As novas tendências militares: uma oportunidade para as mulheres?
Resumo
Este estudo tem como principal objetivo analisar o fenômeno de modernização institucional e reordenamento da atuação das forças armadas, destacando a incorporação das mulheres como um de seus elementos. Para tanto, apresenta, a priori, uma descrição da identidade militar, seus valores, costumes e condutas basilares. Em seguida, traça a evolução da estrutura militar ao modelo pósmoderno, evidenciado por suas novas atribuições, momento em que se observa com maior proeminência a incorporação feminina. O artigo se desenvolve em bases qualitativas, através de uma revisão de literatura pertinente à área, com intuito de corroborar a hipótese de que a evolução do contexto internacional contribuiu para a atualização das forças armadas. Como resultado, depreende-se que, embora as mulheres estejam presentes em baixas porcentagens e, particularmente, em funções associadas ao estereótipo feminino da pacificidade, sua inserção foi um dos aspectos deste processo de modernização militar.
Downloads
Referências
BATTAGLINO, Jorge. Políticos y militares en los gobiernos de la nueva izquierda sudamericana. Política y gobierno, vol. XXII, 2015. p.3-43
CALÁS, M. B.; SMIRCICH, L. Do ponto de vista da mulher: abordagens feministas em estudos organizacionais. In: CLEGG, S.; HARDY, C.; NORD, W. R. (orgs.) Handbook de estudos organizacionais: modelos de análise e novas questões em estudos organizacionais. São Paulo: Atlas, 1998
CARREIRAS, Helena. Diversidade Social nas Forças Armadas: Género e Orientação Sexual em Perspectiva Comparada. Nação e Defesa, nº107, 2004. p. 61-88
CARREIRAS, Helena. Gendered Culture in Peacekeeping Operations. International Peacekeeping, 17:4, 2010.
CARREIRAS, Helena. Mulheres, direitos e eficácia militar: o estado do debate. Revista Militar, nº2536, 2013. p.477-495
CASTRO, Celso. O espírito militar: um estudo de antropologia social na Academia Militar das Agulhas Negras, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1990.
CHAMBOULEYRON, Ingrid; RESENDE, Erica. Duque de Caxias e Maria Quitéria na mesma trincheira: o questionamento das representações do masculino e feminino pela mulher combatente. XXX Encontro Anual da ANPOCS, Caxambú: 2006.
CHINELLI, Fernanda. Pesquisa e aliança: o trabalho de campo com mulheres de militares. In: Castro, Celso e Leirner, Piero. Antropologia dos militares: reflexões sobre pesquisas de campo. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009
Clausewitz, Carl von. On War, ed. and trans. Michael Howard and Peter Paret. Princeton: Princeton University Press, 1976.
COELHO, Edmundo C. Em busca de identidade: o Exército e a política na sociedade brasileira. Rio de Janeiro, Forense, 1976. 207 p.
COKER, Christopher. The Collision of Modern and Post-Modern War. In: BOYER, Yves & LINDLEY-FRENCH, Julian (orgs.) The Oxford Handbook of War: London, 2012.
CSNU, CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS. Women, Peace and Security. Resolução 1325, 31 de out de 2000.
D'ARAÚJO, Maria Celina. Mulheres e questões de gênero nas Forças Armadas brasileiras. Resdal. 2003.
DHARMAPURI, Sahana. Just Add Women and Stir? Parameters, 2011, p.56-70
DIAMINT, Rut. Democracia y Seguridad en America Latina. Buenos Aires: Nuevo Hacer, 2002.
DIAMINT, Rut. Misiones militares. Respondiendo a las tensiones del sistema internacional. In: Martínez, Rafael; Tulchin, Joseph (eds.) La Seguridad desde las dos Orillas: un debate entre Europa y Latinoamérica. Barcelona: Fundación CIDOB, 2006. P.59-78
DONADIO, Marcela. Las Relaciones Cívico-Militares y la Construcción de Instituciones en América Latina: enfrentando las crisis de las jóvenes democracias. Resdal, 2003.
DUBÉ, Sébastien; PINZÓN, Viviana. Las tareas contemporáneas de las fuerzas armadas latinoamericanas y la necesaria revisión de la teoría de la consolidación democrática. Estudos Ibero-Americanos, PUCRS, vol 38, 2012. p.119-143.
