Colonialismo Interno e Estado de Exceção: a “emergência” da Amazônia dos Grandes Projetos
Resumo
A Amazônia, ou as Amazônias, para o Estado brasileiro, historicamente esteve/estiveram fora do Brasil. A sua inclusão pela exclusão nas políticas nacionais de desenvolvimento está figurada na homogeneização de uma diversidade que alisou ranhuras, reduziu milhares de nações a uma só, desumanizou a expressividade de vidas, reduzindo qualidades diferenciais a diferenças abissais, transformando a diversidade regional em vazio: de pessoas, de técnica e de política. Na esteira dessa ausência, os grandes projetos emergem como dispositivos políticos capazes de desempenharem, não apenas a drenagem de matéria e energia por meio do saque neocolonial e reproduzirem a dependência como mote de integração global, mas por tornarem possível o uso da violência como processo de acumulação, por tornarem possível a expropriação das condições de existência e energias vitais de povos e comunidades tradicionais como lógica legitimada de desenvolvimento, tornando o sacrifício, a destruição e a morte em caminhos naturalizados do que se institui colonialmente como progresso. Esse artigo pretende percorrer a produção dessa não existência da Amazônia em relação ao Brasil analisando as figurações dos dispositivos de nacionalidade brasileira que definiram a Amazônia como risco à soberania e um vazio para o qual se justificam grandes projetos como dispositivos de exceção.
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