MATERNATIVA: PENSANDO UM CAMPUS PARA MÃES E CRIANÇAS ATRAVÉS DAS AÇÕES AFIRMATIVAS E DAS REDES DE APOIO
Resumo
O presente artigo tem como objetivo geral incitar a reflexão e a discussão sobre as experiências do ser mãe e do ser criança como parte constitutiva da Universidade pública no Brasil, a partir de uma análise da ColetivA MaternAtiva UFMG. Para alcançá-lo, alguns objetivos específicos se fazem necessários, tais quais: [1] explicitar a relação histórica entre mulheres, educação e conhecimento, bem como o poder que emana das margens; [2] descrever a experiência da ColetivA na UFMG a partir de sua aprovação no edital de Ações Afirmativas da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis em 2018 e [3] delimitar os conceitos de ações afirmativas e redes de apoio,
pilares do grupo analisado. Uma vez que as pesquisadoras também fazem parte do grupo, a abordagem de geração de dados utilizada foi a etnográfica, através da observação participante e da análise de materiais produzidos pela própria MaternAtiva. A conclusão a que se chega é que as intervenções da MaternAtiva interpelam o ambiente universitário na tentativa de produzir uma reflexão e transformação dos espaços de poder que podem ser acessados pelas maternidades e infâncias diversas, mas a ColetivA ainda se depara com limites estruturais que demandam uma sensibilização comunitária.
Downloads
Referências
ALVEZ, E. C. Direitos de quarta geração: biodiversidade e biopirataria. Revista do Tribunal Regional do Trabalho. Brasília, v. 4, n. 1, p. 41-61, dez. 2002.
BAMBIRRA, N. V.; LISBOA, T. K. “Enegrecendo o feminismo”: a opção descolonial e a interseccionalidade traçando outros horizontes. Revista Ártemis, v. 27, n. 1, 2019. Disponível em: <http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/artemis/article/view/40162/22953>. Acesso em 14 ago. 2019.
BELTRÃO, K.; ALVEZ, J. A reversão do hiato de gênero na educação brasileira no século XX. Cadernos de Pesquisa, v. 39, n. 136, p. 125-156, jan/abr. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cp/v39n136/a0739136.pdf>. Acesso em 14 ago. 2019.
BIROLI, F. Gênero e desigualdade: os limites da democracia no Brasil. São Paulo: Boitempo, 1 ed., 2018.
BRAH, A. Diferença, diversidade, diferenciação. Cadernos Pagu, Campinas, nº 26, 2006,pp. 239-276.
CLINTON, H. R. It Takes a Village: And Other Lessons Children Teachs. New York: Simon and Schuster. 1996.
CNPQ. Mulheres bolsistas de produtividade em pesquisa conquistam direito. 2013. Disponível em: <http://www.cnpq.br/web/guest/noticiasviews/-/journal_content/56_INSTANCE_a6MO/10157/909274>. Acesso em 20 out. 2020
COLLINS, P. H. Towards a politics of empowerment. In: _____. Black feminist thought: knowledge, consciousness, and the politics of empowerment. 2. ed. New York: Routledge, 2002.
______. Aprendendo com a outsider within: a significação sociológica do pensamento feminista negro. Revista Sociedade e Estado, Brasília, v.31, n.1, p.99-127, jan./abr. 2016.
CRENSHAW, K. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Estudos Feministas. Florianópolis, v. 10, n. 1, p. 171-188, jan. 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ref/v10n1/11636.pdf>. Acesso em 20 ago. 2019.
FOUCAULT, M. Microfísica do poder. 25. ed. São Paulo: Graal, 2008a.
______. Vigiar e punir. 25. ed. Petrópolis: Vozes, 2008b.
DA SILVA, S. M. F. Mulheres, Donas-de-casa, esposas e mães: Dificuldades e Superações para concluir o ensino superior. Monografias Brasil Escola, 2018. Disponível em: <https://monografias.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/mulheres-donasdecasa-esposasmaes-dificuldades-superacoes-.htm>. Acesso em 30 de ago. 2019.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS - DUDH. Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris. 10 dez. 1948. Disponível em: <http://www.dudh.org.br/wpcontent/uploads/2014/12/dudh.pdf>. Acesso em 17 ago. 2019.
DUARTE, C. L. Feminismo e literatura no Brasil. Estudos avançados, São Paulo, v. 17, n. 49, p. 151-172, Dec. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142003000300010>. Acesso em 14 ago. 2019.
GONZALES, Lelia. Racismo e Sexismo na cultura Brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, ANPOCS, 1984, pp. 223-244.
