SOBREPOSIÇÃO ENTRE TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS E UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL:

MUDANÇAS DE PARADIGMA NO TRATADO DO CONFLITO

Palavras-chave: Unidades de Conservação; Comunidades Quilombolas; Conciliação de Direitos; Minas Gerais; Sobreposição Territorial; Conflitos Socioambientais.

Resumo

Muitas Unidades de Conservação (UCs) de proteção integral de Minas Gerais foram criadas em áreas habitadas e/ou utilizadas por comunidades quilombolas, que dependem dos recursos naturais para sua sobrevivência e para a reprodução de suas práticas sociais. No processo de criação destes territórios protegidos não foi considerado que estas comunidades foram responsáveis pela conservação destas áreas, o que tem gerado conflitos entre órgãos gestores e comunidades quilombolas que ensejam propostas de recategorização, redução de limites e desafetação de UCs. Destaca-se que tanto as UCs como os territórios quilombolas já sofrem pressão de projetos de desenvolvimento econômicos. Desta forma, a presente pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de entender se os conflitos gerados pela sobreposição de UCs de proteção integral e territórios quilombolas geram propostas de desafetação, redução de limites e recategorização de UCs; e reafirmar a necessidade de parcerias entre comunidades quilombolas e órgãos gestores de UCs, frente ao cenário político atual. Para tanto, foi realizado um levantamento destes casos de sobreposição em Minas Gerais, sendo identificados sete casos em que esta situação acontece. Utilizou-se como procedimentos metodológicos a pesquisa bibliográfica, a pesquisa de gabinete, trabalhos de campo e realização de entrevistas semiestruturadas. Para a análise dos dados foram utilizadas as técnicas de análise documental e de análise de conteúdos. Como resultados, espera-se contribuir para uma mudança de paradigma no tratamento desses conflitos, apontando-se a dupla afetação como a solução mais interessante e expondo os instrumentos legais existentes.

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Biografia do Autor

Raquel Faria Scalco, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFMG; Mestre em Geografia, pela UFMG (2009); especialista em Turismo e Desenvolvimento Sustentável, pela UFMG (2004); bacharel em Turismo pelo Centro Universitário Newton Paiva (2002). Professora do curso de Turismo da Faculdade Interdisciplinar em Humanidades da UFVJM. Tem experiência na área de turismo e docência, atuando principalmente nos seguintes temas: turismo, meio ambiente, educação, sustentabilidade, unidades de conservação, legislação aplicada ao turismo. 
Bernardo Machado Gontijo, Universidade Federal de Minas Gerais

Possui graduação em Ciências Biológicas – Licenciatura, pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (1983); graduação em Geografia, pelo Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (1988); mestrado em Estudos Latino Americanos, pela Vanderbilt University (1992); e doutorado em Desenvolvimento Sustentável, pela Universidade de Brasília (2003). Atualmente, é professor associado do Instituto de Geociências da UFMG. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geografia e Meio Ambiente, atuando principalmente nos seguintes temas: unidade de conservação e proteção à biodiversidade, vegetação, áreas verdes urbanas, transformação ambiental e turismo. Email: gontijobm@yahoo.com.br. Endereço: IGC/UFMG. Av. Antônio Carlos 6627, Campus Pampulha, Belo Horizonte/MG. CEP 31270-901.

Publicado
04-03-2022