A propriedade da terra no Uruguai: Formação social, politicas publicas, território e industria de celulose

  • Horacio Martin Pisson Universidade Federal de Santa Catarina

Resumo

Desde o ano 2005, com a chegada ao governo da força progressista da “Frente Ampla”, o Uruguai atravessa por um ciclo de estabilidade político- econômica e governabilidade que tem lhe permitido manter um ritmo de crescimento relativamente constante, em um contexto regional marcado pela arremetida do conservadorismo e a direita neoliberal. Durante este ciclo foram notórios os avanços em matéria de direitos individuais e laborais, na redução da pobreza e exclusão social, etc., em consonância com a consolidação de um modelo produtivo baseado na exportação em grande escala de produtos primários e caracterizado pela concentração e anonimato sobre a propriedade da terra.  Isto, por sua vez, se apoia em políticas públicas que estabelecem um marco regulatório que garante grandes vantagens ás empresas (concessões, isenções fiscais, etc.), visando assim atrair investimentos (estrangeiros) como forma de inserção internacional. A indústria da celulose, que começou em 2007, baseada no monocultivo de eucalipto, é hoje um pilar fundamental deste modelo, com a particularidade de ser uma indústria conduzida por grandes empresas transnacionais, que produzem baixo o regime de Zonas Francas e que são as maiores proprietárias de terra no país. Com a iminente instalação de uma terceira fábrica de produção de celulose, abrem-se novas questões em relação à propriedade da terra, a forma de organização espacial das empresas, sob a relação entre estas e o Estado e sobre a capacidade de este de regular soberanamente o território nacional.

 

Palavras–chave: Formação social - Políticas públicas – Território – Indústria de celulose

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Biografia do Autor

Horacio Martin Pisson, Universidade Federal de Santa Catarina
Bacharel em Geografia pela UNILA. Mestre em Geografia pela UFSC. Atualmente doutorando em Geografia pela UFSC
Publicado
24-10-2019