De macumba a umbanda: o processo de legitimação da religião dita genuinamente brasileira

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Mariana Ramos de Morais

Resumo

Este artigo aborda o processo de legitimação da umbanda, uma religião afro-brasileira, presente hoje em todo Brasil e mesmo no exterior. Diferentes intérpretes apontam que essa religião surgiu no Sudeste brasileiro nas primeiras décadas do século XX. As práticas nominadas “macumba” e associadas aos negros podem ser pensadas como a origem da umbanda. O estigma do feitiço, atrelado às práticas religiosas afro-brasileiras desde o Brasil colônia, também foi a ela transposto. No intuito de afirmá-la como religião, alguns grupos buscaram uma aproximação com o espiritismo kardecista, visando um certo “embranquecimento” de suas práticas e definindo-a como “genuinamente” brasileira. Outros grupos preferiram enaltecer sua herança africana. Este artigo focaliza, assim, as vias escolhidas por diferentes grupos, especialmente, na primeira metade do século XX, para afirmar como religião práticas antes consideradas feitiço. Para tanto, apresento uma leitura crítica da literatura que aborda a conformação da umbanda, bem como seu processo de legitimação enquanto religião. Além disso, analiso textos produzidos pelos próprios umbandistas.

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Como Citar
MORAIS, M. R. DE. De macumba a umbanda: o processo de legitimação da religião dita genuinamente brasileira. HORIZONTE - Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião, v. 17, n. 54, p. 1623, 31 dez. 2019.
Seção
Artigos/Articles: Temática Livre/Free subject
Biografia do Autor

Mariana Ramos de Morais, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Doutora em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), com pós-doutorado em andamento nessa mesma instituição e outro já concluído na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), França. Pesquisadora associada do Centre d’Études en Sciences Sociales du Religieux (CéSor), da EHESS. É autora dos livros Nas teias do sagrado: registros da religiosidade afro-brasileira em Belo Horizonte, de 2010, Banda de cá, banda de lá: Umbanda para crianças, de 2012, e De religião a cultura, de cultura a religião: travessias afro-religiosas no espaço público, de 2018, e co-organizadora, com Stefania Capone, da publicação Afro-Patrimoines: culture afro-brésilienne et dynamiques patrimoniales, de 2015.