GARCÍA, Jaime. El Militar Postmoderno en América Latina. Security and Defense Studies Review, vol. 2, 2002. p.66-80
GEERTZ, Clifford. A interpretação das Culturas. Zahar. Rio de Janeiro, 1973
HAJJAR, Remi. Emergent Postmodern US Military Culture. Armed Forces & Society. Vol 14, 2014.p.118-145
HUNTER, Wendy. The Brazilian Military after the Cold War: In Search of a Mission. Studies in Comparative International Development, Vol. 28, No. 4, 1994. p31-49.
IV CONFERÊNCIA MUNDIAL SOBRE A MULHER. Declaração de Pequim. Resolução 1, 15 de set de 1995.
JANOWITZ, Morris. O Soldado Profissional: um estudo social e político. Rio de Janeiro: Ed. GRD, 1967.
JANOWITZ, Morris. Military Elites and the Study of War. Conflict Resolution, vol 1, n.1, 1957, p.9-18.
LATINOBARÔMETRO. La Confianza en Latinoamérica 1995-2015: 20 Años de Opinión Pública. Disponível em: <http://www.latinobarometro.org/latNewsShow.jsp>. Acesso em: 25 de novembro de 2015.
LEINER, Pierre. Meia-volta volver: um estudo antropológico sobre a hierarquia militar. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1997.
LOMBARDI, Maria Rosa. As Mulheres na Força Armadas brasileira: a Marinha do Brasil. Fundação Carlos Chagas: São Paulo, 2009.
MATHIAS, Suzeley K. Pensamiento y Papel Militar en América Latina en el umbral del siglo XXI. In: DIAMINT, Rut. (Ed) Control civil y Fuerzas Armadas en las nuevas democracias latino-americanas. Buenos Aires: Universidad Torcuato di Tella, 1999. P.163-191
MATHIAS, Suzeley K. As Mulheres Chegam aos Quartéis. Resdal. 2005.
MATHIAS, Suzeley K; SAINT-PIERRE, Héctor L. (orgs). Entre votos e botas: as Forças Armadas no labirinto latino-americano do novo milênio. Franca, UNESP, 2001, 238p.
MARTÍNEZ, Víctor M. Las Mujeres en los ejércitos europeos y americanos. In: Escarda, María Gómez; Muñoz Isidro S. Las mujeres militares en España (1988-2008). Instituto Universitario General Gutiérrez Mellado – UNED, Madrid, 2009.
MOSKOS, Charles. The Military. Annual Review of Sociology, vol 2, 1976. p.55-78.
MOSKOS, Charles. Armed Forces in a Warless Society. In: KUHLMANN, Jurgen; DANDEKER, Christofer (eds.) Armed Forces after the Cold War. Munich: Forum Internacional, 1992.
ONU. Gender Statistics by Mission. Disponível em: <http://www.un.org/en/peacekeeping/contributors/gender/2015gender/nov15.pdf>. Acesso em: 17 de dezembro de 2015.
PRATT, Nicola; DEVORE-Richter Sophie. Critically Examining UNSCR 1325 on Women, Peace and Security. International Feminist Journal of Politics, 13:4, 2011.
ROSA, Alexandre Reis. (O) Braço Forte, (A) Mão Amiga: Um Estudo Sobre Dominação Masculina e Violência Simbólica em uma Organização Militar. 2007. 372f. Dissertação (Pós-Graduação em Administração) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2007.
ROSS, Jennifer. The Changing Role of the Military in Latin America. Focal, 2004.
SAINT-PIERRE, Hector. Formas não-golpistas de presença militar no Estado. Perspectiva, São Paulo: 115-130, 2002.
SAINT-PIERRE, Héctor; DONADELLI, Laura. El Empleo de las Fuerzas Armadas en asuntos internos. Narcotrafico, 2014. p.61-75
SANTOS, Maria Helena C. A Nova Missão das Forças Armadas Latino-Americanas no Mundo pós-Guerra Fria: o caso do Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 19, 2004. p.115-128
SINGER, P. Wired for War: The Robotics Revolution and Conflict in the Twenty-first Century. New York: Penguin, 2009.
SOARES, Samuel A. Controles e autonomia: as Forças Armadas e o sistema político brasileiro (1974 – 1999). São Paulo: Ed. UNESP, 2006.
STELL, Andrea V. Organizações, gênero e posição hierárquica – compreendendo o fenômeno do teto de vido. Revista de Administração, São Paulo, v. 32, 1997. P.62-69
STRACHAN, Hew. Strategy and War. In: BOYER, Yves & LINDLEY-FRENCH, Julian (orgs.) The Oxford Handbook of War: London, 2012.
VAZ, Daniela V. O Teto de Vidro nas organizações públicas: evidências para o Brasil. Economia e Sociedade, Campinas, v.32, 2013. P-765-790
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2.Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3.Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).