução Stephanie Borges. 1. ed. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021.

Publicado
21-06-2024
Como Citar
SANTOS, K.; PRATA, N. Cores na cobertura. Dispositiva, v. 13, n. 23, p. 30-44, 21 jun. 2024.
Seção
DOSSIÊ Mídia, gênero e esporte na comunicação