Sibilas: a sobrevivência das profetisas pagãs no mundo cristão

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Maria Cláudia Almeida Orlando Magnani

Resumo

Os mitos antigos não estão mortos. A partir desta afirmação fundamentada nas obras de autores como Warburg, Jean Seznec, Erwin Panofsky e Fritz Saxl, este trabalho pretende apontar os caminhos históricos que legitimaram a sobrevivência do mito das sibilas no mundo cristão, em sua estreita relação com a astrologia. O paganismo não renasceu após o medievo, mas esteve sempre presente no cristianismo, não só como símbolos, mas como efetiva influência essencial sobre os homens e as suas vidas. Alguns momentos históricos em particular são privilegiados neste caminho, desde os padres apologistas do cristianismo primitivo até o nascimento da ciência moderna. Sibilas e astrologia, como testemunhos “de fora” são presença constante seja na teologia cristã, seja na literatura e na música, ou nas representações plásticas do mundo cristão, que aqui privilegiamos. A sua sobrevivência ou pós-vida (Naschleben) é ora afirmada também pela legitimação de grandes nomes da patrística e da escolástica, e ainda por meio da influência de Albumasar, teólogo muçulmano nascido no século VIII e que faz o elo entre sibilas, astrologia e a Virgem Maria. O que fazem as sibilas nos tetos das igrejas católicas? É esta a pergunta que o presente trabalho pretende, em grande medida, responder.

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Como Citar
MAGNANI, M. C. A. O. Sibilas: a sobrevivência das profetisas pagãs no mundo cristão. HORIZONTE - Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião, v. 17, n. 54, p. 1571, 31 dez. 2019.
Seção
Artigos/Articles: Temática Livre/Free subject
Biografia do Autor

Maria Cláudia Almeida Orlando Magnani, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, professora adjunta

Professora adjunta de História da Arte da FIH - Faculdade Interdisciplinar em Humanidades da UFVJM - Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri desde 2006 e professora permantente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas - PPGCH da UFVJM . Fez Pós-doutorado na área disciplinar de História da Arte, na Classe de Ciências Humanas da Scuola Normale Superiore di Pisa, sob orientação de Maurizio Ghelardi (2016). Fez Pós-Doutorado em História da Arte- Elementos Decorativos na Falsa Arquitetura, no Departamento de Arquitetura da Università degli Studi di Firenze sob a orientação de Fauzia Farneti (2016).Doutora em História da Arte, linha História Social da Cultura, na FAFICH/UFMG (2013). Realizou estágio na Universidade de Évora, Portugal, sob orientação de José Alberto Gomes Machado, pelo Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE), financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Possui mestrado em História das Ciências da Saúde pela Fundação Oswaldo Cruz (2004), especialização em Filosofia Contemporânea pela UFMG (1998), graduação em Filosofia pela UFMG (1990). Fez formação clínica em psicanálise nas Formações Clínicas do Campo Lacaniano de Belo Horizonte. È diretora de arte da Diarte - Instituto de Arte e Cultura de Diamantina.