GROSSI, M.; LAGO, M.; NUERNBERG, A. (Org.). Um passeio pelos Estudos de Gênero e a produção do conhecimento. In: Estudos in(ter)disciplinados: gênero, feminismo, sexualidade. Florianópolis: Editora Mulheres, 2010. 432 p.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Estatísticas de Gênero - Indicadores sociais das mulheres no Brasil. Educação, 2018. Disponível em:
<https://www.ibge.gov.br/estatisticas/multidominio/genero/20163-estatisticas-de-generoindicadores-sociais-das-mulheres-no-brasil.html?=&t=resultados>. Acesso em 03 nov. 2020.
LABORNE, Ana Amélia de Paula. IDENTIDADE RACIAL E TRAJETÓRIAS DE DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR. 35ª Reunião da Anped. GT 21. Educação e Relações étnico raciais. Porto de Galinhas: 2012. Disponível em:
<http://35reuniao.anped.org.br/images/stories/trabalhos/GT21%20Trabalhos/GT21-1602_int.pdf>. Acesso em 10 de ago. de 2019.
LABORNE, Ana Amélia de Paula. Por essa porta estar fechada, outras tiveram que se abrir: identidade racial negra, branquitude e trajetórias de docentes da Educação Superior. Belo Horizonte: Nandyala, 2014.
PINHEIRO, J. Deliberação FAPEMIG: licença Maternidade. 2018a. Disponível em:
raz%C3%A3o%20de%20licen%C3%A7a%20maternidade.>. Acesso em 20 out. 2020.
______. Portaria CAPES: licença Maternidade. 2018b. Disponível em:
<http://www.ppgeco.ib.ufu.br/legislacoes/portaria-capes-licenca-maternidade.>. Acesso em 20 out. 2020.
PIOVESAN, F. Ações afirmativas no Brasil: desafios e perspectivas. Estudos Feministas. Florianópolis, v. 16, n. 3, p. 887-869, set-dez. 2008. Disponível em: <https://www.jstor.org/stable/pdf/24327807.pdf?refreqid=excelsior%3A3b6972ded2ea7b2845dbfe0845340cd5&loggedin=true>. Acesso em 15 ago. 2019.
RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala?. Belo Horizonte: Letramento, 2017. 112 p.
ROSEMBERG, F.; ANDRADE, L. Ação afirmativa no ensino superior brasileiro: a tensão entre raça/etnia e gênero. Cadernos Pagu, n. 31, p. 419-437, jul/dez. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cpa/n31/n31a18.pdf >. Acesso em 28 de ago 2019.
SCHATZ, E. Introduction: ethnografic immersion and the study of politics. In: ______ (Org.). Political Ethnography: what immersion contributes to the study of power. London: Chicago Press, 2009.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS – UFMG. RESOLUÇÃO N. 17, DE 24 NOVEMBRO DE 2015. Aprova o Regimento Interno da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis–PRAE da Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, MG, 2015. Disponível em:
<https://www2.ufmg.br/sods/content/download/2093/14834/version/2/file/17+uni+2015+Regimento+da+PRAE.pdf>. Acesso em 19 ago. 2019.
____________. Normas Gerais da Graduação. PROGRAD. Janeiro de 2018. Belo Horizonte, MG, 2018. Disponível em: <https://www.ufmg.br/prograd/arquivos/NormasGerais.pdf>. Acesso em 16 de ago 2019.
____________. Análise do perfil dos estudantes inscritos e matriculados nos cursos de graduação da UFMG - 2009 a 2018/1. PROGRAD. Dezembro de 2018. Belo Horizonte, MG, 2018. Disponível em: <https://www.ufmg.br/prograd/arquivos/Est/RelPerfil.pdf>. Acesso em 03 nov. 2020.
URPIA, AMO., and SAMPAIO, SMR. Mães e universitárias: transitando para a vida adulta. In: SAMPAIO, SMR., org. Observatório da vida estudantil: primeiros estudos [online]. Salvador: EDUFBA, 2011, pp. 145-168. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/n656x>. Acesso em 14 de ago 2019.
TORRANO, M. A. V. Quantas dimensões (ou gerações) dos direitos humanos existem? Revista Jus Navigandi. Teresina, ano 20, n. 4247, 16 fev. 2015. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/31948>. Acesso em: 15 de ago. 2019.
WEBER, M. “La Participation de La Mujer en La Ciencia”. In: ______. La mujer y la cultura moderna - Tres ensayos, 1º ed. trad. Antje Mertel de Mejía. Editora archivos del Índice Cali, 2007.
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.